quinta-feira, 31 de dezembro de 2020






No dia 31 de dezembro de 1961 morria, no Rio de Janeiro, o cartunista Péricles de Andrade Maranhão. Ele fez bastante sucesso nos anos 40 e 50 e foi o criador do personagem "Amigo da Onça".


Péricles de Andrade Maranhão


Nascido no dia 14 de agosto de 1924, no Rio de Janeiro, ele começou a carreira em publicações dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, com "As aventuras de Oliveira Trapalhão", publicadas na revista "A Cigarra". 



Em 1943, Péricles passou a trabalhar na revista "Cruzeiro", onde publicou as histórias do "Amigo da Onça", personagem que ganhou grande popularidade no Brasil. Satírico, irônico e crítico de costumes, o "Amigo da Onça" aparece em diversas situações, desmascarando seus interlocutores ou deixando-os em situações embaraçosas. 




O sucesso do personagem, contudo, atormentava Péricles, que mesmo assim desenhou o "Amigo da Onça" durante 17 anos. Com uma personalidade atormentada, o cartunista se matou na noite de 31 de dezembro de 1961 em seu apartamento no Rio de Janeiro, abrindo o gás. Antes, fixou na porta um cartaz com o seguinte aviso: "não risquem fósforos".





Fontes:
history.uol.com.br
google.com
designices.com

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Vamos falar da obra prima do escritor francês Victor Hugo, "Les Miserábles" - Os Miseráveis publicado em 1862.

Victor Hugo


Os Miseráveis é uma história com forte cunho social, mas o enredo, em que um ex-prisioneiro é perseguido sem tréguas por um inspetor fanático, tem elementos de trama policial. Jean Valjean, o herói, foi condenado a trabalho forçado por roubar um pão para a família faminta. Cumpriu pena. Mesmo assim, para fugir de seu perseguidor e se reabilitar, precisou trocar de identidade. Sob disfarce, tornou-se um grande empresário. Promoveu o desenvolvimento da cidade, ajudou a todos que precisavam dele. Mas Javert, o policial, não desistia de lhe seguir os rastros. Vivia no encalço de Jean Valjean. Criava espertas armadilhas para que a verdadeira identidade do ex-condenado fosse revelada. São muitos os episódios dessa história e você ficará à espera do que a página seguinte poderá trazer.





O livro é composto de 5 volumes com o total de 1511 páginas.

Volume 1 - Fantine uma vítima da injustiça e da pobreza.
Volume 2 - Cosette, filha de Fantine resgatada da miséria por Jean Valjean.
Volume 3 - Marius um jovem idealista que se apaixona por Cosette.
Volume 4 -  Idílio da Rua Plumet e epopeia da Rua Saint-Denis.
Volume 5 - Jean Valjean.


Capítulo 1

Jean Valjean Em um dos primeiros dias de outubro, em 1815, antes do pôr-do-sol, um homem viajava a pé. Tinha aparência assustadora. Seria difícil encontrar alguém com aspecto mais miserável. Era forte, de estatura mediana. Parecia ter de quarenta e cinco a cinqüenta anos. Na cabeça, um boné com aba de couro. A camisa, de tecido grosseiro, mal fechada deixava ver o peito cabeludo. Calças esfarrapadas. Sapatos sem meias. Nas costas, um volumoso saco de viagem de soldado. Trazia na mão um cajado de madeira, cheio de nós. Cabeça raspada e barba crescida. O suor e o pó da estrada tornavam sua aparência ainda pior. Chegou à cidade francesa de Digne. Lá, ninguém o conhecia na cidade. Como era hábito na época, passou na Prefeitura para se identificar. Apresentou seu documento, uma espécie de licença, exigida para viajar pelo país na época. Em seguida, procurou a melhor estalagem local, de propriedade de um tal Jacquin Labarre.


A história é passada na França durante o século XIX, os cenários são descritos com extrema riqueza de detalhes. O protagonista, Jean Valjean, é um homem comum que se vê obrigado a alimentar a sua família faminta e, para tanto, rouba um pão da vitrine de uma padaria. O jovem é condenado a cinco anos de prisão por furto e arrombamento. Inconformado com a pena ele tenta fugir e cada vez que é recapturado a pena aumenta até ele ter de cumprir 19 anos.






