Vamos falar de colocação pronominal.
De acordo com a colocação do pronome oblíquo na frase temos a próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do verbo) ou ênclise (no final do verbo).
As expressões "pronome oblíquo" e "pronome reto" são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é "não é direito ou reto". Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós, eles) são os pessoais do caso reto, e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo.
Exemplos de colocação pronominal
Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise)
Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise)
Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise).
Ênclise
A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada:
Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos.
Refere-se a um tipo de árvore.
Viram-me na rua e não disseram nada.
Em orações imperativas afirmativas.
Sente-se imediatamente!
Lembre-me para fazer isso no fim do expediente.
Em orações reduzidas do gerúndio (sem a preposição em).
O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança.
Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados.
Em orações reduzidas do infinitivo.
Espero dizer-te a verdade rapidamente.
Convém dar-lhe autorização ainda hoje.
Próclise
A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como:
Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais,…).
Não te quero ver nunca mais!
Nunca a esquecerei.
Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo,...).
Embora o faça, sei que é errado.
Cumpriremos o acordo se nos agradar.
Pronomes relativos (que, qual, onde,…).
Há professores que nos marcam para sempre.
Esta é a faculdade onde me formei.
Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos,…).
Alguém me fará mudar de opinião?
Poucos nos emocionaram com seus relatos.
Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo,…).
Isso me deixou muito abalada.
Aquilo nos mostrou a verdade.
Frases interrogativas (quem, qual, que, quando,…).
Quem me chamou?
Quando nos perguntaram isso?
Frases exclamativas ou optativas.
Como nos enganaram!
Deus te guarde!
Preposição em mais verbo no gerúndio.
Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado.
Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião.
Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá ser usada a ênclise.
Aqui se come muito bem!
Talvez te espere no fim das aulas.
Mesóclise
A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
Ajudar-te-ei no que for preciso.
Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.
A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.
Fontes:
normaculta.com.br
novaescola.org.br
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