segunda-feira, 30 de setembro de 2019

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Stanislaw Ponte Preta



No dia 30 de setembro de 1968 morria, no Rio de Janeiro, Sérgio Marcus Rangel Porto, escritor, radialista e compositor, mais conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta. Com uma intensa jornada de trabalho, ele escrevia para o rádio, TV, revistas e jornais, além de se dedicar aos próprios livros. Por conta da rotina puxada, ele, que era cardíaco, morreu de ataque do coração aos 45 anos.




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Nascido no dia 11 de janeiro de 1923 na capital fluminense, Sérgio Porto ganhou fama por seu senso de humor refinado e pela crítica aos costumes nos livros "Tia Zulmira e Eu" e o Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações. Ele ainda compôs a música "Samba do Crioulo Doido" e foi o criador e produtor do concurso de beleza "As Certinhas do Lalau". Boêmio e com admirável senso de humor, em sua memória um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário "O Pasquim", em 1969.

Febeapá original 1966.jpg

“É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da “redentora”, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem “otoridades”, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a “redentora*”, entre outras coisas, incentivou a política do dedurismo (corruptela do dedo-durismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo – alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar” (Febeapá 1, p.5) - (redentora*- ditadura militar)


Num primeiro momento, após o golpe de 1964,  o presidente escolhido de forma indireta pelo Congresso Nacional, general Humberto Castelo Branco, prometia fazer do país uma democracia mas, aos poucos, tomou medidas que mergulharam a nação em plena ditadura: perseguiu a pessoas por suas ideologias, extinguiu os partidos políticos e criou o Serviço Nacional de Inteligência para vigiar os cidadãos, entre outras medidas similares.

Para conseguir estes objetivos, o novo regime colocou pessoas incompetentes em diversos cargos, qualquer semelhança co  o momento atual não é mera coincidência,  todas procurando agradar o governo e, assim, cometendo aquilo que o jornalista Sérgio Porto viria a chamar de "festival de besteira". 

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Nessa época, ele e outros tantos jornalistas contrários ao regime se reuniam na redação do Última Hora, no Rio de Janeiro, onde recebiam cartas e notícias que alimentaram as suas crônicas que, sob o heterônimo de Stanislaw Ponte Preta, demonstrava os erros do poder de forma irônica, especialmente contra Lacerda que era governador do então Estado da Guanabara.





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Zulmira Ponte Preta nasceu no Rio de Janeiro, foi cozinheira da Coluna Prestes, paquera de Charles Darwin e colega de Albert Einstein. Não satisfeito em inventar para si mesmo um alter-ego, Sérgio Porto imaginou para ele toda uma família, o hilariante clã dos Ponte Preta, e criou uma das mais bem sucedidas brincadeiras entre criador e criatura da literatura brasileira. Tia Zulmira e eu é a seqüência da publicação da obra integral de Stanislaw Ponte Preta.




Em 1951 começou a usar o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta no Diário Carioca, tendo como inspiração um famoso personagem satírico de Oswald de Andrade, o Serafim Ponte Grande. Fez críticas teatrais e crônicas sociais, depois dedicou-se somente à crônica da vida artística. Sérgio casou-se com Dirce Pimentel de Araújo e com ela teve três filhas, lhes deram os nomes de Gisela, Ângela e Solange.




Frases de Stanislaw Ponte Preta 

“O sol nasce para todos. A sombra para quem é mais esperto”

“Se mosquito fosse malandro, mordia antes e zunia depois”

Tirando a própria mulher, a gente deve recomendar tudo aquilo que experimentou e gostou

“Mais inútil do que um vice-presidente”

“Basta ler meia página do livro de certos escritores, para perceber que eles estão despontando para o anonimato”

“O mal do Brasil é ter sido descoberto por estrangeiros” (Deputado Índio do Brasil, Assembleia do Rio)”.

No ano de 1968, Stanislaw escreveu seu último livro, e neste mesmo ano foi vítima de um envenenamento em seu café, no intervalo de um dos shows que havia criado. Logo após este incidente, teve seu terceiro enfarte.







