quinta-feira, 29 de setembro de 2022

 




Vamos falar do romance "O Bobo" do escritor português, Alexandre Herculano.

Introdução:

"A morte de Afonso VI, rei de Leão e Castela, quase no fim da primeira década do século XII, deu origem a acontecimentos ainda mais graves do que os por ele previstos no momento em que ia trocar o brial de cavaleiro e o ceptro de rei pela mortalha com que o desceram ao sepulcro no Mosteiro de Sahagún. A índole inquieta dos barões leoneses, galegos e castelhanos facilmente achou pretextos para dar largas às suas ambições e mútuas malquerenças na violenta situação política em que o falecido rei deixara o país. Costumado a considerar a audácia, o valor militar e a paixão da guerra como o principal dote de um príncipe, e privado do único filho varão que tivera, o infante D. Sancho, morto em tenros anos na batalha de Ucles, Afonso VI alongara os olhos pelas províncias do império, buscando um homem temido nos combates e assaz enérgico para que a fronte lhe não vergasse sob o peso da férrea coroa da Espanha cristã. Era mister escolher marido para D. Urraca, sua filha mais velha, viúva de Raimundo, conde de Galiza; porque a ela pertencia o trono por um costume gradualmente introduzido, a despeito das leis góticas, que atribuíam aos grandes e até certo ponto ao alto clero a eleição dos reis. Entre os ricos homens mais ilustres dos seus vastos estados, nenhum o velho rei achou digno de tão elevado consórcio. Afonso I de Aragão tinha, porém, todos os predicados que o altivo monarca reputava necessários no que devia ser o principal defensor da Cruz. Por isso, sentindo avizinhar-se a morte, ordenou que D. Urraca apenas herdasse a coroa desse a este a mão de esposa."


Alexandre Herculano


Nascido em Março de 1810, Alexandre Herculano cresceu em Lisboa e acompanhou de perto toda a conjuntura política e social portuguesa e sua complexidade nas primeiras décadas do século XIX. O autor estudou no colégio dos Oratorianos e preparou-se para frequentar a Universidade, mas não pode devido a problemas financeiros.

Com isto, Herculano estudou Matemática e frequentou a Aula do Comércio na Escola Naval, o que o permitiu dar início à sua carreira comercial que não foi tão duradoura. Também frequentou a aula de Diplomática na Torre do Tombo, desenvolvendo suas habilidades como historiador (CATROGA, 1998). Sempre foi muito próximo dos conhecimentos literários, estudando diversos idiomas e também frequentando os salões literários da Marquesa de Alorna.






Publicado pela primeira vez em 1843, O bobo foi um romance histórico de autoria de Alexandre Herculano cuja trama gira em torno do desejo de vingança do bobo da corte, chamado D. Bibas, contra Fernão Peres da Trava, conde castelhano amante da rainha portuguesa D. Tereza. Ao longo do romance, além de descrições contextuais sobre o ambiente medieval português e alguns membros da nobreza. No âmbito romântico, dois cavaleiros inimigos, um português e outro castelhano, lutam pelo amor da mesma dama da rainha, chamada Dulce, que amava o cavaleiro português. No âmbito político, os personagens que lutam pelo trono são a rainha e seu amante contra o infante Afonso Henriques. Neste entremeio, alguns cavaleiros e nobres são apresentados e também desempenham seus papéis fundamentais no desenrolar do conflito, assim como o personagem que dá nome ao romance, D. Bibas. Iniciado na vida monástica, da qual desistiu, D. Bibas decidiu tornar-se truão de D. Henrique, antigo marido de D. Tereza. Devido ao seu ofício, este personagem circulava por toda a hierarquia social colocada, fazendo seus jograis e julgando a todos durante as festas do palácio. Em uma noite após um sarau, fez um jogral contra o conde da Trava e seu cavaleiro, fato que levou Fernão Perez a ordenar que o bobo fosse castigado com açoites. Depois de tamanha humilhação, o bobo decidiu se vingar contra o conde e seu cavaleiro, sendo que o caminho encontrado para tal foi a oportunidade que teve para destruí-lo no conflito definitivo que iria estabelecer quem teria o poder sobre Portugal. D. Bibas tinha conhecimento de uma passagem secreta entre o castelo de Guimarães, onde se encontravam a rainha e seus aliados, até o lado de fora da fortaleza, onde estavam o príncipe e seus partidários. Ele revelou esta passagem aos cavaleiros do príncipe, fazendo com que pudessem vencer o conflito e, por consequência, vingando-se contra o conde e seu cavaleiro, que perderam o poder. Este último foi morto em combate pelo cavaleiro português apaixonado por Dulce.






