quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

  

Vamos falar hoje sobre a diferença entre Adjetivo e Advérbio.


O Adjetivo


Vamos começar explicando o que é cada um deles.


Os Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, indicando uma qualidade, defeito, estado, condição, etc. Eles podem aparecer antes ou depois do substantivo.
“Aquele prédio é antigo” – nesta frase o adjetivo é antigo, pois caracteriza o substantivo prédio.


Os adjetivos são classificados em simples, composto, primitivo e derivado.


Adjetivo Simples: apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, escuro.


Adjetivo Composto: apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, castanho-escuro.


Adjetivo Primitivo: palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, belo, alegre, puro.

Adjetivo Derivado: palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: escultor (verbo esculpir), formoso (substantivo formosura).


Logo o adjetivo refere-se ao substantivo dando-lhe uma qualidade ou característica.


Casa bonita - bonita é um adjetivo.
Poderia ser casa feia - feia é outra característica



O Advérbio


Já o Advérbio é toda palavra invariável que acompanha o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, modificando o seu sentido. Ou seja, sua principal função é modificar o verbo.


Ex: - Eu andei depressa - depressa é um advérbio de modo que modifica o verbo (andar). Poderia ser : eu andei devagar; outro advérbio de modo.


Eu corri bastante. Bastante é um advérbio de modo que dá uma característica ao verbo correr.




Modificando um adjetivo:
Na frase :O filme era muito bom, o adjetivo (bom) é acrescido de uma característica do advérbio de intensidade (muito).




Modificando um advérbio:


Ela recebeu-me muito bem. O adverbio de intensidade muito completa o advérbio de modo bem.


Os advérbios sempre expressam uma circunstância ou ideia acessória em relação à palavra a que se referem, são eles:


Lugar: aqui, ali, aí, cá, lá, atrás, perto abaixo acima, dentro fora, além, adiante, etc.


Tempo: agora, já, ainda, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, etc.


Modo: assim, bem, mal, depressa, devagar, e parte dos vocábulos terminados em mente – ex. alegremente.


Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente, etc.


Negação: não, nunca, jamais, etc.


Dúvida: talvez, possivelmente, provavelmente, etc.


Intensidade: muito, pouco, bastante, depois, menos, tão, etc.


Exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas, etc.


Inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda, etc.


Ordem: primeiramente, ultimamente, depois, etc.


Exemplos:


Certamente ele estudará para a prova. (Advérbio de afirmação)
Talvez eu viaje nas férias da faculdade. (Advérbio de dúvida)
Os amigos ficaram bastante preocupados. (Advérbio de intensidade)
Os pais ficaram observando o filho ao longe. (Advérbio de lugar)


Resumindo o Adjetivo modifica o substantivo; e o Advérbio, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio.






Fontes:
brasilescola.uol.com.br
soportugues.com.br
catho.com.br
todamateria.com.br

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024



Elisa Alicia Lynch nasceu em Cork, na Irlanda, em 1834. Depois de um breve casamento, aos 15 anos, com um cirurgião francês, a bela irlandesa conheceria Solano López em janeiro de 1854, em Paris. O herdeiro da dinastia López, já feito general e presidente, fora à Europa adquirir barcos e armas. Lynch e Solano jamais se casariam, devido ao matrimônio anterior de Elisa, mas juntos teriam cinco filhos. Daí ter se tornado conhecida como "madame" ou "La Lynch" e muitas vezes apontada como "cortesã" pelos opositores, críticos do estilo parisiense que impôs ao país, incentivando a música e a arte e concentrando enorme poder, o que a fez acumular inimigos e admiradores.


Eliza Lynch


Não passou despercebida do universo masculino de aventureiros e militares, que prevalecia em Argel, essa bela loira que cavalgava feito experimentado ginete. Muito cedo despertou paixões arrasadoras, em que pese o fato de a jovem Elisa se manter rigorosamente fiel ao seu marido, o oficial Quatrefages. O comandante militar do Segundo Império em Argel, um sedutor coronel do Exército francês e um jovem conde russo, aventureiro declarado, terminaram batendo-se em duelo, na disputa pela atenção da jovem, que insistia em não trair o seu esposo, que, de outro lado, pendia mais para as beneditinas pesquisas de insetos e endemias tropicais do que para as atenções domésticas de marido devotado. Do duelo de amantes não correspondidos resultou morto o comandante militar, tendo vindo a público a paixão desenfreada dos duelistas pela bela Elisa. O resultado não se fez esperar: o introvertido e inseguro capitão Quatrefages pediu a separação da sua esposa que, desolada, regressou a Paris.


Eliza e Solano Lopez



Aos 19 anos, em um baile dado no Palácio das Tulherias por Napoleão III, Elisa conheceu Francisco Solano López, filho do presidente do Paraguai, Carlos Antonio López, de visita em París e grande admirador do imperador, e o irmão deste, Benigno.

Este decidiu trazê-la consigo para o Paraguai, onde, segundo ele, ela se tornaria a Imperatriz da América Latina. Forte apoiadora das estratégias de guerra, insistia na posição do Paraguai contra a Tríplice Aliança. Fontes contrárias a ela fundamentam que todos os saques contendo luxuosidades ficassem em seu poder. Outras fontes sugerem que Elisa era implacável com os inimigos.