Fontes:

seuhistory.com
wikipedia.org
google.com
skoob.com.br
infoescola.com
zonacurva.com.br
"Sei personaggi in cerca d'autore",  peça escrita em 1921 pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello.


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Luigi Pirandello



Seis personagens à procura de um autor conta a história de  seis personagens que, rejeitadas por seu criador, tentam convencer o diretor da companhia a encenar suas vidas.


No início, o diretor fica perturbado por ter seu ensaio interrompido, mas aos poucos começa a interessar-se pela situação inusitada que se apresenta diante de seus olhos. As personagens o convidam a encenar suas vidas, mostrando que mereciam ter uma chance. Com isso, acabam convencendo-o a tornar-se autor.


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As discussões entre as personagens e o diretor compõem uma análise filosófica do teatro. Assim, o peso da peça divide-se entre a narrativa em si, e os aspectos para-textuais, que ganham a cena.

Diretor e personagens discutindo constroem também uma querela de formas de fazer teatro. As personagens, tentando mostrar ao diretor que suas vidas são reais, em relação ao palco, e ele defendendo a relatividade do que está sobre o palco, toma como parâmetro a vida "real". A peça entra, assim, em um outro aspecto: torna-se um estudo metalinguístico do teatro, a arte discutindo a si mesma. A forma de representação proposta pelo diretor não é aceita pelas personagens. Não querem ser representadas pelos atores da companhia.


Afinal, como alguém poderia representar melhor a vida de uma personagem do que ela própria?


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Pirandello expõe o processo criativo do autor, como encenar, no palco e como ficção e realidade estão fundidas e se confundem várias vezes na peça, que se inicia com o diretor e atores em um ensaio, quando seis personagens (o Pai, a Mãe, o Filho, a Enteada, o Rapazinho e a Menina) invadem o teatro à procura de um autor, já que este após criá-los os abandonou.

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Apesar das discussões iniciais, o diretor aceita ser dirigir seus dramas. Os personagens anseiam contar seus dramas, cada um defende o seu trauma. A história se resume assim: O Pai deixa a Mãe ir embora com seu ex-secretário a qual ela tinha grande afinidade. Mas ele morre e a Mãe sofre dificuldades financeiras e se torna costureira; a Enteada se prostitui e certa vez o Pai vai à “casa” onde ela trabalha e quase cometem um “incesto”. O Filho foi mandado para o campo e quando volta está frio e distante. Por fim, a Menina se afoga no lago e o Rapazinho se mata com um tiro de revólver. 


No Brasil a primeira montagem no Brasil contou com: Sérgio Cardoso, Cacilda Becker e Paulo Autran. 


Paulo Autran (de óculos), Cacilda Becker e Sérgio Cardoso - TBC 1951



Há outra montagem brasileira, levada ao palco em 1977, dirigida por Paulo José e estrelada por Dina Sfat e Rogério Fróes, com participação de Hélio Ari, Laís Braga, Tiago Santiago.

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Dina Sfat e Paulo José


Fontes:
dejafilho.blogspot.com
wikipedia.org
google.com
qorpus.paginas.ufsc.br

domingo, 29 de setembro de 2019


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No dia 20 de setembro de 1519, cinco navios com 250 homens deixaram o porto de Sanlúcar de Barrameda, no sul da Espanha, em direção ao Atlântico. No comando da nau Trinidad estava o capitão português Fernão de Magalhães. Nem Magalhães ou mesmo seus homens sabiam que a expedição mudaria o curso da história: eles seriam os primeiros a dar a volta ao mundo, um marco que celebra seu quinto centenário.

                                   Fernão de Magalhães




Mas também foi considerado um feito real da resistência humana: a primeira circunavegação do mundo foi um verdadeiro inferno de doenças, fome e violência.