O passado do rapaz era trágico: Jean ficou órfão de pai e de mãe quando ainda era criança, tendo sido criado por uma irmã mais velha que já tinha sete filhos. Assim que a irmã fica viúva, o irmão torna-se o arrimo da família.

Como tenta inúmeras vezes fugir da prisão e tem um notável histórico de mau comportamento, Valjean é condenado a trabalhos forçados por dezenove anos.



Ao deixar a prisão, é rejeitado por onde passa pois todos o temem devido ao seu passado violento. Jean é expulso de hospedarias e rejeitado em casas particulares quando toca a campainha. Por fim, é abrigado por um bispo, um homem generoso que o acolhe.


Bispo Bienvenu

Valjean, porém, decepciona aquele que o acolheu após roubar castiçais e talheres. Quando é capturado pela polícia, no entanto, recebe o perdão do bispo, que mente para as autoridades ao afirmar que havia dado os objetos de presente para o antigo prisioneiro. A partir desse momento, Valjean resolve mudar de vida, passando a ser um homem honesto e de bem.

O antigo delinquente muda de identidade e torna-se dono de uma fábrica na Alemanha, onde ninguém conhece o seu passado obscuro. Apesar de ter conseguido construir um novo destino, Valjean vive assombrado pela possibilidade de ser reconhecido. O inspetor Javert, um sujeito aficionado pela justiça, anda a sua procura durante diversos anos.



Na fábrica, Valjean conhece a pobre Fantine, uma moça que engravidou de um estudante e foi abandonada. A jovem resolve dar à luz a Cosette, mas precisa deixá-la sob os cuidados dos Thenadièrs. Com o salário que recebia na fábrica enviava mensalmente uma mesada para a menina, sem saber que os responsáveis por cuidar dela a agrediam.


Os Miseráveis , filme de 1998 com Liam Neeson



Quando o supervisor da fábrica descobre o passado de Fantine, demite a moça. Diante de tal cenário, a jovem vê-se obrigada a vender os próprios cabelos, os dentes, e chega a se prostituir. Valjean, quando fica a par da história, decide adotar a menina Cosette e criá-la como filha.

Cosette cresce e casa-se com o jovem idealista Marius. Quando Valjean morre, a filha adotiva manda gravar em seu túmulo a seguinte homenagem:


Dorme. Viveu na terra em luta contra a sorte
Mal seu anjo voou, pediu refúgio à morte
O caso aconteceu por essa lei sombria
Que faz que a noite chegue, apenas foge o dia!


Os Miseráveis filme de 2012
com Russel Crowe, Anne Hathaway, Hugh Jackman

                                 Les Miserábles -  Broadway


O musical baseado no livro de Victor Hugo foi encenado pela primeira vez na Broadway no ano de 1987. É considerado o quarto musical que mais tempo esteve em cartaz na história de Nova Iorque. Les Misérables é uma das peças mais populares do mundo, tendo estreado pela primeira vez em outubro de 1985, em Londres (no teatro Barbican).


Acima de tudo, Os Miseráveis mostram como uma pessoa pode se transformar graças à ação de outra. No caso, a mudança ocorre quando um homem injustiçado recebe de alguém compreensão e generosidade. História de fugas, trapaças e armadilhas, esta também é uma história de amor entre jovens. Aqui são relatados interesses e atitudes muito mesquinhos, mas também grandes gestos de desprendimento e bondade.


Frases marcantes do  livro :

"Morrer não é nada, horrível é não viver".

"Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável".

"A miséria das classes baixas é sempre maior que o espírito de fraternidade das classes altas".

"Mme. Magloire chamava o naturalmente de Vossa Alteza. Um dia, levantou-se da poltrona e foi à biblioteca procurar um livro que estava numa das prateleiras mais altas. Como o Bispo era de baixa estatura, não o alcançou. - Mme. Magloire - disse -, traga-me uma cadeira. Minha Alteza não chega àquela altura".

Et rien n'est tel que le rêve pour engendrer l'avenir. Utopie aujourd'hui, chair et os demain.

(Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.)

A frase mais longa já impressa num livro, com 823 palavras, pertence ao "Os Miseráveis".

