quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Vamos repassar algumas regras ortográficas da língua portuguesa, lembrando que todos esses conceitos já foram expostos em postagens anteriores.



1. Acentuação (mudanças após o acordo ortográfico)

A acentuação, por exemplo, muda apenas em algumas palavras específicas, aquelas que possuem ditongos abertos éi, ói e éu e as que antes levavam o acento diferencial.

Os ditongos abertos, a partir dessas novas regras do português, só são acentuados quando são monossilábicos ou oxítonos, como no caso da palavra céu ou da palavra anéis. Entretanto, nas paroxítonas, o acento some de uma vez por todas. Assim, “idéia” vira “ideia”, “heróico” vira “heroico” e “jibóia” vira “jiboia”.

A questão do acento diferencial chega a ser mais simples ainda. Lembra que costumávamos ter, em palavras homográficas (ou seja, de grafia idêntica, mas pronuncia distinta) um acento para denotar isso? Páre, pólo e pêra são exemplos disso.

Hoje, todas essas palavras não devem mais ser acentuadas, pois esse acento simplesmente deixou de existir. Agora, se você quiser distingui-las umas das outras, precisa considerar o contexto de uma frase e não mais o acento diferencial.

Outras duas mudanças de acentuação ocorreram, mas elas também são muito simples de se entender. Quando os verbos ter e ir são utilizados no plural, ou seja, têm e vêm, eles devem ser acentuados para demonstrar isso. E, nos hiatos, como vôo, enjôo e perdôo, os acentos sumiram de vez, dando lugar a palavras como voo, enjoo e perdoo.




2 - Uso do Hífen (acordo ortográfico)

A hifenização das palavras, porém, foi uma mudança polêmica e que ainda confunde muita gente. O hífen deixou de aparecer se o segundo elemento de palavras compostas começar com s ou r, caso em que as consoantes devem ser duplicadas. E também desapareceu quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal diferente.

Ex: autoestrada; antiaéreo; coautor; semiaberto.

Entretanto se as vogais forem iguais continuamos separando.

Ex: anti-inflacionário; anti-higiênico (lembrando que a letra "H" não possui valor e contamos a vogal "I" como inicio da palavra)

Assim, anti-religioso virou antirreligioso e contra-regra virou contrarregra. Agora, se o prefixo termina com r e a palavra seguinte também começa com r, como em super-realista, o hífen continua exatamente onde está.


REGRA GERAL:

Letras iguais, separa com hífen(-).

Ex: anti-inflamatório; anti-higiênico

Letras diferentes, junta.

O “H” não tem personalidade. Separa (-).

O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se juntam com consoantes.



3 - Em vez de ou ao invés de

Outra pegadinha em que costumamos cair ao escrever está na confusão feita entre as expressões “em vez de” e “ao invés de”. Muitas pessoas costumam ter dúvidas, inclusive, se ambas as expressões estão corretas ou se apenas uma delas é válida na língua portuguesa.

Podemos lhe dizer, antes de tudo, que ambas existem e são maneiras apropriadas de se referir a uma ação, todavia, elas têm aplicações muito distintas e não pegaria muito bem se você as confundisse. Por isso, vamos matar de uma vez por todas as suas dúvidas sobre quando é apropriado utilizar cada uma delas para que a partir de agora você não cometa este erro nunca mais.

A expressão “em vez de” significa “no lugar de”, ou seja, deve ser utilizada quando uma coisa substitui a outra, pura e simplesmente. Por outro lado, a expressão “ao invés de” significa “ao contrário de” e só deve ser utilizada quando algo é o exato oposto do que você acabou de mencionar.

Qual é a maneira certa de não errar na aplicação dessas palavras, então? Infelizmente, não há um jeito mais fácil de averiguar se você aplicou o termo correto do que fazendo a substituição.

Por isso, ao escrever uma frase e notar a necessidade do “em vez de”/”ao invés de” verifique se pode substituí-lo por “no lugar de” ou “ao contrário de”. Como agora você sabe exatamente o que essas duas coisas querem dizer, será fácil determinar qual das duas expressões utilizar.


