No dia 20 de maio de 1960 morria, no Rio de Janeiro, o empresário e filantropo Guilherme Guinle, considerado, na primeira metade daquele século, um dos homens mais importantes do Brasil, com extensa folha de serviços públicos prestados ao país.
Nascido no Rio de Janeiro, em 27 de janeiro de 1882, sua família tem origem na imigração francesa, mais exatamente com o patriarca Eduardo Palassim Guinle, nascido em Porto Alegre. Ele se casou com Guilhermina Coutinho da Silva (1854 - 1925), de origem hispano-uruguaio e descendente de italianos. O pai de Guilherme e o sócio Cândido Gaffrée conseguiram em 1882 uma concessão da Companhia Docas de Santos, primeira sociedade aberta do país, criada para operar o maior porto brasileiro.
A família obteve o monopólio e depois realizou a modernização e a operação do porto de Santos ao longo de 92 anos. Com a morte do pai em 1912, Guilherme Guinle assumiu, em 1918, a presidência da Companhia Docas de Santos, cargo que ocuparia por toda a sua vida.
Guilherme Guinle formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1905. Depois, morou na Bahia e envolveu-se na construção de usinas hidrelétricas. De volta ao Rio, fundou o Banco Boavista. Ao longo de sua vida, dedicou-se à atividades filantrópicas e organizou a Fundação Gaffrée Guinle.
Do ponto de vista da cultura, o País também foi muito beneficiado pela família Guinle. Antes de 1922 e da Semana de Arte Moderna, eles patrocinaram uma viagem de nomes da música popular, como Donga e João da Baiana, para um mapeamento musical no Nordeste, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
"Depois eles mandaram Pixinguinha e a banda Os Batutas para uma turnê pela Europa. Ao mesmo tempo, deram dinheiro para o maestro Heitor Villa-Lobos se instalar temporariamente em Paris".
Durante o Estado Novo, Guilherme Guinle ocupou o cargo de vice-presidente do Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, em que se manifestou contrário à participação de capital estrangeiro na exploração de minérios brasileiros e defendeu a criação de uma empresa estatal do setor siderúrgico.
Em 1940, Getúlio Vargas nomeou-o presidente da Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional. Ele participou então das negociações do governo para obter empréstimos para a concretização de tal plano. Obtido o financiamento do Exim Bank, no ano seguinte, criou-se a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), construída em Volta Redonda (RJ). Guinle foi presidente da CSN até 1945.
Posteriormente, em 1942, estatiza as reservas de ferro de Itabira, até então pertencentes a Percival Farquhar, criando no mesmo ano a Companhia Vale do Rio Doce.
Guilherme Guinle
Os Guinle souberam muito bem como lidar com o poder político no Brasil. Foi a relação com o presidente Getúlio Vargas, por exemplo, que permitiu o tranquilo funcionamento do Copacabana Palace.
Inaugurado em 1923 por Octávio Guinle, o hotel deveria ter um cassino nas suas dependências. No entanto, o então governo brasileiro, comandado por Epitácio Pessoa, rói a corda e não permite a instalação do espaço no hotel.
"Getúlio vai ser uma mãe para os Guinle. Quem vai abrir legislação de cassino no país? Getúlio Vargas. Quando acaba o período getulista, o cassino acaba junto", relata Clóvis.
Jorginho Guinle, neto de Eduardo Palassim, foi um dos mais assíduos frequentadores do Copacabana Palace. Nome mais do que conhecido no jet set internacional, o jovem desfilava com naturalidade pela cena hollywoodiana.
Copacabana Palace
"Os problemas começam a acontecer quando o governo do País vai para Brasília. Então, eles perdem contato com o poder, perdem a capacidade de antever o futuro e entram em decadência.
Fontes:
seuhistory.com
google.com.br
atarde.uol.com.br
wikipedia.org
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