Victor Hugo desnuda toda a crueldade da sociedade francesa do século XIX, denunciando sua extrema desigualdade social e seu sistema judiciário tendencioso. O autor alerta que a obra seria necessária enquanto situações semelhantes às narradas no livro perdurassem. Quase duzentos anos depois, no Brasil do século XXI, há semelhança surpreendente com a realidade francesa: mulheres e homens miseráveis, levados à criminalidade pela extrema pobreza e recebendo a punição desproporcional de um sistema judiciário seletivo. 

Presos condenados por crimes leves que passam anos na cadeia com penas desproporcionais por não terem acesso a um sistema de defesa eficiente e gratuito, o que gera cadeias lotadas criando problemas para a sociedade como um todo.




Fontes:
foztarquiniosantos.seed.pr.gov.br
blog.estantevirtual.com.br
culturaagenial.com
youtube.com
google.com
wikipedia.org
notaterapia.com.br
pensador.com
citacoes.in
rdl.org.br

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Vamos falar sobre a peça teatral "A Moratória" de Jorge de Andrade.

Jorge de Andrade



O texto teatral A Moratória, de Jorge Andrade, aborda a ruína de uma família proprietária de cafezais no interior do estado de São Paulo, em decorrência da crise financeira e da produção cafeeira, por volta dos anos de trânsito da década de 1920 para a 1930. Escrita em 1954, encenada pela primeira vez no ano seguinte, a peça emerge como um dos “fantasmas” da infância do autor. A obra constitui um ato de reflexão sobre a realidade paulista em seus aspectos sociais, morais e psicológicos. O tema da decadência dos latifúndios cafeeiro representa o fim de toda uma classe patriarcal e semifeudal de aristocratas sucumbidos à crise econômica de 1929 e a nova ordem social imposta por Vargas em 1930. 



Ao mesmo tempo, focaliza em seu interior o conflito de gerações, o conflito de valores tradicionais em uma sociedade que vive a rápida mudança provocada pelo êxodo rural, pelo dilatamento das cidades e pelas mudanças das elites. Centralizando o conflito está o velho Quim, um coronel à antiga, que vê os filhos e a mulher minguarem, saudosos dos velhos tempos e sem perspectivas de futuro. Ambientada em dois momentos - os anos de 1929 e 1932, antes e depois do desastre econômico, a estrutura dramatúrgica intercala cenas na casa da fazenda e cenas na pequena casa da cidade, onde a família passa a viver dos modestos ganhos dos filhos, especialmente de Lucília, que se torna costureira. 


Esse recurso permite ao autor apresentar o verso e o reverso das situações, justificando comportamentos e projetando expectativas. A alternância entre os dois momentos, mostrados simultaneamente, constitui-se no trunfo maior da arquitetura cênica de A Moratória. 

Peça em três atos e ambientada em dois espaços; uma sala ampla de uma antiga casa grande de uma fazenda de café; e uma sala pequena numa casa modesta para onde a família já sem recursos passou a morar.







Segundo o grande crítico teatral brasileiro Sábato Magaldi, Jorge de Andrade ao adaptar sua peça em dois planos, um no ano de 1929, na crise do café, e outra em 1932 durante a grande crise mundial da queda da Bolsa de Nova York quis deixar bem marcada a queda irremediável da aristocracia rural. Há ironia e quase sadismo na repetição do jogo de esperança e desespero, até que o pano baixe sobre um silêncio mortal. Apenas 1929 seria o retrato da crise, da perda da fazenda com o aviltamento do preço do café. Mas um grupo não morre de uma vez, a não ser pela revolução, e “A moratória” compraz-se em consignar os estertores, a última tentativa de sobrevivência. Procura-se alegar, judicialmente, a nulidade do processo de praceamento, mas uma sutileza jurídica, arbitrária quase na indiferença com que atua, torna vão o esforço. 1932 encerra em definitivo uma fase da vida nacional e “A moratória” sela, na literatura, o processo de decomposição.




A primeira montagem da peça aconteceu no teatro Maria Della Costa em São Paulo com direção de Gianni Ratto, com Monah Delacy, Fernanda Montenegro, Wanda Cosmos e Elísio de Albuquerque, em 1955.