No Paraguai há um sentimento popular que Elisa foi uma mulher bondosa e que fazia ações de caridade ajudando vítimas da controversa Guerra do Paraguai. Fontes asseguram que ainda teve fôlego para cavar a sepultura do marido após ele ser morto em ataque sofrido na etapa final da Guerra do Paraguai e também de um filho morto na mesma ocasião.

Alguns historiadores afirmam que foi ela quem levou Solano López a entrar na guerra.


Eliza Lynch



Após ser aprisionada, ela foi levada a bordo de um navio chamado Princesa para Assunção, onde foi banida da nação pelo recém-criado governo provisório, constituído por paraguaios que lutaram a favor das forças aliadas e contra o exército de López. Ela voltou para a Europa com seus filhos restantes; e depois de cinco anos, e sob promessas do então presidente paraguaio Juan Bautista Gill de que seria respeitada, ela decidiu retornar ao Paraguai para se estabelecer lá e tentar reivindicar sua antiga propriedade. Ao chegar, no entanto, ela foi julgada e banida do país permanentemente pelo presidente Gill. Foi durante esses eventos que ela escreveu seu livro.

Gill, na verdade, a trouxe de volta para tentar descobrir onde Solano Lopez tinha escondido o suposto ouro da campanha da Guerra do Paraguai.

Elisa é tida por alguns como uma meretriz e interesseira, e que levou o Paraguai a uma guerra suicida contra três nações. Outros a rejeitavam por não ter se casado com Solano Lopez, embora se saiba que foi ele que nunca quis o casamento, uma vez que a união dela com o antigo marido foi feita na Igreja Protestante, não reconhecido pela Igreja Católica.







Eliza Lynch morreu na obscuridade em Paris em 25 de julho de 1886. Mais de cem anos depois, seu corpo foi exumado e trazido de volta ao Paraguai, onde o ditador general Alfredo Strossner a proclamou heroína nacional. Seus restos mortais estão agora localizados no cemitério nacional "Cementerio de la Recoleta".



Túmulo de Eliza Lynch




Elisa Lynch acompanhou as tropas paraguaias, vestindo uniforme de coronel do Exército, exercendo as funções de enfermeira-chefe, bem como revisando a construção de trincheiras e supervisionando o abastecimento dos soldados. Chegou a residir, muitas vezes, com os seus cinco filhos nos acampamentos do Exército paraguaio, a fim de não abandonar o seu companheiro nas duras fainas da guerra. Organizou o que seria então o núcleo inicial do serviço secreto paraguaio, constituído por indígenas totalmente fiéis a ela, infiltrados no Exército e nas fileiras inimigas. Pouco antes de falecer Solano López, Elisa teve a tristeza e o orgulho de ver o seu próprio filho primogênito, jovem coronel, morrer combatendo heroicamente contra as tropas brasileiras.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
ricardovelez.com.br
folha.uol.com.br
elnacional.com.py

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

 Hoje vamos falar de verbos defectivos e abundantes.





VERBOS DEFECTIVOS:


Vejamos abaixo a definição:

Pode-se dizer que os VERBOS DEFECTIVOS tem comportamento contrário ao dos verbos abundantes, pois enquanto estes apresentam mais de uma forma verbal para representar um mesmo modo, tempo e pessoa, aqueles apresentam uma ausência de algumas formas verbais, ou seja, não possuem determinadas formas conjugadas.


Vejamos os exemplos:

Verbo PARTIR (regular, 3ª conjugação, conjugado no presente do indicativo)
EU - parto
TU - partes
ELE - parte
NÓS - partimos
VÓS - partis
ELES - partem




Verbo ABOLIR (irregular, 3ª conjugação, defectivo, conjugado no presente do indicativo)
EU - ???
TU - aboles
ELE - abole
NÓS - abolimos
VÓS - abolis
ELES - abolem




Verbo COMER (regular, 2ª conjugação, conjugado no presente do indicativo)
EU - como
TU - comes
ELE - come
NÓS - comemos
VÓS - comeis
ELES - comem


Verbo REAVER (irregular, 3ª conjugação, defectivo, conjugado no presente do indicativo)
EU - ???
TU - ???
ELE - ???
NÓS - reavemos
VÓS - reaveis
ELES - ???






Os verbos defectivos impessoais não têm sujeito. Além dos verbos que manifestam fenômenos naturais, o verbo haver (no sentido de existir) e o verbo fazer (no sentido de tempo decorrido) são verbos impessoais e, assim, são normalmente conjugados na 3.ª pessoa do singular.

Exemplos:

Anoitece mais tarde no verão.

Trovejou durante todo o dia.

Venta muito naquela cidade.

Portanto o correto é: Houve muita gente na festa. e NÃO houveram muita gente...

O correto é: Faz muitos anos que não vou à São Paulo, e NÃO Fazem muitos anos....