Chefe da Torre do Tombo, Alexandre Herculano tem acesso privilegiado aos factos históricos a partir dos quais escreve um romance espantoso, cheio de luz e de ironia. Inicialmente publicado na revista O Panorama em 1843, O Bobo saiu, depois de revisto e ampliado, em volume numa edição póstuma, em 1878. Nesta obra o autor evoca uma época conturbada da gestação da nacionalidade portuguesa, ao situar o romance no ano de 1128, dias antes da batalha de S. Mamede em que o exército de D. Afonso Henriques defronta o de sua mãe, D. Teresa. Ficamos, assim, a par das tramas medievais e da estratégia usada por cada um dos exércitos, bem como a razão do ódio que D. Afonso Henriques sente pelo conde Peres de Trava, amante de sua mãe. A figura central do enredo acaba por ser D. Bibas, o bobo. Alguém que todos menosprezam e que, aparentemente, nada vale mas que, fazendo uso da sua alma esperta, nos dá a conhecer, com o seu riso diabólico e as suas sátiras, as intrigas, os ódios e as vaidades presentes no Castelo de Guimarães, berço de Portugal.



Fontes:
wikipedia.org
google.com
anpuh.org.br
pt.wikisource.org
resumos.netsaber.com.br

terça-feira, 20 de setembro de 2022

 Os 18 do Forte.


Em 5 de julho de 1922, deu início a chamada revolução tenentista com a revolta do Forte de Copacabana.


Tenentes Eduardo Gomes, Mário Tamarindo Carpenter, Newton Prado, o civil Otávio Correa e um soldado não identificado. Foto: Zenóbio Couto.


A revolta dos 18 do Forte foi um movimento político-militar, considerado o primeiro grande marco do movimento tenentista. O nome desse acontecimento está associado ao número de pessoas que resistiram até o fim do confronto: 17 militares e 1 civil.

Octavio Corrêa, ginete, (pessoa que cavalgava bem),  brasileiro muito rico e que fazia sucesso em Paris, estava à frente dos rebeldes militares da revolta do forte de Copacabana. Trajando chapéu, terno e gravata levava o fuzil na mão quando apenas 18 heróis enfrentaram oito mil militares, em 1922.

A revolta iniciou em 5 de julho de 1922 e foi encerrada no dia seguinte, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O palco principal da revolta foi o Forte de Copacabana.

Nessa data, tenentes do Exército Brasileiro se organizaram em oposição ao governo recém-empossado de Artur Bernardes e ao processo eleitoral vigente.


Artur Bernardes





Os militares estavam insatisfeitos com a República, controlada pelas oligarquias agrárias de Minas Gerais e São Paulo — a conhecida política do café com leite, em que o poder estava centralizado nas mãos dos cafeicultores e fazendeiros e mineiros e paulistas se alternavam no governo.

O movimento foi liderado pelo tenente-coronel Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca.






No dia 5 de julho, o Forte de Copacabana foi bombardeado fortemente a mando do governo. Euclides Hermes da Fonseca e Siqueira Campos receberam um telefonema do Ministro da Guerra, solicitando a rendição do militares. Dos 301 militares que estavam no forte, renderam-se 272. O capitão Euclides Hermes saiu do forte para negociar com o Ministro da Guerra, e acabou sendo preso. Os que permaneceram no forte sob o comando do tenente Siqueira Campos, não bombardearam a cidade como o plano inicial, mas saíram em marcha pela Av. Atlântica, porém alguns militares abandonaram a revolta e restaram apenas 18 militares. No fim da marcha, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes ficaram feridos além de dois soldados, o restante morreu em combate desigual.