Ao final da peça, com a moratória recusada pelo governo, apesar dos esforços de Olímpio, advogado e noivo de Lucília, que entrou com um último recurso na tentativa de recuperar a fazenda da família da noiva, todos acabam tendo que se conformar com a nova realidade. Lucília então toma para si a responsabilidade de recuperar a dignidade da família.





Com A Moratória, Jorge Andrade inovou a escrita teatral brasileira ao valorizar e se preocupar também com a encenação. A ação da peça acontece em “dois planos que dividem o palco mais ou menos em diagonal”, escreve ele no começo do primeiro ato. O primeiro plano, ou plano da direita, representa a sala da casa da cidade onde eles residem no presente, enquanto o segundo plano, ou plano da esquerda, representa a sala da fazenda em 1929, pouco antes de ir a leilão.



Embora estejam separados pelo tempo e pelo espaço, os planos dialogam entre si. O que acontece num plano reverbera no outro. A princípio, tal recurso poderia causar confusão, mas Jorge Andrade, com sua carpintaria dramática requintada, acentua o drama dessa família através dos contrastes e das semelhanças, e também da complementação das situações e diálogos em curso num e noutro plano. Isto vem para mostrar como a roda da fortuna, ao girar, traz para baixo quem estava por cima, neste caso, os coronéis latifundiários que enriqueceram com o chamado “ouro verde”.

A Moratória é um ótimo exemplo de um drama nacional com um tema nacional, no qual Jorge Andrade retrata, com maestria e lucidez, um importante período de transição na história econômica do Brasil. Essa peça ajudou a consolidar a produção de uma dramaturgia tipicamente brasileira, um teatro que, literalmente, fala a nossa língua, que fala da nossa história, da nossa gente. Leitura indispensável para os amantes da pátria amada.

A moratória - grupo Tapa






Fontes:
passeiweb.com
youtube.com
google.com
faciletrando.wordpress.com
memorialdademocracia.com.br
assistoporquegosto.com.br

domingo, 27 de dezembro de 2020

 


Plural dos Substantivos Simples








a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de s. Por exemplo:

pai - pais
ímã - ímãs
hífen - hifens (sem acento, no plural).

Exceção: cânon - cânones.

b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns. Por exemplo:

homem - homens.

c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es. Por exemplo:

revólver - revólveres
raiz - raízes

Atenção: O plural de caráter é caracteres.

d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is. Por exemplo:

quintal - quintais
caracol - caracóis
hotel - hotéis

Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras:

- Quando oxítonos, em is. Por exemplo:

canil - canis

- Quando paroxítonos, em eis. Por exemplo:

míssil - mísseis.

Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:

répteis ou reptis (pouco usada).

f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras:

- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es. Por exemplo:

ás - ases
retrós - retroses

- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis. Por exemplo:

o lápis - os lápis
o ônibus - os ônibus.

g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras.

- substituindo o -ão por -ões:

Por exemplo:
ação - ações

- substituindo o -ão por -ães:

Por exemplo:
cão - cães

- substituindo o -ão por -ãos:

Por exemplo:
grão - grãos

h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis.

Por exemplo:
o látex - os látex.


Veja o plural dos substantivos compostos nesse blog.


Fontes:
soportugues.com
google.com











Em 27 de dezembro de 1807, foi firmado o Tratado de Fontainebleau segundo o qual a Espanha e a França se comprometeram a atacar e apoderar-se de Portugal, país que, por sua vez, seria dividido em três partes independentes, e sem possibilidade de jamais recair sobre uma mesma pessoa, nem sobre o rei da Espanha. Dessas partes, a Lusitânia Setentrional ficaria nas mãos do reinado de Etrúria; o principado de Algarves (povoado da Espanha) iria para Godoy, e a terceira, correspondente ao centro, entre o Douro e o Tejo (bacias espanholas), seria reservado para as futuras compensações. Como consequência desse tratado, um exército francês, a mando do Duque e general francês Junot, penetrou na Espanha como o pretexto de fazer parte da guerra de Portugal. 


General Junot



Pouco depois atravessaram os Pireneus cinco grupos do exército e outro tanto da reserva permaneceu na fronteira, ficando a Espanha praticamente sob comando de Napoleão.A ocupação da Espanha, sob o pretexto de invadir Portugal, começou a ser realidade, quando, uma vez tomada Lisboa, outros exércitos se apoderaram das localidades espanholas que faziam fronteiras com a França.


