O mundo amanheceu ao contrário naquele dia em Tinta, um pequeno povoado no sul do vice-reino do Peru. Acostumada a ser explorada e maltratada pelas tropas do mandachuva local, o espanhol Antonio Arriaga, a população mal conseguia acreditar que era ele quem dava seus últimos suspiros, pendurado pelo pescoço na ponta de uma corda, em plena praça central do vilarejo. Ao seu lado, comandando a execução, estava José Gabriel Túpac Amaru. Vestido para a guerra, com o tradicional ornamento inca em forma de um sol dourado no peito, convocava aos berros índios, mestiços e negros para lutar contra a dominação espanhola.
Naquele 4 de novembro de 1780, com o corpo de Arriaga balançando atrás de si, Túpac Amaru, descendente da linhagem imperial dos incas, declarou que não existiam mais impostos e que os escravos estavam livres. "Foi o início de uma rebelião que se espalharia pelos Andes e chegaria até os altiplanos bolivianos", diz Julio Vera del Carpio, historiador da Casa da Cultura Peruana, em São Paulo. Quase 300 anos depois de os espanhóis desembarcarem na América, o filho do sol estava de volta.
Após derrotar os espanhóis na batalha de Sangarara, Tupac Amaru II foi traído por um dos seus oficiais que o entregou aos europeus, enquanto o líder revolucionário rumava às montanhas para reunir suas tropas. Amaru foi submetido a torturas para delatar onde estava seus oficiais, mas ele se negou a passar as informações. No dia 18 de maio de 1781, o líder rebelde presenciou a morte de sua esposa, dois dois filhos e de aproximadamente 50 rebeldes na praça central de Cusco. Depois, foi amarrado a quatro cavalos, que deslocaram os seus membros. Depois, um carrasco espanhol decapitou e mutilou o corpo do primeiro líder revolucionário que lutou pela independência de seu povo na América do Sul.
Fontes:
seuhistory.com
asaventurasnahistoria.uol.com.br
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