A revolta, no entanto, encadeou outras revoltas, que levaram ao golpe de 1930, onde Getúlio Vargas tomou o poder, iniciando o Estado Novo e a ditadura Vargas (1930-1945).


Fontes:

infoescola.com
ead.pucpr.br
google.com
amazon.com.br

terça-feira, 13 de setembro de 2022

 Morreu o cineasta frado suíço Jean - Luc Godard.

Godard foi o pioneiro no chamado nouvelle vague. Ele nasceu em 3 de dezembro de 1930 em Paris.




Dirigiu vários filmes de sucesso como "Prenom Carmen" de 1983; "A bout de soufle"   de 1959, "Alphaville" de 1965.




O aclamado diretor realizou mais de 40 longas-metragens ao longo de 70 anos de carreira, além de curtas-metragens, documentários experimentais, ensaios cinematográficos e vídeos de música.


Genial, criativo, polêmico, irrequieto e prolífico são alguns dos adjetivos atribuídos ao cineasta.

O diretor morreu hoje na Suíça, segundo o jornal La Libération
ele morreu de suicídio assistido, uma prática legalizada na Suíça.

Segundo fontes da família, ele não estava doente, mas muito exausto. Foi uma decisão dele, afirma familiares. Ele tinha 91 anos.





Fontes:
g1.globo.com
google.com
wikipedia.org

domingo, 11 de setembro de 2022









‘Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
 Brinca o luar – dourada borboleta; 
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta. 

‘Stamos em pleno mar... Do firmamento
 Os astros saltam como espumas de ouro...
 O mar em troca acende as ardentias 
– Constelações do líquido tesouro...

 ‘Stamos em pleno mar... Dois infinitos 
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
 Qual dos dois é o céu? Qual o oceano?...

 ‘Stamos em pleno mar... Abrindo as velas 
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares, 
Como roçam na vaga as andorinhas...


Os versos acima fazem parte do belo poema "O navio Negreiro", do poeta baiano Castro Alves.

Escrita em 1870 na cidade de São Paulo, a poesia relata a situação sofrida pelos africanos vítimas do trafico de escravos nas viagens de navio da África para o Brasil. Ela é dividida em seis partes com metrificação variada.

Esse poema épico relata a vida dos escravos, tirados à força de sua terra e de sua família e entulhados num ambiente fétido e insalubre que eram os navios negreiros que os traziam para o novo mundo.

Essa gente era amontoada junto de outras pessoas com idiomas e costumes diferentes, que tinham em comum terem vindas do continente africano e os maus tratos e violência que todos eram submetidos.

Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Um sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...


  Negras mulheres, suspendendo às tetas
 Magras crianças, cujas bocas pretas
 Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas,
 No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 


E ri-se a orquestra irônica, estridente...
 E da ronda fantástica a serpente
Faz doidas espirais... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... 


Presa nos elos de uma só cadeia,
 A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece,
 Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 








Na quarta parte do poema, o poeta descreve a horrível cena que se passa no convés do navio: uma multidão de negros, mulheres, velhos e crianças, todos presos uns aos outros, dançam enquanto são chicoteados pelos marinheiros.
A descrição é longa, feita em seis estrofes.

As principais imagens são as dos ferros que rangem formando uma espécie de música e da orquestra de marinheiros que chicoteiam os escravos. A relação entre a música e a dança com a tortura e o sofrimento dão uma grande carga poética à descrição da cena. No final quem ri da dança insólita é o próprio Satanás, como se aquele fosse um show de horrores feito para o diabo.


Existe um povo que a bandeira empresta 
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!... 
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, 
Que impudente na gávea tripudia? 
Silêncio, Musa... Chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!... 
Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança, 
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...