Os VERBOS ABUNDANTES são um dos tipos de verbos irregulares existentes na língua portuguesa. Como o próprio nome já diz, os verbos irregulares são aqueles que se diferenciam dos demais verbos pois não seguem regularmente as conjugações a que pertencem. Ou se diferenciam nas terminações, como é o caso dos verbos anômalos, ou não apresentam alguma forma verbal como é o caso dos verbos defectivos, ou podem ser, ainda, VERBOS ABUNDANTES, ou seja, apresentam mais de uma palavra correspondente à mesma forma verbal.

DEFINIÇÃO:


VERBOS ABUNDANTES são aqueles verbos irregulares que apresentam mais de uma forma de conjugação, ou seja, apresentam duas ou mais formas equivalentes para o mesmo tempo e pessoa.
A incidência de verbos abundantes se dá especialmente na forma do particípio do verbo, pois temos dois tipos de particípio, um com a forma regular, ou seja, com as terminações ADO, IDO, ADA e IDA, e um com a forma irregular, ou seja, com terminações diferentes destas previstas.





Na Nova ortografia da Língua Portuguesa


Vejamos alguns exemplos de verbos que possuem duas formas no particípio, ou seja, VERBOS ABUNDANTES:







ENCHER - enchido, cheio
FIXAR - fixado, fixo
CORRIGIR - corrigido, correto
ACENDER - acendido, aceso
ACEITAR - aceitado, aceito
ELEGER - elegido, eleito
ENTREGAR - entregado, entregue
EXTINGUIR - extinguido, extinto
FRITAR - fritado, frito
EXPELIR - expelido, expulso
LIMPAR - limpado, limpo
MATAR - matado, morto




Fontes:
infoescola.com/portugues
google.com
portugues.com.br
todamateria.com.br

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024



O incêndio na Vila Socó foi um incêndio de grandes proporções que atingiu a favela de Vila Socó, em Cubatão, no estado de São Paulo, na madrugada entre os dias 24 e 25 de fevereiro de 1984. O número oficial de mortos é de 93 pessoas, o que é contestado.

No dia 24 de Fevereiro de 2024, a tragédia completou 40 anos.





Antecedentes

A Vila Socó, que ficava à margem da via Anchieta sobre uma faixa de mangue de aproximadamente 2 000 m x 80 m, tinha pouco mais de 6 mil habitantes distribuídos em cerca de seiscentos barracos, segundo dados de autoridades na época. Por outro lados, sobreviventes estimaram em até 12 mil o número de moradores e entre 1 200 e 2 500 a quantidade de barracos que compunham a favela. Boa parte da favela era sustentada por palafitas fincadas por quase todo o mangue. Os barracos eram ladeados por pontes (ou passarelas) de madeira, construídas para a circulação dos moradores.

Incêndio:


O incêndio foi causado por vazamento de combustíveis de oleodutos que ligavam a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ao terminal portuário da Alemoa.

Pouco antes do incêndio, 700 mil litros de gasolina vazaram de um duto de uma refinaria da Petrobrás localizada próximo à região, o que contribuiu para seu início. Não se sabe se o fogo foi causado por uma faísca de um fósforo ou um curto-circuito.


Relatos da época dizem que alguns moradores armazenaram em suas casas garrafas com gasolina, que acabaram contribuindo para que o incêndio ficasse fora de controle. O produto se espalhou sob as palafitas com a movimentação das marés e cerca de duas horas depois do vazamento, aconteceu a ignição seguida de incêndio. O fogo se alastrou por toda a área alagadiça superficialmente coberta pela gasolina, incendiando as moradias de madeira.


O incêndio começou por volta da meia noite, na madrugada entre os dias 24 e 25 de fevereiro de 1984, na favela de Vila Socó, em Cubatão, no estado de São Paulo. Um dos primeiros bombeiros a chegar ao local foi o coronel reformado da Polícia Militar, José Marques Trovão Neto, que comentou que não tinha ideia da dimensão do incêndio, onde viu "muita tristeza": "Os moradores nos procuravam para irmos até os barracos deles e nós íamos até lá e estavam mulheres, crianças, bebês todos carbonizados. Foi muito triste". O fogo atingiu 1,2 mil barracos, matando 93 pessoas e deixando 3 mil desabrigadas, segundo dados oficiais.






Investigação

O acidente teve destaque em toda a imprensa. Investigações posteriores confirmaram que uma falha de comunicação entre um funcionário da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e uma das pessoas responsáveis pela operação de um dos terminais da estatal, localizado no Porto de Santos, foi a provável causa do incêndio, Naquele dia, seria transferida uma grande quantidade de gasolina para o terminal, interligado com a refinaria por dutos que passavam debaixo da favela. Tempo antes do desastre, quando milhares de litros de gasolina começavam a ser transportados por um dos dutos, estava totalmente fechada uma válvula do terminal, que deveria estar aberta para receber o combustível. Isso possivelmente causou uma forte pressão no duto, culminando no seu rompimento e, consequentemente, no vazamento de cerca de 700 mil litros de gasolina, que se espalharam rapidamente pelas lamas do mangue. Assim, em poucos instantes, um fogaréu se alastrou por toda a favela. Também não foi descartada a hipótese de má conservação dos dutos, construídos nos anos 40, e sem manutenção há anos.





