domingo, 6 de dezembro de 2020



Um dos líderes da Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, também chamado de Almirante Negro, morria, aos 89 anos, em um dia como este, no ano de 1969, no Rio de Janeiro. Ele liderou a revolta da Chibata, que denunciou o uso sistemático da violência dentro da Marinha do Brasil contra marinheiros de baixa patente. Entre as reivindicações dos rebelados estavam o fim dos castigos físicos contra os marinheiros, melhor alimentação e a adoção da lei de ajustes de horários, aprovada pelo Congresso.




A gota d´água para o movimento foi a punição de 250 chibatadas imposta ao cabo Marcelino Rodrigues, condenado por ferir um marinheiro a bordo do Minas Gerais, embarcação que foi capturada pelos revoltados. No dia 22 de novembro de 1910, o grupo liderado pelo cabo João Cândido tomou o controle do navio, matou o comandante e mais três resistentes ao movimento, causando pânico geral na cidade do Rio de Janeiro. Como o levante havia sido planejado, outros navios aderiram ao movimento: o Bahia, o São Paulo e o Deodoro. Os marinheiros viraram os canhões dos navios em direção ao Rio de Janeiro e forçaram o presidente Hermes da Fonseca a negociar com os rebeldes. A revolta terminou no dia 26 de novembro, com o anúncio de uma trégua: foi prometido o fim dos castigos físicos e também a anistia dos rebeldes.




Porém, depois que os marinheiros entregaram as armas, eles foram traídos pelo governante, que expulsou os revoltosos das Forças Armadas. A traição resultou em outro levante, em dezembro, na Ilha das Cobras. Contudo, esta última não teve grande apoio, e os revoltosos foram massacrados. Dois anos depois, os marinheiros presos que sobreviveram às torturas foram absolvidos. Após as rebeliões, finalmente, o governo deu fim às punições físicas em alto mar e aprovou melhorias na condição de trabalho dos marinheiros. João Cândido, o líder da Revolta da Chibata, conseguiu anistia. Apesar de seu feito heroico, morreu anônimo e pobre, como carregador de peixes no Rio, em 1969. A conhecida música "O Mestre-sala dos mares", de João Bosco e Aldir Blanc, foi composta em homenagem a João Cândido.

A música também presta homenagem a Manoel Olímpio Meira, o Jacaré, que de jangada fez uma viagem de Mucuripe, Fortaleza para a cidade do Rio de Janeiro, para prestar queixas das péssimas condições de trabalho e de vida dos pescadores cearenses.

Mestre Manoel Olimpio de Meira, o Jacaré, Mestre Jerônimo, Tatá, e Mané Preto


Mestre sala dos mares
João Bosco e Aldir Blanc




Fontes:
seuhistory.com
youtube.com
google.com
marsemfim.com.br

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