O poeta questiona qual a bandeira que hasteada nesse navio é a responsável por tal barbaridade. É uma retomada da segunda parte do poema. Se antes a bandeira não importava, pois o que se ouvia era a poesia e o canto, agora ela é essencial diante do sofrimento que o navio carrega.

O que se vê hasteada é a bandeira do Brasil, pátria do poeta. O sentimento de desapontamento é grande, ele realça as qualidades do seu país, a luta pela liberdade e toda a esperança que reside na nação e que agora é manchada pelo tráfico de escravos.



Sentimento de liberdade, nacionalismo ufanista, denúncia social e busca de uma identidade nacional, são algumas das principais caraterísticas da poesia abolicionista de Castro Alves.

Além de descrever aspectos do navio de escravos, Castro Alves apresenta também a natureza circundante (o mar, o céu, o luar).

Numa narrativa vibrante e com uma linguagem expressiva, o autor vai aos poucos denunciado as precárias condições dos escravos. Dessa forma, ele vai tecendo diversas críticas a esse sistema tão desumano.



Fontes:
culturagenial.com
todamateria.com.br
coletivoleitor.com.br
google.com

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Ela foi a soberana do antigo maior império que já existiu na terra, o Império Britânico. Dizia-se que devido ao seu tamanho o sol nunca se punha em todo Império.



Rainha Elizabeth II



Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em Mayfair, Londres, no dia 21 de abril de 1926. Foi a primeira filha de Albert Frederick Arthur George e de Elizabeth Bowes-Lyon, Duque e Duquesa de York, posteriormente, Rei George VI e Rainha Elizabeth (A Rainha Mãe).


Rei Jorge VI e rainha Elizabeth I  (mãe)




Quando Elizabeth nasceu, a coroa estava em poder de seu avô George V, que foi o primeiro membro da dinastia de Windsor, a ser coroado. Elizabeth era a terceira na linha sucessória da coroa, atrás de seu tio Edward e de seu pai George. Elizabeth e sua irmã Margareth foram educadas em casa, por tutores.


Rainha Elizabeth com 3 anos





Em 1936 com a morte de seu avô, ascende ao trono, seu tio Rei Edward VIII, que abdicou antes de um ano, para casar com uma norte-americana divorciada, levando ao trono o Rei George VI, que assumiu o trono em 11 de dezembro de 1936. Com 10 anos, Elizabeth torna-se a primeira na linha sucessória ao trono. A partir de 1951, enquanto o rei esteve doente a princesa Elizabeth já o representava em diversos compromissos oficiais.


Elizabeth Aos 7 anos



Casamento e Coroação

Em 20 de novembro de 1947, Elizabeth casa-se com Philip Mountbatten, seu primo distante, filho do príncipe Andrew da Grécia, que ela conheceu quando estava com 13 anos de idade. O casamento foi realizado na Abadia de Westminster. Depois de casados passaram a residir em Clarence House, em Londres. O casal teve 4 filhos, Charles (1948), Anne (1950), Andrew (1960) e Edward (1964).


Rainha Elizabeth, seu marido príncipe Phillip, entre ambos o príncipe Charles.


O Império Britânico já não é o que era no passado, no entanto a rainha Elizabeth ( chamada de Isabel, por alguns) é a soberana além do reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) de mais 14países no mundo inteiro.

São eles:   

Canadá, Bahamas, Belize, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Jamaica, Antígua e Barbuda, Santa Lucia, Granada, Ilhas Salomão, Tuvalu, Papua-Nova Guiné, Austrália e Nova Zelândia.



A rainha Elizabeth II tem graves problemas de saúde devido a sua idade avançada, e morreu hoje no palácio de Balmoral na Escócia.  A posse na nova primeira Ministra da Inglaterra, Liz Truss pela primeira vez não foi feita no Palácio de Buckingham, mas no Palácio na Escócia.

No twitter da  The Royal Family, eles escreveram:

The Queen died peacefully at Balmoral this afternoon. The King and The Queen Consort will remain at Balmoral this evening and will return to London tomorrow.