Com relação ao socorro às vítimas, houve um fator agravante: ao ser alertada por moradores logo no início do incêndio, a Petrobras declarou que não poderia tomar nenhuma decisão até a chegada de seu engenheiro responsável, que residia em Santos. Segundo um tenente da Polícia Militar, que coordenava os socorros na favela, a espera de mais de uma hora pela chegada do profissional complicou ainda mais os trabalhos de busca. A atitude da Petrobras foi classificada como de negligência.







Os números oficiais do incêndio são de 93 mortos, conforme apuração da Polícia Militar. Entretanto, são contestados por entidades e testemunhas que vivenciaram o episódio. Segundo eles, o número de vítimas poderia chegar a quatrocentos, já que informações paralelas às oficiais relatavam que mais de trezentas pessoas, em sua maioria crianças, desapareceram após a tragédia.

Como informou, Dojival Vieira dos Santos, advogado e na época vereador, hoje membro da Comissão da Verdade da OAB de Cubatão (CVOC), relatou o encontro que teve naquela ocasião com moradores da Vila Socó, os quais afirmaram que o número de mortos era muito maior do que o divulgado.





Ele informou ainda que, segundo sobrevivente que trabalhou no resgate dos corpos, de três a quatro corpos eram colocados em cada caixão. "Isso confirma o que dissemos ao longo desses 30 anos: de fato houve a manipulação do número de mortos para reduzir o impacto da tragédia. Ou seja, o número de mortos foi muito maior, mas ninguém foi punido", esclarece Vieira.

Segundo documentos inéditos obtidos pelo Jornal da Band em 2014, o número total de vítimas fatais pode ser de 508.

O pior é que tragédia como essa geram grande impacto e indignação na época, mas depois ficam esquecidas e não servem nem para prevenir outras tragédias.



Oito funcionários da empresa foram condenados em primeira instância e absolvidos depois de recursos. Em junho de 2014, a Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo reabriu o caso para apurar responsabilidades de dirigentes da Petrobras e da Prefeitura Municipal de Cubatão.

As péssimas condições ambientais da cidade, com níveis extremos de poluição do ar, da água e do solo, transformaram-na em símbolo mundial de degradação do meio ambiente. Em setembro de 1984, seria decretado estado de emergência ambiental no município, o primeiro caso no Brasil.



Fontes:

www.sindipetrolp.org.br
www.al.sp.gov.br
wikipedia.org
google.com
memorialdademocracia.com.br

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Era Vitoriana




A Era Vitoriana foi o período em que reinou a rainha Vitória, de junho de 1837 até janeiro de 1901. Foi uma época marcada pelo poder da Inglaterra, que se tornou o país mais rico do mundo por meio do colonialismo e da industrialização. Reconhece-se também que a cultura de maneira geral, especialmente a moda, a literatura, a música e a arquitetura, recebeu grande destaque. Por outro lado, foi também um período de grande desigualdade social, já que a população mais pobre não tinha acesso a todo esse apogeu inglês.




"Era Vitoriana foi o período em que reinou a rainha Vitória, de junho de 1837 até janeiro de 1901, data de sua morte. O final da era coincide com a Belle-Époque na Europa. A Inglaterra de Vitória dominava ¼ do mundo, e a industrialização trouxe avanços tecnológicos e de renda para parte do país. Assim, as taxas de natalidade subiram no período."





O inicio da era Vitoriana foi um período bastante puritano, onde as mulheres eram bastante recatadas e aparência vulnerável. As cores eram claras e o espartilho uma recomendação médica em crianças a partir de 3 anos. Já adulta as mulheres usavam uma série de corpetes, anáguas, armação de saia e um longo vestido. Ao saírem de casa levavam ainda um pesado xale e um bonnet na cabeça.







O estilo vitoriano ditava que os homens deveria buscar o conforto com elegância e o ponto de referência era se vestir como o príncipe Albert, marido da rainha Vitória. Calças retas que facilitavam o movimento e peças discretas, de cores escuras, colete e casaca.


O chapéu era peça obrigatória e descobrir a cabeça nas ocasiões corretas, como diante de uma dama ou de uma autoridade, fazia parte da etiqueta. Como símbolo de riqueza, o relógio de bolso era fundamental.

Para contrapor o estilo do século XVIII, as barbas, bigodes e costeletas eram bem vistas e faziam parte da toilette masculina. Igualmente, as bengalas eram populares, inclusive entre os mais jovens, que as usavam para adquirir mais respeitabilidade.






Quem estava à frente do reino era a Rainha Vitória (1819-1901) e seu esposo, o príncipe Albert (1819-1861). Ambos consagraram o modelo de pais exemplares, cristãos devotos e soberanos imparciais em assuntos políticos.





No entanto, os críticos observam que a Era Vitoriana representou a consagração do pensamento conservador e hipócrita. Enquanto a burguesia desfilava a última moda pelas ruas de Londres, milhares de operários morriam de tuberculose em casas insalubres.