Napoleão Bonaparte



Apesar das claras diferenças entre os dois países, eles tinham o inglês como inimigo comum.

Dois anos antes eles se uniram na Batalha de Trafalgar, que culminou na vitória dos britânicos. Na sua tentativa de dominar a Europa, Napoleão havia provado que a invasão das ilhas era impossível, então ele se preparou para isolá-las.

O principal obstáculo para isso foi a aliança tradicional dos ingleses com os portugueses que, além disso, graças ao seu poder naval, fizeram o comércio fluir livremente. Para os espanhóis, a assinatura do tratado teve conseqüências que iam além da simples passagem das tropas.

Napoleão tinha uma agenda oculta e aproveitou a oportunidade para invadir a Espanha. Essa invasão causou uma série de consequências que até tiveram uma grande influência no continente americano.

Portugal apoiava os ingleses e não fez parte do bloqueio naval imposto por Napoleão. Em 1808 D. João VI rei de Portugal fugiu de Lisboa para o Brasil com toda a corte portuguesa.

D.João VI


Fontes:
history.uol.com.br
google.com
maestrovirtuale.com
losojosdehipatia.com.es


sábado, 26 de dezembro de 2020

 Vamos abordar hoje a História da Alfabetização  no Brasil.


A língua escrita que hoje conhecemos teve seus primórdios com os fenícios no século XIII a.C.




Formado por 22 letras o alfabeto fenício foi um dos primeiros alfabetos a ter uma forma rígida e consistente. Presume-se que seus caracteres lineares simplificados se originaram a partir de um alfabeto semítico pictórico ainda não atestado, que teria sido desenvolvido alguns séculos antes no sul do Levante. O precursor do alfabeto fenício provavelmente tinha origem egípcia, como os alfabetos da Idade do Bronze  e Média do sul do Levante lembram os hieróglifos egípcios ou, mais especificamente, um sistema alfabético de escrita encontrado em Uádi Alhol, no Egito central. Além de ter sido antecedido pelo proto-canaanita, o alfabeto fenício também teve como antecessor uma escrita alfabética de origem mesopotâmica chamada ugarítica. O desenvolvimento do alfabeto fenício a partir do proto-canaanita coincidiu com o início da Idade do Ferro, no século XI a.C.

O alfabeto foi descrito como um abjad, uma escrita que não representa as vogais. As primeiras duas letras, aleph e beth deram o seu nome.


Sarcófago de Airã, no Museu Nacional de Beitute.


A representação mais antiga conhecida do alfabeto fenício foi a inscrição do sarcófago do rei Airã, de Biblos, que data no máximo do século XI a.C. Inscrições fenícias foram encontradas no Líbano, Síria, Israel, Chipre e diversas outras localidades até os primeiros séculos da Era Cristã. Os fenícios foram responsáveis por espalhar o uso de seu alfabeto por todo o mundo mediterrâneo.

As sociedades letradas nasceram, segundo Tfouni (2010), entre os séculos V e VI a.C., concomitante ao surgimento do pensamento lógico-empírico e filosófico, da história como disciplina intelectual e da democracia grega.

Alfabetização no Brasil de 1880 a 1980


No período colonial a educação ficava sobre a responsabilidade dos jesuítas da Companhia de Jesus. Eles ajudaram a catequizar os nativos brasileiros e o Padre José de Anchieta criou até uma gramatica do idioma Tupi para auxiliar na tarefa de "cristianizar" os gentios.






Em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as escola dos jesuítas foram todas fechadas, causando uma ruptura no método de ensino.

Após a chegada da Família Real, em 1808, o Brasil apresentou desenvolvimento cultural considerável, mas o direito à educação permanecia restrito a alguns. A vinda da Família Real e mais adiante a Independência (1822) fizeram com que o ensino superior tivesse preocupação exclusiva, em detrimento de outros níveis de ensino, evidenciando o caráter classista da educação, ficando a classe pobre relegada a segundo plano, enquanto a classe dominante expandia cada vez mais seus privilégios.
O objetivo fundamental da educação no Período Imperial era a formação das classes dirigentes.



