quarta-feira, 29 de maio de 2019


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Em 29 de Maio do ano de 1453, acontecia o fato histórico que ficou conhecido como a "Queda de Constantinopla", que significou a destruição final do Império Romano do Oriente. A capital bizantina foi tomada pelo sultão Maomé II, e o último imperador bizantino, Constantino XI, morto. De acordo com alguns historiadores, essa conquista marcou o fim da Idade Média na Europa e também decretou o término do Império Bizantino. Com esta vitória, o império otomano estendeu seus domínios para o Mediterrâneo oriental e os Bálcãs. Constantinopla seguiu como capital do Império Otomano até sua dissolução em 1922. Depois, em 1930, foi oficialmente renomeada Istambul pela República da Turquia. Originalmente, o nome da cidade era Bizâncio, mas mudou para Constantino no ano 330, quando o imperador romano Constantino I tornou esta cidade a capital do Império Romano.


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Constantinopla era, até o momento de sua queda, uma das cidades mais importantes no mundo. Localizada numa projeção de terra sobre o estreito do Bósforo em direção à Anatólia, funcionava como uma ponte para as rotas comerciais que ligavam a Europa à Ásia por terra. Também era o principal porto nas rotas que iam e vinham entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo. Para explicar como uma cidade deste porte caiu em mãos estrangeiras, é preciso voltar a séculos antes de 1453 e detalhar os eventos que enfraqueceram o Império Bizâncio.


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A partir do século III, o centro administrativo do Império Romano tendia a voltar-se mais para o Oriente, por múltiplas razões. Primeiro pela necessidade de defesa das fronteiras orientais; depois porque o oriente havia se tornado a parte econômica mais vital do domínio romano; por fim Roma era uma cidade rica de vestígios pagãos, o que agora era inconveniente num império cristão: seus edifícios, sua nobreza senatorial, apegada à religião tradicional. Assim Constantino decretou a construção de uma nova capital, nas margens do Bósforo, onde havia a antiga fortaleza grega de Bizâncio, num ponto de grande importância estratégica, nas proximidades de dois importantes setores da limes (conjunto de fortificações): a região do baixo Danúbio e a fronteira do Império Sassânida. A nova cidade, que recebeu o nome de Constantinopla, isto é, "cidade de Constantino", foi concebida como uma "nova Roma" e rapidamente tornou-se o centro político e econômico do Império. Sua criação teve repercussões também no plano eclesiástico: enquanto em Roma a Igreja Católica adquiriu mais autoridade, em Constantinopla o poder civil controlou a Igreja. O bispo de Roma pôde assim consolidar a influência que já possuía, enquanto em Constantinopla o bispo baseava seu poder no fato de ser bispo da capital e no fato de ser um homem de confiança do Imperador.

Durante a Quarta Cruzada em 1204, foi capturada pelos cruzados. Em 1261, foi recapturada pelas forças do Império de Niceia, sob o comando de Miguel VIII Paleólogo. Porém Constantinopla não recuperou o antigo esplendor e iniciou a decadência que quase dois séculos depois levaria ao fim definitivo do império.



João VIII morrera em 1448, e seu filho Constantino XI Paleólogo assumiu o trono no ano seguinte. Era uma figura popular, tendo lutado na resistência bizantina no Peloponeso frente ao exército otomano, mas seguia a linha de seu pai na conciliação das igrejas oriental e ocidental, o que causava desconfiança não só entre o clero bizantino como também no sultão Murade II, que via esta aliança como uma ameaça de intervenção das potências ocidentais na resistência à sua expansão na Europa.

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Constantino XI

Em 1451, Murade II morreu, sendo sucedido por seu jovem filho Maomé II Inicialmente, Maomé prometera não violar o território bizantino. Isto aumentou a confiança de Constantino que, no mesmo ano se sentiu seguro o suficiente para exigir o pagamento de uma anuidade para a manutenção de um obscuro príncipe otomano, mantido como refém, em Constantinopla. Furioso mais pelo ultraje do que pela ameaça a seu parente em si, Maomé II ordenou os preparativos para um cerco total à capital bizantina.

Maomé II



Maomé II ordenou que as tropas descansassem no dia 28 de maio para se prepararem para o assalto final no dia seguinte. Pela primeira vez em quase dois meses não se ouviu o barulho dos canhões e das tropas em movimento. Para quebrar o silêncio e levantar o moral para o momento decisivo, todas as igrejas de Constantinopla tocaram seus sinos por todo o dia.

Durante a madrugada do dia 29 de maio de 1453, Maomé lançou um ataque total às muralhas, composto principalmente por mercenários e prisioneiros, concentrando o ataque no vale do Lico. Por duas horas, o contingente superior de mercenários europeus foi repelido pelos soldados bizantinos sob o comando de Giovanni Giustiniani Longo, providos de melhores armas e armaduras e protegidos pelas muralhas. Mas com as tropas cansadas, teriam agora que enfrentar o exército regular de 80 mil turcos.


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O exército turco atacou por mais duas horas, sem vencer a resistência bizantina. Então abriram espaço para o grande canhão, que abriu uma brecha na muralha por onde os turcos concentraram seu ataque. Constantino XI Paleólogo em pessoa coordenou uma cadeia humana que manteve os turcos ocupados enquanto a muralha era consertada. O sultão então lançou mão dos janízaros (elite do exército otomano), que escalavam a muralha com escadas. Mas após mais uma hora de combates, os janízaros ainda não haviam conseguido entrar na cidade.


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Com os ataques concentrados no vale do Lico, os bizantinos cometeram a desatenção de deixar o portão da muralha noroeste semi-aberto. Um destacamento otomano penetrou por ali e invadiu o espaço entre as muralhas interna e externa. Neste momento, o comandante Giustiniani fora ferido e havia sido retirado às pressas para um navio. Sem sua liderança, os soldados gregos lutaram desordenadamente contra os disciplinados turcos. Diz-se que no último momento, o imperador Constantino XI Paleólogo desembainhou a espada e partiu para a luta, e nunca mais foi visto.

Entrada triunfal de Maomé II


Fontes:
wikipedia.org
google.com
seuhistory.com

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