Em fevereiro de 2022, a rainha Elizabeth completou 70 anos reinado. O próximo na linha de sucessão é seu filho o príncipe Charles que atualmente está com 73 anos. Ele nasceu em 14 de novembro de 1948.

Príncipe Charles



Fontes:
wikipedia.org
google.com
ebiografia.com
bbc.com
uol.com.br



quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Bicentenário da Independência do Brasil - 07 de setembro de 1822 - 7 de setembro de 2022.




"O destino cruzou o caminho de D.Pedro em situação de desconforto e nenhuma elegância. Ao se aproximar do riacho do Ipiranga, às 16:30 de 7 de setembro de 1822, o príncipe regente, futuro imperador do Brasil  e rei de Portugal, estava com dor de barriga." ¹


" A montaria usada por D.Pedro nem de longe lembrava o fogoso alazão que, meio século mais tarde, o pintor Pedro Américo colocaria no quadro 'Independência do Brasil' . "²


Quadro Independência do Brasil
exposto no museu do Ipiranga



D.Pedro partiu de Santos na manhã daquele 7 de setembro, então uma cidade de 4.781 habitantes. Veio de barco pelos rios e canais de águas escuras até Cubatão; um lugarejo com algumas casinhas e uma população que não chegava a 200 habitantes.

Alguns dias antes em 28 de Agosto de 1822, o navio Três Corações atracara no porto do Rio de Janeiro trazendo noticiais de Portugal.

Eram documentos terríveis onde as cortes portuguesas destituíam D.Pedro I do papel de príncipe regente passando a ser somente um mero delegado da corte de Lisboa.

Todos os atos anteriormente editados por ele estavam automaticamente revogados.

A radicalização da corte era perceptível nos discursos em Lisboa, onde D.Pedro era chamado de rapazinho, miserável rapaz e desgraçado.





"A ordem, lida por Maria Leopoldina, a convenceu da necessidade do rompimento com Portugal e, em 2 de setembro, organizou uma sessão extraordinária, assinou uma declaração de independência e a enviou para D. Pedro que estava em viagem a São Paulo. O mensageiro, chamado Paulo Bregaro, alcançou a comitiva de D. Pedro, na altura de São Paulo, quando estavam próximos ao Rio Ipiranga."






A situação econômica do Brasil na época da independência era terrível. O declínio da cana de açúcar, da mineração e o saque dos cofres públicos feito por D. João VI na sua volta à Portugal, destruíram a economia brasileira.

A Independência do Brasil, na verdade, teve como pilares a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808. As melhorias na então colônia foram marcantes, e o Brasil passou a ser a capital do reino unido de Portugal e Algarve.

Com a volta da família real para Portugal, D. João VI deixou seu filho Pedro de Alcântara como príncipe regente do Brasil.

Em 09 de Janeiro de 1822, D.Pedro recusou voltar para Portugal, no que foi conhecido como Dia do Fico.

Intelectuais, comerciantes e membros da maçonaria do Brasil faziam pressão para que o Brasil fosse independente, aproveitando a onda de independência de outros países como EUA, Haiti e México.






Ainda em outubro de 1822, o herdeiro de D. João VI foi aclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil. A sua coroação como o primeiro governante do Império brasileiro ocorreu em dezembro daquele ano, dando início ao período que conhecemos como Primeiro Reinado.

O início do primeiro reinado trouxe o foco de D. Pedro I para a Guerra da Independência, como já apresentado, e também para a construção da nação brasileira. O Brasil surgia como um país independente, sendo uma das poucas monarquias que existia em meio as repúblicas dos continentes americanos. Sua identidade começava a ser fabricada através da elaboração dos primeiros símbolos nacionais, como a Bandeira do Império do Brasil e a melodia do Hino Nacional.


Assembleia constituinte e Constituição de 1824

Outra prioridade de D. Pedro I, que já vinha de planos iniciados em momentos antes da declaração de Independência, era elaborar uma Constituição para o Império do Brasil. O projeto para a primeira constituição brasileira foi elaborado pela Assembleia Constituinte de 1823. Este esboço, no entanto, foi cancelado no meio do caminho, quando em novembro de 1823 o Imperador dissolveu a Assembleia Constituinte. Isto porque ela buscava limitar alguns dos poderes de D. Pedro e ele não estava de acordo com isso.

