sábado, 26 de dezembro de 2020

 Vamos abordar hoje a História da Alfabetização  no Brasil.


A língua escrita que hoje conhecemos teve seus primórdios com os fenícios no século XIII a.C.




Formado por 22 letras o alfabeto fenício foi um dos primeiros alfabetos a ter uma forma rígida e consistente. Presume-se que seus caracteres lineares simplificados se originaram a partir de um alfabeto semítico pictórico ainda não atestado, que teria sido desenvolvido alguns séculos antes no sul do Levante. O precursor do alfabeto fenício provavelmente tinha origem egípcia, como os alfabetos da Idade do Bronze  e Média do sul do Levante lembram os hieróglifos egípcios ou, mais especificamente, um sistema alfabético de escrita encontrado em Uádi Alhol, no Egito central. Além de ter sido antecedido pelo proto-canaanita, o alfabeto fenício também teve como antecessor uma escrita alfabética de origem mesopotâmica chamada ugarítica. O desenvolvimento do alfabeto fenício a partir do proto-canaanita coincidiu com o início da Idade do Ferro, no século XI a.C.

O alfabeto foi descrito como um abjad, uma escrita que não representa as vogais. As primeiras duas letras, aleph e beth deram o seu nome.


Sarcófago de Airã, no Museu Nacional de Beitute.


A representação mais antiga conhecida do alfabeto fenício foi a inscrição do sarcófago do rei Airã, de Biblos, que data no máximo do século XI a.C. Inscrições fenícias foram encontradas no Líbano, Síria, Israel, Chipre e diversas outras localidades até os primeiros séculos da Era Cristã. Os fenícios foram responsáveis por espalhar o uso de seu alfabeto por todo o mundo mediterrâneo.

As sociedades letradas nasceram, segundo Tfouni (2010), entre os séculos V e VI a.C., concomitante ao surgimento do pensamento lógico-empírico e filosófico, da história como disciplina intelectual e da democracia grega.

Alfabetização no Brasil de 1880 a 1980


No período colonial a educação ficava sobre a responsabilidade dos jesuítas da Companhia de Jesus. Eles ajudaram a catequizar os nativos brasileiros e o Padre José de Anchieta criou até uma gramatica do idioma Tupi para auxiliar na tarefa de "cristianizar" os gentios.






Em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as escola dos jesuítas foram todas fechadas, causando uma ruptura no método de ensino.

Após a chegada da Família Real, em 1808, o Brasil apresentou desenvolvimento cultural considerável, mas o direito à educação permanecia restrito a alguns. A vinda da Família Real e mais adiante a Independência (1822) fizeram com que o ensino superior tivesse preocupação exclusiva, em detrimento de outros níveis de ensino, evidenciando o caráter classista da educação, ficando a classe pobre relegada a segundo plano, enquanto a classe dominante expandia cada vez mais seus privilégios.
O objetivo fundamental da educação no Período Imperial era a formação das classes dirigentes.



Durante o Estado Novo (1937-1945) a Educação continuou sendo elitizada. Na Constituição de 1937estava evidenciado o caráter dual da Educação, onde a população mais abastada tinha direito ao ensino público e gratuito, cabendo aos mais pobres o ensino técnico.

Após o fim do Estado Novo, com a redemocratização do Brasil, os direitos à Educação gratuita foi restabelecido.
O período de 1880 a 1980 foi subdividido de 1880 a 1920, que trata da última década do Império brasileiro e os primeiros anos da República, marcado pela disputa entre os métodos sintéticos e analíticos de alfabetização e, 1920 a 1980, marcado pelo ecletismo pedagógico e, principalmente, pela dicotomia entre teoria e prática. 1.1 Período de 1880 a 1920 Neste período, aprender a ler era sinônimo de possibilidade de aquisição de novos e variados conhecimentos: escrever era muito mais um ato de boa caligrafia que um meio de se comunicar. 


Cartilha Caminho Suave - Branca Alves de Lima



Eram tidos como antigos os métodos sintéticos: alfabético ou da soletração, silábico e fônico, e como novo o método analítico da palavração de João de Deus. Segundo o ideário desse período, este seria o método intuitivo e objetivo que auxiliaria na construção de um sistema de educação nacional com vistas a aculturar um povo bárbaro e ignorante que aqui se encontrava (MORTATTI, 2000). Em um país com uma população de 80% de analfabetos, foi instaurada uma lei que proibia o voto dos analfabetos, a Lei Saraiva, de 1882. Assim, com um discurso de incentivo à busca pela escolarização, a elite dominante brasileira já investia na manutenção do poder político e em uma instrução que, reduzida às primeiras letras, inculcava no ideário popular sua inferioridade ignorante em prol da superioridade dos letrados.

Período 1920 a 1980

De acordo com Mortatti (2000), Lourenço Filho (1897-1970), autor do livro Testes ACB (1934), assim como Fernando de Azevedo (1894-1974) e Anísio Teixeira (1900-1971) destacaram-se no cenário educacional com a difusão do Movimento da Escola Nova. Cecília Meireles (1901-1964) cria, no Pavilhão Mourisco no Rio de Janeiro, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil e, ainda que não acreditasse no poder redentor da educação, vislumbrava-a como um meio para a conscientização popular (ZACCUR, 2011). Mortatti (2000) denominou este período como a bússola da educação, visto que, a partir de estudos realizados por Lourenço Filho, organizou-se um manual de aplicação dos Testes ABC, acreditando-se que eram capazes de medir e aferir o nível de maturidade necessário ao processo de alfabetização, e oferecendo, também, modelos de atividades a serem aplicadas aos educandos que necessitavam desenvolver tal prontidão. O objetivo era homogeneizar as salas. Assim, os alunos que possuíam os pré-requisitos aferidos pelos Testes ABC eram direcionados às salas de alfabetização, e aqueles que ainda não se encontravam preparados, eram organizados em salas de pré-alfabetização. 




Nesse período a chamada Educação Libertadora, ou método Paulo Freire tinha seu início com objetivos de unir a alfabetização, a educação com a prática inerente à cada cultura.



O final da década de 1970 foi permeado por movimentos sociais que lutavam em prol da reabertura política, e os anos de 1980 iniciaram com a tão almejada redemocratização do país, com a queda da ditadura. Neste contexto, inicia-se um novo período para o processo de alfabetização, o qual se assume dicotômico e exige do educador, como afirma Nosella (2005), além de competência técnica, também compromisso político e ideológico.

Da esquerda para a direita, Maria Nilde Mascellani, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Nísia Floresta e Fernando de Azevedo 


Após os anos de 1990, além da formação inicial, professores, principalmente da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, passaram a ser assediados com cursos de capacitação. Afinal, se a educação ia mal, o principal responsável, o Estado, com sua vertente neoliberal, empenhava-se por responsabilizar o professor que, na visão estatal, era mal formado e incapacitado tecnicamente e, por isso, não conseguia alfabetizar as crianças que tinham acesso aos bancos escolares. Isto por que, de acordo com dados do IBGE, apenas 83,8% dos educandos concluíam os anos iniciais do Ensino Fundamental no tempo previsto; os demais 16,2% reprovavam ou evadiam antes de chegarem à antiga 4ª série (atual 5º ano do Ensino Fundamental de Nove Anos).





Fontes:
wikipedia.org
google.com
educacaopublica.cecierj.edu.br
portaldeperiodicos.unisul.br
pedagogiaaopedaletra.com
jornalpfinal.blogspot.com

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...