Durante o Estado Novo (1937-1945) a Educação continuou sendo elitizada. Na Constituição de 1937estava evidenciado o caráter dual da Educação, onde a população mais abastada tinha direito ao ensino público e gratuito, cabendo aos mais pobres o ensino técnico.

Após o fim do Estado Novo, com a redemocratização do Brasil, os direitos à Educação gratuita foi restabelecido.
O período de 1880 a 1980 foi subdividido de 1880 a 1920, que trata da última década do Império brasileiro e os primeiros anos da República, marcado pela disputa entre os métodos sintéticos e analíticos de alfabetização e, 1920 a 1980, marcado pelo ecletismo pedagógico e, principalmente, pela dicotomia entre teoria e prática. 1.1 Período de 1880 a 1920 Neste período, aprender a ler era sinônimo de possibilidade de aquisição de novos e variados conhecimentos: escrever era muito mais um ato de boa caligrafia que um meio de se comunicar. 


Cartilha Caminho Suave - Branca Alves de Lima



Eram tidos como antigos os métodos sintéticos: alfabético ou da soletração, silábico e fônico, e como novo o método analítico da palavração de João de Deus. Segundo o ideário desse período, este seria o método intuitivo e objetivo que auxiliaria na construção de um sistema de educação nacional com vistas a aculturar um povo bárbaro e ignorante que aqui se encontrava (MORTATTI, 2000). Em um país com uma população de 80% de analfabetos, foi instaurada uma lei que proibia o voto dos analfabetos, a Lei Saraiva, de 1882. Assim, com um discurso de incentivo à busca pela escolarização, a elite dominante brasileira já investia na manutenção do poder político e em uma instrução que, reduzida às primeiras letras, inculcava no ideário popular sua inferioridade ignorante em prol da superioridade dos letrados.

Período 1920 a 1980

De acordo com Mortatti (2000), Lourenço Filho (1897-1970), autor do livro Testes ACB (1934), assim como Fernando de Azevedo (1894-1974) e Anísio Teixeira (1900-1971) destacaram-se no cenário educacional com a difusão do Movimento da Escola Nova. Cecília Meireles (1901-1964) cria, no Pavilhão Mourisco no Rio de Janeiro, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil e, ainda que não acreditasse no poder redentor da educação, vislumbrava-a como um meio para a conscientização popular (ZACCUR, 2011). Mortatti (2000) denominou este período como a bússola da educação, visto que, a partir de estudos realizados por Lourenço Filho, organizou-se um manual de aplicação dos Testes ABC, acreditando-se que eram capazes de medir e aferir o nível de maturidade necessário ao processo de alfabetização, e oferecendo, também, modelos de atividades a serem aplicadas aos educandos que necessitavam desenvolver tal prontidão. O objetivo era homogeneizar as salas. Assim, os alunos que possuíam os pré-requisitos aferidos pelos Testes ABC eram direcionados às salas de alfabetização, e aqueles que ainda não se encontravam preparados, eram organizados em salas de pré-alfabetização. 




Nesse período a chamada Educação Libertadora, ou método Paulo Freire tinha seu início com objetivos de unir a alfabetização, a educação com a prática inerente à cada cultura.



O final da década de 1970 foi permeado por movimentos sociais que lutavam em prol da reabertura política, e os anos de 1980 iniciaram com a tão almejada redemocratização do país, com a queda da ditadura. Neste contexto, inicia-se um novo período para o processo de alfabetização, o qual se assume dicotômico e exige do educador, como afirma Nosella (2005), além de competência técnica, também compromisso político e ideológico.

Da esquerda para a direita, Maria Nilde Mascellani, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Nísia Floresta e Fernando de Azevedo 


Após os anos de 1990, além da formação inicial, professores, principalmente da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, passaram a ser assediados com cursos de capacitação. Afinal, se a educação ia mal, o principal responsável, o Estado, com sua vertente neoliberal, empenhava-se por responsabilizar o professor que, na visão estatal, era mal formado e incapacitado tecnicamente e, por isso, não conseguia alfabetizar as crianças que tinham acesso aos bancos escolares. Isto por que, de acordo com dados do IBGE, apenas 83,8% dos educandos concluíam os anos iniciais do Ensino Fundamental no tempo previsto; os demais 16,2% reprovavam ou evadiam antes de chegarem à antiga 4ª série (atual 5º ano do Ensino Fundamental de Nove Anos).