Em 25 de março de 1824, o Imperador outorgou a primeira Constituição da história do Brasil. A Carta Magna do país carregava traços de conservadorismo e autocracia, cujos principais características foram: estabelecer uma monarquia constitucional e hereditária; o voto censitário (só podiam votar homens que tenham uma renda mínima) e descoberto (não era secreto); a União entre a Igreja e Estado, tendo o Catolicismo como religião oficial; e a separação do Estado em quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.

Sim, isso mesmo, um quarto Poder chamado Moderador! E o que isso significava? O Imperador poderia intervir sempre que houvesse um conflito entre os demais poderes. D. Pedro também era responsável por nomear senadores, poderia dissolver a Câmara, e exercia o direito de aprovar ou vetar decisões do Parlamento.

Relações Internacionais do Brasil recém-independente

Oficialmente, diz-se que o primeiro Estado estrangeiro a reconhecer o Brasil como nação independente foram os Estados Unidos da América em maio de 1824. No entanto, alguns historiadores apontam a Argentina como o primeiro país a reconhecer a independência brasileira ainda em 1823 – o qual normalmente é entendido que este, juntamente com o México, apenas o fez em 1825. Na Europa, o primeiro país a reconhecer o Brasil independente foi a França.

Portugal, por razões óbvias, resistia em aceitar que a sua ex-colônia fosse uma nação tão autônoma e independente quanto ela. E mais uma vez, surgiu a Inglaterra no meio da história para mediar mais um acordo que envolvia Brasil e Portugal. Novamente, tendo interesses comerciais como motivação, o governo britânico sugeriu um pacto entre os dois países.

O Tratado de Paz e Aliança, oficializado em 29 de agosto de 1825, tinha duas condições principais: Portugal reconheceria a independência do Brasil e, em troca, o Brasil pagaria 2 milhões de libras esterlinas, um débito que Portugal possuía com a Inglaterra. Ambos os países aceitaram o acordo, o que representou a última etapa formal no processo de independência do Brasil.

O Brasil hoje é uma nação livre e democrática, a despeito de tentativas vis e inescrupulosas de, vez ou outra, ignorantes e irascíveis tentarem joga-lo num estado de exceção.



Fontes:


¹,²- 1822 - Gomes, Laurentino - 2010 - editora Nova Fronteira
brasilescola.uol.com.br
politize.com.br
google.com
wikipedia.org


sábado, 3 de setembro de 2022

 Vamos falar do objeto direto e do objeto indireto.


Os objetos direto e indiretos complementam os verbos transitivos direto e indiretos.

O Objeto direto não é acompanhado de preposição, liga-se ao verbo de forma direta.


Ex. A professora ensinou a tabuada. O verbo ensinar é um verbo transitivo direto, pois precisa de um complemento.

Ensinou o quê ? ensinou a tabuada. A tabuada é o complemento que se liga diretamente ao verbo ensinar, logo é um objeto direto.

Meu primo coleciona figurinhas.

Colecionar é um verbo transitivo direto. Quem coleciona, coleciona alguma coisa.

Figurinhas é o complemento ligado de forma direta, ou seja sem preposição ao verbo colecionar.


Já o objeto indireto necessita de um complemento.

Ex: Vou telefonar para meu irmão.

Telefonar é um verbo transitivo indireto, pois precisa de um complemento com preposição.

Para meu irmão é um objeto indireto, pois se liga ao verbo telefonar com um complemento, no caso um pronime possessivo.


O aluno agradeceu ao professor.

Agradecer é um verbo transito indireto, pois exige um complemento.

ao professor é um objeto indireto, pois liga-se ao verbo agradecer com uma preposição.



Fontes:

todamateria.com.br

normaculta.com.br

redacaoonline.com.br

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...