4. Uso da crase

Crases só podem ser empregadas diante de substantivos femininos e nunca, sob hipótese alguma, diante de substantivos masculinos. Portanto, se a palavra que se segue é terminada na desinência -o ou, convencionalmente, for tida como um substantivo masculino, você não deve utilizar a crase;

Toda vez que você estiver escrevendo um texto e nele existir uma menção a algum horário é preciso utilizar a crase. Essa regra vai ajudá-lo a não pecar nunca mais em frase como “às 12h” ou “às 23h”;

Antes de locuções que expressam a ideia de tempo, lugar e modo você pode ter certeza que a crase é necessária. Então se você diz “às vezes” ou “às pressas”, não se esqueça de colocá-la;




5. O uso da vírgula

Outro grande desafio para escritores por aí costuma residir no uso da vírgula. Essa pontuação, tão importante para que nossas frases façam sentido e tenham um determinado ritmo, pode ser a grande vilã nos seus textos se você não souber usá-la bem.

Felizmente, há uma série de regras do português que você pode seguir com relação ao uso da vírgula para prevenir equívocos. Essas regras são:
Sempre deve existir vírgula antes das expressões “mas”, “entretanto”, “portanto”, “logo” e “todavia”, por exemplo. Via de regra, as conjunções precisam ser antecipadas por esse tipo de pontuação para fazer sentido ao longo de um texto;
Todavia, há casos em que as conjunções pedem que vírgulas sejam utilizadas APÓS sua menção em um texto. Esses casos aparecem na utilização de termos como “aliás”, “por assim dizer”, “por exemplo” e “além disso”;
Sempre que você for enumerar mais que dois elementos, a vírgula se faz necessária.

6 - Por que, porquê, porque, por quê

Outra dúvida recorrente é o uso correto de por que, porque...

Por que (separado) usado em perguntas.

Por que a festa foi adiada ?
Por que você não foi à escola ?

Porque (junto) usado em respostas.

Porque estava chovendo.
Porque eu estava doente.


Porquê (junto e com acento)


Porquê (junto e com acento) é usado para indicar o motivo, a causa ou a razão de algo.

Aparece quase sempre junto de um artigo definido (o, os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer junto de um pronome ou numeral.

Porquê pode ser substituído por:
o motivo;
a causa;
a razão.

Exemplos com porquê
Todos riam muito e ninguém me dizia o porquê.
Gostaria de saber os porquês de ter sido mandada embora.



Por quê (separado e com acento)

É usado em interrogações. Aparece sempre no final da frase, seguido de ponto de interrogação ou de um ponto final.

Por quê pode ser substituído por:
por qual motivo;
por qual razão.

Exemplos com por quê
Você não comeu? Por quê?
O menino foi embora e nem disse por quê.

7 - Há, a


Quando se usa há?

A palavra há é uma conjugação do verbo “haver” quando este é impessoal ( não declina - não houve motivos; e NUNCA - não houveram motivos), por isso seus significados mais comuns são no sentido de “existir” (nesse sentido, “ter”) ou, no caso de tempo decorrido, “fazer”. Se você substituir o verbo há por um dos verbos citados acima e isso não alterar o sentido da frase, você já sabe qual a forma correta de escrever.

Veja alguns exemplos:

A meteorologista disse que há muita probabilidade de chuva amanhã.
(A meteorologista disse que existe muita probabilidade de chuva amanhã.)

Para relacionar tempo passado.

Há cinco anos que não te vejo.
Saí há duas horas.
Há duas semanas que não vou trabalhar.

Cuidado com pleonasmos:

Apesar do grande Raul cantar: Eu nasci há dez mil anos atrás...
Há já indica passado, não precisando do advérbio atrás.

Pela norma culta a frase correta seria:
Eu nasci dez mil anos atrás (sem o há); ou
Eu nasci há dez mil anos (sem o advérbio atrás)

Mas no caso do Raul não vamos interferir no talento.


Quando se usa a?

A palavra “a” pode ter diversas classificações dependendo do contexto. Costuma estar em várias locuções e, por isso, seu uso é muito versátil.

Usamos “a” como artigo definido feminino singular, ou seja, para especificar um substantivo feminino em determinado contexto. Já as preposição conectam uma palavra a outra, gerando sentido e estabelecendo uma relação de dependência entre elas. A preposição “a” costuma ser regida por alguns verbos, isto é, eles necessitam dessa preposição para que o enunciado tenha sentido.

Usamos o a para relacionar tempo futuro.

Vou chegar daqui a dez minutos.
Em 2021 vou à Paris.
Daqui a pouco vou jantar.




Fontes:
comunidade.rockcontent.com
infoescola.com
portuguespratico.com
ufla.br
brasilescola.uol.com.br

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