Os principais nomes da literatura vitoriana são Oscar Wilde, George Eliot, Charles Dickens e as irmãs Charlotte, Emily e Anne Brontë.

A literatura do período pode ser divida entre os romances onde se narravam os gostos e hábitos da burguesia que se enriquecia e autores que se dedicaram à ficção científica.

Um dos escritores que captaram as contradições da Era Vitoriana foi o romancista Charles Dickens (1812-1870), cuja introdução do seu livro “Um conto entre duas cidades” resume estes anos:


Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado.


Dickens mostraria o duro cotidiano das crianças da classe operária em sua obra "Oliver Twist".

Destacam-se os autores que se dedicaram a escrever histórias de terror e suspense como Mary Shelley (1797-1850) explorando os limites da ciência em sua obra "Frankenstein".

Igualmente, é desta época o célebre detetive Sherlock Holmes e seu assistente Watson, de Arthur Conan Doyle (1859-1930), que percorriam as escuras ruas londrinas para desvendar crimes.





Fontes:

brasilescola.uol.com.br
modahistorica.blogspot.com
todamateria.com.br

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

 Rota das especiarias das Índias.


A procura por um caminho para chegar às Índias foi uma obsessão dos grandes navegadores do século XVI.



No século XVI, um quilo de cravo-da-índia valia o mesmo que 7 g de ouro. Mas depois ele foi sendo cultivado em várias regiões do mundo, como na Ilha Madagascar e em Granada. No Brasil pode ser encontrado na Bahia.





Na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI) as especiarias eram muito valorizadas na Europa, pois não podiam ser cultivadas neste continente em função do clima. O surgimento e crescimento da burguesia também aumentou a demanda por produtos considerados de luxo na época, como, por exemplo, as especiarias.

No século XV, os comerciantes de Gênova e Veneza, cidades italianas, tinham o monopólio destas especiarias. Compravam no Oriente, principalmente na Índia e China, e vendiam com alta porcentagem de lucro no mercado europeu. Estas especiarias eram levadas para Europa através da rota do Mar Mediterrâneo, dominada pelos comerciantes italianos.

O que havia de sofisticado e exótico no mercado europeu vinha do Oriente. Eram pedras preciosas, como esmeraldas da Índia, safiras e pérolas do Ceilão e rubis de Burma; sedas, damasco e musselinas; ervas medicinais e as famosas especiarias. Este termo genérico referia-se a uma quantidade enorme de produtos, desde os condimentos usados no preparo, aromatização e conservação dos alimentos, até as drogas, tintas, perfumes, cosméticos e unguentos. A variedade era tão grande que um catálogo comercial do século XIV chegou a listar nada menos que 288 especiarias diferentes, entre as quais, onze tipos de açúcares, variadas ceras, borrachas e cola – a goma arábica.

De todas as especiarias, os condimentos eram os mais importantes, mais caros e também os mais difundidos.

A pimenta encabeçava a lista dos artigos mais procurados. Vinha do oeste da Índia, e Sumatra produzia a de melhor qualidade. Em segundo lugar aparecia a canela, procedente do Ceilão, seguida da noz-moscada das ilhas de Banda e, por fim, o cravo, produzido exclusivamente nas ilhas Molucas. O mais curioso é que o preço elevadíssimo das especiarias, especialmente dos temperos, não impedia seu consumo generalizado, pois, ao contrário das mercadorias de luxo, podiam ser adquiridas em pequeninas quantidades, Por isso se tornavam acessíveis até aos grupos sociais menos favorecidos.

Açafrão

Na Europa antes da descoberta dessas especiarias, os alimentos eram comidos quase sem nenhum tempero, a não ser o sal. Como dissemos acima essas especiarias não se desenvolviam em solo europeu devido ao clima frio.

Curry, erva-doce, pimenta, coentro,  açafrão, cominho, canela


Um dos fatores que mais contribuiu para que Portugal e Espanha descobrissem o caminho para as Índias foi a expansão marítima desenfreada e os interesses mercantilistas dos dois países. Em Portugal, a Escola de Sagres fez com que este objetivo fosse atingido com pioneirismo. Além de Sagres, havia o estímulo do governo português para que toda a atenção dos navegadores se voltasse ao périplo africano, ou seja, a viagem contornando a costa da África que acabaria resultando no caminho para as Índias.





Tentando encontrar um caminho que levasse rapidamente às especiarias indianas, as expedições lusas avançaram milhas e milhas na direção sul da costa africana. Pontos cada vez mais distantes foram atingidos como os Açores, Madeira e Cabo Verde.

Entretanto, outros navegadores também tentavam descobrir atalhos que os levassem às Índias. Bartolomeu Dias, em 1488, chegou ao Cabo das Tormentas, hoje Cabo da Boa Esperança, que ficava no extremo do meridiano africano. Isso demonstrava que existia uma passagem para o Oceano Índico.

Dez anos mais tarde, o navegador português Vasco da Gama, descobriu o caminho marítimo para as Índias.

Com isso o monopólio de Veneza e Gênova foi quebrado e os produtos ficaram mais baratos.