De fato, apenas 18 dos 250 tripulantes retornaram a Sanlúcar três anos depois de deixar o porto. E embora muitos atribuam a Magalhães o crédito de ser a primeira pessoa a circunavegar a Terra, o português não está entre esses 18 sobreviventes. Mas isso não tira o mérito de ser o explorador que idealizou e empreendeu essa dura e histórica jornada.


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Estreito de Magalhães
Na ponta ao sul Cabo Horns



O principal objetivo da viagem não era dar a volta ao mundo, mas alcançar as Ilhas Molucas (ou Ilhas das Especiarias), na Indonésia, e sua riqueza ao longo da rota oeste, que era o que Cristóvão Colombo pretendia quando encontrou o continente americano. Portugal controlava a rota conhecida para o leste através do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Depois de examinar mapas e globos, Magalhães chegou a uma conclusão surpreendente. Ele acreditava que poderia chegar à região mais rapidamente se viajasse na direção oposta, contornando a ponta da América do Sul, através do recém-descoberto Oceano Pacífico, até as ilhas produtoras de especiarias, no arquipélago indonésio.

O extremo sul da América do Sul, incluindo o cabo Horn, o estreito de Drake e as Ilhas Shetland do Sul
Cabo Horns

Mas Manuel 1º, o rei de Portugal, rejeitou a ideia de Magalhães. Assim aquela história que aprendemos na escola de "D.Manuel, o venturoso",  é um tanto enganosa.


Isso não impediu o explorador português, que passou a oferecer seus serviços ao arquirrival de Manuel 1º: Carlos 1º, da Espanha, e 5º do Sacro Império Romano. "Portugal dominou completamente o caminho para o leste, mas não estava interessado em montar uma expedição para o oeste, porque já detinha controle sobre o outro lado.


Assim, o projeto de Magalhães fazia pouco sentido. Mas a Espanha o recebeu muito bem", explica à BBC Mundo Braulio Vázquez, arquivista do Arquivo Geral das Índias, em Sevilha. 

Embora muitos nobres espanhóis suspeitassem de uma expedição sob o comando de um português, Carlos 1º aceitou a proposta de Magalhães. Isso consistia em velejar pelo Cabo Horns, atravessar até as Molucas, embarcar um carregamento de especiarias e retornar pela mesma rota, reivindicando as ilhas para a Espanha.



A expedição chegou em poucos dias nas Ilhas Canárias, abastecendo-se na ilha de Tenerife, passando logo depois pelo arquipélago de Cabo Verde, onde seriam atingidos por uma calmaria que atrasou os navios por algum tempo.



No início de 1520 os navios já se encontravam próximos ao Rio da Prata, onde temporais começaram a atormentar a expedição. Pouco depois da parada designada para os meses de inverno, Magalhães enfrentou um violento motim, que desejava retornar para a Espanha por não acreditar que a viagem fosse obter sucesso.


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Cabo da Boa Esperança


Pouco depois de derrotar a insurreição, o navegador atravessou a região atual da Patagônia, passando a seguir pelo estreito que posteriormente ganharia o seu nome. Apenas em novembro os navios chegariam ao que agora conhecemos como Oceano Pacífico, onde a tripulação começaria a adoecer devido à escassez de alimentação. Em abril de 1521, na região das atuais Filipinas, Magalhães morreria durante um confronto com os nativos. Caberia ao novo capitão, o espanhol Juan Sebástian Elcano (1476 – 1526) comandar as duas caravelas restantes em direção às Ilhas Molucas, aonde chegaram em novembro de 1521, depois de vinte meses de viagem. 

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Sebastião Elcano

O retorno à Espanha se iniciaria no mês seguinte. O Cabo da Boa Esperança, ex-Cabo das Tormentas foi cruzado em maio de 1522, mas o último navio, trazendo a bordo os 18 homens sobreviventes, só chegaria em Espanha no dia seis de setembro.


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Em 20 de setembro de 2019, a aventura fez 500 anos, e incrivelmente ainda hoje existem pessoas que acham que a Terra é plana!
Fontes:

brasilescola.uol.com.br
noticias.uol.com.br
google.com
infoescola.com

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