sexta-feira, 10 de março de 2023

D.João


Vamos falar hoje do Primeiro Reinado no Brasil.



Em 1808 a família real portuguesa foge de Portugal para o Brasil, escapando das garras de Napoleão Bonaparte.

Com o rei de Portugal, D. João VI, sua esposa Carlota Joaquina, seus filhos, vieram também muitos séquitos e nobres, com medo do destino que lhes seria reservado em caso de uma invasão francesa em Portugal.

D. João VI transformou o Brasil de uma simples colônia em um dos países do chamado Reino Unido de Portugal, Brasil  e Algarves.





A situação de Portugal naquele momento era muito ruim, pois o país enfrentava uma crise política e econômica em consequência da invasão francesa. Para agravar a situação dos portugueses, o rei d. João VI estava no Rio de Janeiro, distante demais dos problemas da metrópole.

Em agosto de 1810, o exército francês entraria em Portugal novamente. Os franceses apoderaram-se de Coimbra, mas foram obrigados a recuar. Travou-se então prolongada guerra de usura, recorrendo os dois lados à tática de terra arrasada, o que provocou fome e devastação entre os portugueses, mas que também desgastou as tropas napoleônicas. Nessa situação, as tropas francesas começaram sua retirada, em março de 1811, embora só em outubro tenham atravessado a fronteira espanhola.

A burguesia portuguesa, então,  organizou-se nas Cortes, instituição política que se baseou em princípios liberais. Daí nasceu a Revolução Liberal do Porto, que defendia a realização de reformas em Portugal. A grande exigência dos liberais portugueses era que Portugal, e não o Brasil, deveria ser a sede do reino português.

Dentro desse contexto, os liberais portugueses passaram a exigir o retorno do rei para Portugal, no entanto,  D. João VI não tinha nenhuma intenção de fazê-lo. Os portugueses também exigiram que o monopólio comercial fosse restabelecido no Brasil, e essas exigências demonstraram para a elite brasileira o desejo dos portugueses de restaurarem os laços coloniais com a colônia.

O rei português passou a ser ameaçado de ser destituído do trono se não retornasse, e, assim, acabou retornando para Portugal, em 26 de abril de 1821. Seu filho, Pedro de Alcântara, foi deixado no Rio de Janeiro como príncipe regente do Brasil. 





A independência do Brasil aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que o desejo dos portugueses era restabelecer os laços coloniais. Quando a relação ficou insustentável, o separatismo surgiu como opção política, e o príncipe regente acabou sendo convencido a seguir esse caminho.

As Cortes de Portugal tomaram medidas que foram impopulares aqui no Brasil, tais como a exigência do retorno do príncipe regente e a instalação de mais tropas no Rio de Janeiro. Além disso, a relação azedava também porque os portugueses tratavam os representantes brasileiros que iam a Portugal para negociar com desdém.

Quando os portugueses exigiram o retorno do príncipe à Portugal, foi organizado um movimento de resistência contra a medida. Dessa forma, foi criado aqui no Brasil o Clube da Resistência, e o Senado brasileiro recebeu uma carta contendo milhares de assinaturas que defendiam que príncipe ficasse aqui. Dia do Fico 9 de janeiro de 1822.

Em 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, D.Pedro declarou a Independência do Brasil de Portugal, começando assim o Primeiro Reinado.





O Primeiro Reinado no Brasil foi o período em que Dom Pedro I foi Imperador, começando em 1822, logo após a Independência do país, e que durou até 7 de abril de 1831, quando Pedro abdicou de seu trono. A rua 7 de Abril em São Paulo tem esse nome por causa disso.

Os primeiros países a reconhecerem que o Brasil não era mais uma colônia portuguesa foram os Estados Unidos e a Inglaterra. Portugal mesmo só reconheceu em 1825, mediante uma indenização e a garantia de que o Brasil não liderasse ou incentivasse a independência das demais colônias portuguesas.

Mas por que o país virou uma monarquia e não uma república, como o restante das ex-colônias espanholas da América do Sul? Bom, os idealizadores da independência tinham medo de que as terras brasileiras se fragmentassem caso houvesse a instauração de uma república por aqui. Além disso, a elite brasileira era acostumada com as tradições monarquistas portuguesas.

Em 25 de março de 1824, D. Pedro I promulgou a Primeira Constituição Brasileira. A rua 25 de Março em São Paulo recebeu esse nome por causa desse fato.

O imperador, no entanto vinha recebendo muitas críticas da elite brasileira, e sua popularidade vinha diminuindo, culminando como o assassinato de Líbero Badaró, um jornalista que era desafeto de D. Pedro I, e cujo assassinato foi computado ao imperador.

Diversas revoltas se instauraram no Brasil no Primeiro reinado, como a Confederação do Equador e a Revolta Cisplatina, além da imposição de uma Constituição que continha o voto censitário, ou seja, somente aqueles com uma renda mínima anual acima de 100 mil réis e serem maiores de 25 anos. O voto censitário também foi adotado na Constituição americana e francesa.



Como vimos, o governo de Dom Pedro I foi cheio de revoltas e conflitos. Após o episódio de desordem pública nas ruas do Rio de Janeiro, por causa do assassinato do jornalista, a nobreza e o Exército retiraram o apoio ao governo, abandonando o Imperador. Isso fez com que a situação política ficasse insustentável, obrigando Dom Pedro a abdicar do trono.


D.Pedro II




Quem assumiu o cargo foi Dom Pedro II, seu filho. Entretanto, como o primogênito só tinha 5 anos na época, uma Regência governou o país até que ele completasse a maioridade. Esse momento foi chamado de Período Regencial, que durou até 1840, quando o novo Imperador pode tomar o governo, dando início ao Segundo Reinado.

D.Pedro II


Fontes:

stoodi.com.br
brasilescola.uol.com.br
mundoeducacao.uol.com.br
google.com
bndigital.bn.gov.br

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