Fontes:

comidarjce.wordpress.com
5.pucsp.br/maturidades/sabor_saber
suapesquisa.com
infoescola.com
rotasdeviagem.com.br

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024



Hoje vamos falar das diferenças entre análise sintática e análise morfológica.








Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais.


Morfo (forma) logos (estudo) - é a parte da gramática que estuda as palavras observadas isoladamente. É o estudo da estrutura e formação das palavras, suas flexões e sua classificação. A esses elementos que formam a palavra dá-se o nome de elementos mórficos ou morfemas.

Sintaxe é a parte que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração.
Agora, referimo-nos a sujeito, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, predicado, entre outros.

Do grego syntaktikós, (que põe em ordem).

Para melhor entendermos o que foi dito, tomemos como exemplo as seguintes orações:

A manhã está ensolarada 
Agora faremos a análise morfológica de todos os seus termos:

A - artigo
Manhã - substantivo
Está - verbo (estar)
Ensolarada - adjetivo

Quanto à análise sintática, temos:

A manhã - Sujeito simples

Está ensolarada - predicado nominal, pois o verbo proposto denota estado, logo é um verbo de ligação.
Ensolarada - predicativo do sujeito, pois revela uma característica (qualidade) sobre o mesmo.

Marcos e Paulo gostam de estudar todos os dias.

Morfologicamente temos:

Marcos - substantivo próprio
Paulo - substantivo próprio
Gostam- verbo (gostar)
De - preposição
Estudar - verbo no infinitivo (forma original)
Todos- pronome indefinido
Os- artigo definido
Dias- substantivo simples

sintaticamente:

Marcos e Paulo - sujeito composto (dois núcleos)
Gostam de estudar todos os dias- predicado verbal
De estudar - objeto indireto (complementa o sentido do verbo)
Todos os dias - adjunto adverbial de tempo.


Fontes:
significados.com.br
infopedia.pt
brasilescola.uol.com.br

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

"Nasço


Se serei o herói de minha própria vida, ou se essa posição será ocupada por alguma outra pessoa, é o que estas páginas devem mostrar. Para começar minha vida com o começo de minha vida, registro que nasci (conforme me informaram e acreditei) numa sexta-feira, à meia-noite. Notaram que o relógio começou a bater as horas e comecei a chorar simultaneamente. Considerando o dia e a hora de meu nascimento, a parteira e algumas mulheres sábias do bairro, que tinham um vivo interesse em mim meses antes de qualquer possibilidade de nos conhecermos pessoalmente, declararam, primeiro, que eu estava destinado a ser infeliz na vida; e, em segundo lugar, que teria o privilégio de enxergar fantasmas e espíritos; ambos os dotes inevitáveis, como elas acreditavam, a toda infeliz criança de qualquer gênero, nascida nas primeiras horas de uma noite de sexta feira."

(David Copperfield - Charles Dickens - Cap.1)

Esse longo romance do escritor britânico Charles Dickens, o meu exemplar tem 762 páginas, narra a sua própria .





Dickens usa incidentes de sua vida para criar um enredo, uma concentração de mundos morais e sociais numa tela ampla para contar sua história a partir do seu personagem-título, olhando para trás, sobre os altos e baixos da sua longa vida. O romance é uma crítica social de Dickens a uma sociedade vitoriana que tinha muito poucas salvaguardas contra os maus-tratos aos pobres e, em particular, nos seus centros industriais.

Charles Dickens


A razão para este cenário é o fato de Dickens ter nascido na cidade de Portsmouth, Inglaterra, em 1812. Quando criança, ele mudou-se para Chathan, onde viveu uma infância agradável. Muitas cenas de sua infância estão entrelaçadas ao longo desse romance em particular. As habilidades de escrita de Dickens são óbvias. Um livro que pode ser lido por todas as pessoas, um romance fácil de entender, em que a escrita se move rapidamente. Rico em metáforas. Um clássico que, segundo alguns de seus grandes leitores, pode ser considerado o seu melhor trabalho.

Vamos ao romance? Em uma pequena cidade da Inglaterra, David nasceu em uma sexta feira à meia-noite, que é considerado um sinal de má sorte. O pai de David morreu antes de conhecer seu filho. David encontra apoio em sua mãe e em sua governanta, Peggoty. A mãe de David, no entanto, sente a necessidade de ter um marido após ficar viúva. e, em seguida, se casa com Mr. Murdstone, um homem severo e insensível. Eles também acolhem em sua casa a irmã de Mr. Murdstone. Na convivência diária, os Murdstones tentam afastar o garoto. Um colégio interno seria a solução. Até que o inevitável acontece. Numa briga entre o Sr. Murdstone e David, o menino acaba mordendo a mão do seu “padrasto” após levar uma surra dele. E seu destino acaba sendo um colégio interno.


