Nos contos de Natal, principalmente sobre a anunciação da vinda do Messias, temos os três reis Magos, Baltasar, Gaspar e Melchior, e a estrela de Belém.
O Natal tal como é comemorado pelos cristãos, católicos, protestantes e evangélicos é hoje uma lenda de acordo com os especialistas em estudos bíblicos. Uma bela e adorável lenda criada para que se cumprissem as profecias segundo as quais o Messias deveria ser da estirpe de Davi, que havia nascido em Belém.
Na verdade, Jesus e toda sua família eram de Nazaré. Todos judeus. A lenda do nascimento de Jesus conta que nasceu no inverno, em uma manjedoura, entre animais que lhe davam calor, adorado por três reis do Oriente que lhe levaram de presente ouro, incenso e mirra.
“Tendo nascido em Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem” (Mt 2.1.20). Como se vê, o Evangelho não enumera nem quantidade, nem nomes. Foi a nossa tradição católica que quis associar cada nação conhecida no tempo de Jesus com um mago do Oriente, criando assim os reis, que representam os povos brancos, negros e amarelos. Os magos do Oriente são representantes de todos os povos (e pessoas) que fazem uma trajetória de encontro íntimo com o Cristo, Menino-Deus, nascido em Belém. Vejamos os detalhes da história.
Melquior, cujo nome quer dizer “meu Rei é luz”, veio de Ur, na Caldeia. É ele quem oferece o ouro;
Gaspar, cujo nome quer dizer “aquele que vai confirmar”, veio do mar Cáspio. É ele quem oferece o incenso;
Baltazar, cujo nome quer dizer “Deus manifesta o Rei”, veio do Golfo Pérsico. É ele quem oferece a mirra.
Mirra é uma planta medicinal, também conhecida como mirra arábica e incenso, que possui propriedades antimicrobianas e adstringentes, que atuam de forma eficaz no tratamento de infecções na pele e na boca.
O ouro era um presente para reis, o incenso purificava os ambientes e a mirra representava a dureza da vida com seus espinhos.
O rei Herodes foi o monarca dos judeus entre os anos de 37 a.C. a 4 a.C. Ele também é conhecido como Herodes, o Grande e Herodes I. Herodes ficou marcado na História por ser uma pessoa sanguinária e um rei odiado pelo povo. Foi ele quem mandou executar os meninos recém-nascidos de Belém (Mateus 2).
Mas quando se pergunta sobre quem foi Herodes, é necessário saber que existem diferentes Herodes citados na Bíblia. Todas as pessoas que tiveram esse nome eram descendentes de Herodes, o Grande. Ele teve muitos filhos e netos, frutos de seus casamentos com várias esposas, sendo o progenitor de um grande clã. Portanto, para falarmos sobre a história do rei Herodes, precisamos definir de qual deles estamos falando.
Sendo assim Jesus nasceu na época de Herodes, o Grande, portanto entre 37 e 4 a.C. (antes de Cristo).
Sobre a estrela de Belém - "Se você ler a Bíblia com cuidado", diz Hughes, ( David Hughes, astrônomo da Universidade de Sheffield) "os Magos viram algo quando estavam em seu próprio país - provavelmente a Babilônia -, então viajaram até Jerusalém e foram falar com o rei Herodes."
Segundo a história, os Magos contaram a Herodes sobre o sinal que tinham visto e, segundo Hughes, "quando saíram de Jerusalém para Belém, eles viram algo de novo".
A melhor explicação de Hughes para essa série de eventos é algo conhecido como conjunção tripla entre Júpiter e Saturno - com os dois planetas aparecendo próximos no céu por três vezes em um curto período.
"Isso acontece quando você tem um alinhamento entre o Sol, a Terra, Júpiter e Saturno", explica Hughes.
Tim O'Brien, diretor-associado do Observatório Jodrell Bank, em Cheshire, sugere que isso teria parecido fora do comum. "É incrível o quanto nossa atenção é atraída quando vemos dois objetos muito brilhantes se juntando no céu", explica.
E uma vez que os planetas se alinhem em suas órbitas, a Terra "ultrapassa" os outros, o que significa que Júpiter e Saturno pareceriam então mudar de direção no céu da noite.
"Naquela época, as pessoas se guiavam muito pelos movimentos dos planetas", diz O'Brien.
O que é ainda mais significativo é que o evento teria ocorrido na constelação de Peixes, que representa um dos signos do zodíaco.
"Você somente teria uma conjunção tripla como essa a cada 900 anos", diz ele, então para os astrônomos da Babilônia há 2.000 anos isso teria sido o sinal de algo muito significativo.
A própria comemoração do Natal em 25 de dezembro deriva de uma festa pagã. Os romanos aproveitaram uma importante festa pagã realizada por volta do dia 25 de dezembro e "cristianizaram" a data, comemorando o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354. Aquela festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti ("nascimento do sol invencível"), era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma. As comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemisfério norte, o solstício não tem data fixa - ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25.
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