sábado, 19 de dezembro de 2020




No dia 19 de dezembro era publicado o livro A Christmas Carol, escrito pelo célebre autor inglês Charles Dickens, com ilustrações de John Leech. Trata-se de um dos maiores clássicos natalinos e uma das obras mais conhecidas de Dickens. Após a sua publicação, a história rapidamente se tornou um sucesso.

A trama do livro é em torno da chegada de três espíritos natalinos que visitam um homem avarento, Ebenezer Scrooge, que abomina o período de Natal. Após estes encontros do além, ele se torna uma pessoa generosa e um fervoroso defensor das celebrações natalinas.




Na época Dickens estava endividado e escreveu o livro em menos de um mês.

Capítulo I


"Marley estava morto: para começar. Não há nenhuma dúvida sobre isso. O registro de seu enterro foi assinado pelo clérigo, o escrivão, o agente funerário e o principal enlutado. Scrooge assinou: e o nome de Scrooge era bom em 'Mudança, para qualquer coisa que ele escolhesse para colocar a mão. O velho Marley estava morto como o prego de uma porta."





O personagem central, Ebenezer Scrooge, é um homem avarento que abomina o período natalino. Trabalha num escritório em Londres com Bob Cratchit, o seu pobre, mas feliz empregado, pai de quatro filhos, com um carinho especial pelo frágil pequeno Tim, que tem problemas nas pernas.

Numa véspera de Natal, Scrooge recebe a visita do seu ex-sócio Jacob Marley, morto havia sete anos naquele mesmo dia.



Marley diz que o seu espírito não pode descansar em paz, já que não foi bom nem generoso em vida, mas que Scrooge tem uma chance, e que três espíritos o visitarão.

Capítulo II



"Você é o Espírito, senhor, cuja vinda foi predita para mim?" perguntou Scrooge.

"Eu sou!"

A voz era suave e gentil. Singularmente baixo, como se em vez de estar tão perto dele, estivesse à distância.

"Quem e o que é você?" Scrooge exigiu.

“Eu sou o fantasma do Natal passado.”

"Há muito tempo?" perguntou Scrooge: observador de sua estatura anã.

"Não. Seu passado."




Espírito dos Natais Passados, que leva Scrooge de volta no tempo e mostra a sua adolescência e o início da sua vida adulta, quando Scrooge ainda amava o Natal. Triste com as lembranças, Scrooge enfia o chapéu na cabeça do espírito, ocultando a luz. O espírito desaparece deixando Scrooge de volta ao seu quarto.

Capítulo III



“Eu sou o Fantasma do Presente de Natal”, disse o Espírito. "Olhe para mim!"

Scrooge obedeceu com reverência. Estava vestido com uma simples túnica verde, ou manto, com bordas de pele branca. Esta vestimenta pendia tão frouxa na figura, que seu peito espaçoso estava nu, como se desdenhasse ser protegido ou escondido por qualquer artifício. Seus pés, visíveis sob as amplas dobras da roupa, também estavam descalços; e em sua cabeça não usava outra cobertura senão uma coroa de azevinho, fixada aqui e ali com pingentes de gelo brilhantes. Seus cachos castanho-escuros eram longos e soltos; livre como seu rosto genial, seu olho cintilante, sua mão aberta, sua voz alegre, seu comportamento irrestrito e seu ar alegre. Cingida ao redor de seu meio estava uma bainha antiga; mas nenhuma espada estava nele, e a antiga bainha estava com a ferrugem.


 





Capítulo IV




“Estou na presença do Fantasma do Natal que Ainda Virá?” disse Scrooge.

O Espírito não respondeu, mas apontou para a frente com a mão.

“Você está prestes a me mostrar as sombras das coisas que não aconteceram, mas que acontecerão antes de nós”, prosseguiu Scrooge. "É mesmo, Espírito?"

A parte superior da vestimenta foi contraída por um instante em suas dobras, como se o Espírito tivesse inclinado sua cabeça. Essa foi a única resposta que recebeu.

Embora já estivesse acostumado a companhia fantasmagórica a essa altura, Scrooge temia tanto a forma silenciosa que suas pernas tremiam sob ele, e ele percebeu que mal conseguia ficar em pé quando se preparava para segui-la. O Espírito parou por um momento, observando sua condição e dando-lhe tempo para se recuperar.



O terceiro espírito, o dos Natais Futuros, apresenta-se como uma figura alta envolta num traje negro que oculta seu rosto, deixando apenas uma mão aparente. O espírito não diz nada, mas aponta, e mostra a Scrooge a sua morte solitária, sem amigos.





Após a visita dos três espíritos, Scrooge amanhece como outro homem. Passa a amar o espírito de Natal e a ser generoso com os que precisavam, ajudar seu empregado Bob Cratchit, tornando-se um segundo pai para pequeno Tim.




A influência mais clara de A Christmas Carol é no personagem Tio Patinhas, da Disney, que em inglês se chama Uncle Scrooge. Uma das adaptações mais famosas também é da própria Disney, protagonizada pelo pato avarento e por Mickey, intitulada Mickey’s Christmas Carol, de 1983 (ou "O Natal de Mickey Mouse" na versão brasileira).




Último capítulo

"Scrooge era melhor do que sua palavra. Ele fez tudo e infinitamente mais; e para Tiny Tim, que nãomorrer, ele era um segundo pai. Ele se tornou um bom amigo, um bom mestre e um bom homem, como a boa velha cidade conhecia, ou qualquer outra boa cidade, vila ou bairro do bom e velho mundo. Algumas pessoas riram ao ver a alteração nele, mas ele as deixou rir, e pouco lhes deu atenção; pois ele era sábio o suficiente para saber que nada jamais aconteceu neste globo, para sempre, em que algumas pessoas não se cansassem de rir no início; e sabendo que tais como aqueles seriam cegos de qualquer maneira, ele pensou que seria muito bom que eles franzissem os olhos em sorrisos, assim como a doença em formas menos atraentes. Seu próprio coração riu: e isso foi o bastante para ele.

Ele não teve mais relações com os Espíritos, mas viveu de acordo com o Princípio da Abstinência Total, desde então; e sempre se dizia dele que sabia guardar bem o Natal, se é que algum homem vivo tinha esse conhecimento. Que isso seja dito verdadeiramente de nós e de todos nós! E então, como Tiny Tim observou, Deus nos abençoe, a cada um!"



Fontes:


history.uol.com.br
wikipedia.org
google.com
gutemberg.org
operamundi.uol.com.br

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