Fontes:
wikipedia.org
google.com
educacaopublica.cecierj.edu.br
portaldeperiodicos.unisul.br
pedagogiaaopedaletra.com
jornalpfinal.blogspot.com

 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020




Durante o dia de Natal de 1914, os sons de fuzis e bombas diminuíram na frente ocidental da Primeira Guerra para dar vez a celebrações nas trincheiras e aos gestos de boa vontade entre os inimigos. Um dia antes, na véspera, muitos soldados alemães e britânicos cantaram canções de Natal uns aos outros através das linhas, e, em certos pontos, os soldados aliados ainda ouviram bandas de música que se juntaram ao canto dos alemães.


Pipes of Peace - Paul McCartney





Assim que amanheceu no dia de Natal , alguns soldados alemães surgiram de suas trincheiras e se aproximaram das linhas aliadas, passando pela "terra de ninguém", gritando "Feliz Natal" em línguas nativas de seus inimigos. No início, os soldados aliados temiam que era um truque, mas vendo que os alemães estavam desarmados, eles também deixaram suas trincheiras e apertaram as mãos dos soldados inimigos. Os homens trocaram presentes como cigarros e pudins de ameixa, e cantaram músicas. Houve até um caso documentado de soldados de lados opostos jogando futebol.






Alguns soldados usaram este cessar-fogo de curta duração para uma tarefa mais árdua: a recuperação dos corpos dos companheiros combatentes que tinham caído entre as linhas de combate. A chamada Trégua de Natal de 1914 ocorreu somente cinco meses após a eclosão da guerra na Europa e foi um dos últimos exemplos de cavalheirismo entre inimigos na guerra.






O Império Alemão guerreava contra os franceses e ingleses em Ypres. Nesse sentido, cada exército havia marcado sua posição nas trincheiras e atacavam de diferentes formas, como bombardeios, tentativas de invasão territorial.

Contudo, o forte inverno que caía na cidade incentivou os soldados a permanecer recuados, de modo que cada tropa tinha uma visão privilegiada de seus inimigos por conta da proximidade das linhas inimigas. Isso ocorreu normalmente durante os meses de novembro e início de dezembro.

Em contraste com essas batalhas e sem qualquer declaração oficial, foi realizada uma trégua de Natal entre as tropas, que passaram a aproveitar os últimos dias daquele ano.




Fontes:

hisory.uol.com.br
google.com
conhecimenttocientifico.r7.com
youtube.com

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020



Nos contos de Natal, principalmente sobre a anunciação da vinda do Messias, temos os três reis Magos, Baltasar, Gaspar e Melchior, e a estrela de Belém.





O Natal tal como é comemorado pelos cristãos, católicos, protestantes e evangélicos é hoje uma lenda de acordo com os especialistas em estudos bíblicos. Uma bela e adorável lenda criada para que se cumprissem as profecias segundo as quais o Messias deveria ser da estirpe de Davi, que havia nascido em Belém.

Na verdade, Jesus e toda sua família eram de Nazaré. Todos judeus. A lenda do nascimento de Jesus conta que nasceu no inverno, em uma manjedoura, entre animais que lhe davam calor, adorado por três reis do Oriente que lhe levaram de presente ouro, incenso e mirra.

“Tendo nascido em Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem” (Mt 2.1.20). Como se vê, o Evangelho não enumera nem quantidade, nem nomes. Foi a nossa tradição católica que quis associar cada nação conhecida no tempo de Jesus com um mago do Oriente, criando assim os reis, que representam os povos brancos, negros e amarelos. Os magos do Oriente são representantes de todos os povos (e pessoas) que fazem uma trajetória de encontro íntimo com o Cristo, Menino-Deus, nascido em Belém. Vejamos os detalhes da história.





Melquior, cujo nome quer dizer “meu Rei é luz”, veio de Ur, na Caldeia. É ele quem oferece o ouro;

Gaspar, cujo nome quer dizer “aquele que vai confirmar”, veio do mar Cáspio. É ele quem oferece o incenso;

Baltazar, cujo nome quer dizer “Deus manifesta o Rei”, veio do Golfo Pérsico. É ele quem oferece a mirra.