"Ele me levou para meu quarto devagar, com gravidade, tenho certeza de que tinha prazer naquele cortejo formal de execução da justiça, e quando chegamos lá, de repente torceu minha cabeça debaixo do braço. – Senhor Murdstone! – exclamei para ele. – Não! Imploro que não me bata! Eu tentei aprender, mas não consigo aprender quando o senhor e a senhorita Murdstone estão perto. Não consigo mesmo! – Não mesmo, David? – ele perguntou. – Vamos tentar isto aqui. Ele apertou minha cabeça como num torno, mas eu girei em volta dele de alguma forma e o detive por um momento, pedindo que não me batesse. Foi apenas por um momento que o detive, porque ele me dominou pesadamente um instante depois e no mesmo instante peguei entre os dentes a mão com que ele tapava minha boca e mordi. Sinto meus dentes só de pensar nisso. Ele então me bateu como se quisesse me espancar até a morte. Por cima de todo o barulho que fazíamos, ouvi quando subia uma escada, gritando, ouvi minha mãe gritando, e  Peggotty. Então ele saiu e trancou a porta por fora, eu caído, febril, acalorado e machucado, dolorido, raivoso em minha fragilidade, no chão."
                                                                    (p.54)




Finalmente, ao se mudar para o colégio interno em Salem House, que é dirigido por um homem chamado Mr. Creakl, David conhece novos amigos, entre eles: James Steerforth, um colega que vai se tornar seu maior amigo e companheiro, e Tommy Traddles. Dickens exibe um contraste entre esses dois personagens. A única coisa em comum que compartilham é a sua estreita amizade com David Copperfield. Charles Dickens mostra essas diferenças através de seus olhares, personalidades e os resultados finais de suas vidas.

A mãe de David morre juntamente com sua filha recém-nascida, e David volta para casa, onde os Murdstones o colocam para engarrafar vinhos. Trabalhando num cenário absolutamente inóspito, acaba conhecendo o Sr. Micawber, um homem com muitos problemas financeiros. Quando Micawber deixa Londres para escapar dos seus credores, David Copperfield resolve procurar a irmã de seu pai, a senhorita Betsey Trtwood. Ele caminha muitos quilômetros para chegar ao seu objetivo.

A senhorita Betsey envia David a uma escola dirigida por um homem chamado Dr. Strong. David vai morar com o Sr. Wickfield e sua filha, Agnes, enquanto ele frequenta a escola. Agnes e David tornam-se melhores amigos. Entre os pensionistas de Wickfield, encontra-se um sujeito chamado Uriah Heep, um jovem que se parece com uma cobra e que tem o costume de se envolver em assuntos que não são da sua conta. Após a graduação David procura Peggotty, que agora está casada. David reflete qual a profissão que ele deveria seguir.





Outro ponto explorado no livro é a relação entre marido e esposa, que alcançam a igualdade no relacionamento. Dickens nos dá como exemplo o casamento dos Strongs para mostrar que os casamentos podem ser felizes sem que nenhum dos cônjuges seja subjugado ao outro. Por outro lado, Dickens didaticamente nos mostra as tentativas do Sr. Mudstone de “melhorar o caráter” da mãe de David Copperfield, esmagando o seu espírito, o que a leva à morte. Para isso, a deixa mansa e sem voz por causa do seu temperamento abrasivo e imperioso e do seu caráter dominador.

"– Minha falecida e amada esposa amava seu segundo marido, minha senhora – disse o sr. Murdstone – e confiava inteiramente nele. – Sua falecida esposa, meu senhor, era uma criança totalmente alheia, infeliz e sem sorte – disse minha tia, sacudindo a cabeça para ele. – Isso é que ela era. E agora, tem mais alguma coisa a dizer? – Apenas o seguinte, senhorita Trotwood – ele retomou. – Estou aqui para levar David de volta, incondicionalmente, para dispor dele como achar conveniente e lidar com ele como achar certo. Não estou aqui para fazer nenhuma promessa, nem me comprometer com ninguém. A senhora talvez pretenda proteger o menino em sua fuga e em suas reclamações. O modo como se comporta, que devo confessar não parece nada propício, me leva a achar que isso é possível. Agora, quero alertar a senhora que, se proteger o menino desta vez, terá de proteger para sempre e em tudo; caso se coloque entre ele e mim agora, esse passo, senhorita Trotwood, será definitivo. Não estou brincando e ninguém brinca comigo. Estou aqui pela primeira e última vez para levar o menino embora. Ele está pronto para ir? Senão, e a senhora me diz que não, por algum motivo, não me importa qual, minhas portas estão fechadas para ele daqui por diante e as suas, tenho certeza, se abrem para ele." (p.179)

Ao longo do romance, Dickens critica a visão da sociedade apoiada na riqueza e nas classes sociais como medidas de valor de uma pessoa. Dickens usa Steerforth, que é rico, poderoso e nobre, para mostrar que esses traços são mais propensos a corromper do que a melhorar o caráter de uma pessoa. Nessa época havia certa tendência em ver a pobreza como um sintoma de degeneração moral, e as pessoas pobres, e deficientes físicos como merecedoras desse sofrimento. Dickens, por outro lado, simpatiza com os pobres e implica com o fato de que suas aflições resultam da injustiça da sociedade e não de suas próprias falhas.


"Isso foi dirigido ao garçom que, de longe, estivera muito atento ao nosso reencontro e avançou então, muito atencioso. – Onde você pôs meu amigo, o senhor Copperfield? – disse Steerforth. – Como disse, meu senhor? – Onde ele está dormindo? Qual é o número do quarto dele? Sabe do que estou falando – disse Steerforth. – Bom, senhor – disse o garçom em tom de desculpas. – O senhor Copperfield está atualmente no 42, sim, senhor. – E o que você acha da ideia – retorquiu Steerforth – de pôr o senhor Copperfield num quartinho em cima do estábulo? – Ora, a gente não sabia, meu senhor – replicou o garçom, ainda se desculpando –, que o senhor Copperfield era exigente. Podemos colocar o senhor Copperfield no 72, meu senhor, se for preferível. Ao lado do seu. – Claro que seria preferível – disse Steerforth –, e faça isso imediatamente.'' (p.240)

Dickens não pinta um quadro moral preto e branco, mas mostra que a riqueza e a classe social são indicadores não confiáveis ​​de caráter e moralidade. Dickens nos convida a julgar seus personagens com base em suas ações e qualidades individuais, e não na mão que o mundo cruel os trata.




A história narra a passagem de David para a vida adulta, e seu envolvimento com as pessoas que encontra, levando-o a rever sua vida. Uma dessas pessoas era Peggotty, a fiel ex-caseira de sua mãe, sua família e a sobrinha órfã Little Emily, que vive com eles e encanta o jovem David. O romântico e independente amigo de David, Steerforth, seduz e desonra Emily, desencadeando a maior tragédia do romance, e a filha de seu chefe, a angelical Agnes Wickfield, torna-se sua confidente. Dois personagens próximos de David são o eterno devedor Mr Wilkins Micawber, e o fraudulento Uriah Heep, cujos deslizes são eventualmente descobertos por Micawber. Micawber é retratado como um personagem simpático, apesar de o autor deplorar sua inabilidade financeira, e, como ocorrera na realidade com o pai de Dickens, é aprisionado por suas insolvências.

Uma das características de Dickens é fazer descrições rápidas sobre o destino de suas personagens; Dan Peggotty leva Little Emily para uma nova vida na Austrália; acompanhando-os estão Mrs. Gummidge e os Micawbers; em busca de segurança, todos encontram felicidade na sua nova vida. David inicialmente casa com a bela, mas ingênua Dora Spenlow, mas ela morre após um aborto. David, finalmente, casa com a sensível Agnes, que secretamente o amava e descobre a felicidade. Eles têm muitos filhos, incluindo uma filha chamada Betsey Trotwood.

"E aqui termina a minha história escrita. Olho para trás – uma vez mais –, pela última vez, antes de fechar estas páginas. Vejo a mim,   ao lado, percorrendo a estrada da vida. E nessa viagem, vejo nossos filhos e amigos à nossa volta; e escuto o rumor de muitas vozes, não indiferentes a mim. Que rostos são mais nítidos para mim na multidão que passa? Oh, estes todos que se voltam para mim quando faço a pergunta a meus pensamentos. Eis minha tia, com óculos fortes, uma velha com mais de oitenta anos, mas ainda ereta, caminhando com firmeza nove quilômetros de uma vez em pleno inverno. Sempre ao lado dela, ali vem Peggotty, minha boa babá, igualmente de óculos, acostumada a costurar à noite muito perto do lampião, mas nunca trabalhando sem um pedaço de cera de vela, uma fita métrica numa casinha e uma caixa de costura coma figura da Saint Paul na tampa. As faces e braços de Peggotty, tão firmes e vermelhos em meus dias de criança, quando eu me perguntava por que os pássaros não a bicavam em lugar das maçãs, estão enrugados agora. E seus olhos, que podiam sombrear todo seu rosto em torno, estão mais brandos (embora brilhe mais ainda). Mas seu áspero indicador, que um dia associei a um ralador de noz-moscada, continua o mesmo, e quando vejo meu filho menor o agarrando quando dá seus primeiros passos de minha tia até ela, penso em nossa saleta em casa, quando eu mal sabia andar. A velha decepção de minha tia está aplacada agora: ela é madrinha de uma Betsey Trotwood de verdade; e Dora (a filha seguinte) diz que minha tia a mima."  (p.720)

O romance de Charles Dickens, David Copperfield foi publicado em 19 meses, em forma de série, a exemplo de outras publicações da época, na seguinte distribuição: de Maio de 1849 a  novembro de 1850.


Charles Dickens foi o autor de inúmeros clássicos da literatura inglesa, dentre eles : Oliver Twist; As aventuras do senhor Picwick; Um conto de Natal; Tempos difíceis; um conto de duas cidades....

Dickens nasceu em 7 de fevereiro de 1812 e morreu em 9 de junho de 1870, em plena era vitoriana, período tido como de rigidez dos costumes e enriquecimento da burguesia. Contra tudo isso Dickens se indispunha.

Apesar de não se alinhar ao socialismo ele tinha uma visão critica da desigualdade social.



Fontes:

bonslivrospraler.com.br
wikipedia.org
Dickens, Charles - David Copperfield - trad. José Rubens Siqueira
google.com
infoescola.com

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