Mirra planta espinhosa


Mirra é uma planta medicinal, também conhecida como mirra arábica e incenso, que possui propriedades antimicrobianas e adstringentes, que atuam de forma eficaz no tratamento de infecções na pele e na boca.

O ouro era um presente para reis, o incenso purificava  os ambientes e a mirra representava a dureza da vida com seus espinhos.





O rei Herodes foi o monarca dos judeus entre os anos de 37 a.C. a 4 a.C. Ele também é conhecido como Herodes, o Grande e Herodes I. Herodes ficou marcado na História por ser uma pessoa sanguinária e um rei odiado pelo povo. Foi ele quem mandou executar os meninos recém-nascidos de Belém (Mateus 2).


Herodes, o  Grande


Mas quando se pergunta sobre quem foi Herodes, é necessário saber que existem diferentes Herodes citados na Bíblia. Todas as pessoas que tiveram esse nome eram descendentes de Herodes, o Grande. Ele teve muitos filhos e netos, frutos de seus casamentos com várias esposas, sendo o progenitor de um grande clã. Portanto, para falarmos sobre a história do rei Herodes, precisamos definir de qual deles estamos falando.


Sendo assim Jesus nasceu na época de Herodes, o Grande, portanto entre 37 e 4 a.C. (antes de Cristo).


Sobre a estrela de Belém - "Se você ler a Bíblia com cuidado", diz Hughes, ( David Hughes, astrônomo da Universidade de Sheffield) "os Magos viram algo quando estavam em seu próprio país - provavelmente a Babilônia -, então viajaram até Jerusalém e foram falar com o rei Herodes."


Segundo a história, os Magos contaram a Herodes sobre o sinal que tinham visto e, segundo Hughes, "quando saíram de Jerusalém para Belém, eles viram algo de novo".


A melhor explicação de Hughes para essa série de eventos é algo conhecido como conjunção tripla entre Júpiter e Saturno - com os dois planetas aparecendo próximos no céu por três vezes em um curto período.

"Isso acontece quando você tem um alinhamento entre o Sol, a Terra, Júpiter e Saturno", explica Hughes.





Tim O'Brien, diretor-associado do Observatório Jodrell Bank, em Cheshire, sugere que isso teria parecido fora do comum. "É incrível o quanto nossa atenção é atraída quando vemos dois objetos muito brilhantes se juntando no céu", explica.

E uma vez que os planetas se alinhem em suas órbitas, a Terra "ultrapassa" os outros, o que significa que Júpiter e Saturno pareceriam então mudar de direção no céu da noite.

"Naquela época, as pessoas se guiavam muito pelos movimentos dos planetas", diz O'Brien.

O que é ainda mais significativo é que o evento teria ocorrido na constelação de Peixes, que representa um dos signos do zodíaco.

"Você somente teria uma conjunção tripla como essa a cada 900 anos", diz ele, então para os astrônomos da Babilônia há 2.000 anos isso teria sido o sinal de algo muito significativo.

A própria comemoração do Natal em 25 de dezembro deriva de uma festa pagã.  Os romanos aproveitaram uma importante festa pagã realizada por volta do dia 25 de dezembro e "cristianizaram" a data, comemorando o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354. Aquela festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti ("nascimento do sol invencível"), era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma. As comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemisfério norte, o solstício não tem data fixa - ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25.

Mitra deus persa da sabedoria 




Fontes:
bbc.com/portuguese
a12.com/jornalsantuario
google.com
wikipedia.org
estiloadoracao.com
brasil247.com
tuasaude.com
brasil.elpais.com

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

No dia 23 de dezembro de 1636 nascia, em Salvador (BA), o escritor Gregório de Matos Guerra, conhecido como Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Morto no dia 26 de novembro de 1695, ele é considerado um dos grandes poetas barrocos do Brasil e também ficou conhecido pelas suas críticas corrosivas contra a Igreja Católica, políticos e a cidade de Salvador.

Salvador (BA) 1640



Nascido em um família com boa situação financeira, Gregório de Matos mudou-se para Portugal em 1652 para estudar na Universidade de Coimbra, onde se formou cânone, em 1661. A partir daí, assume alguns funções jurídicas no governo português. Em 1682 foi nomeado por D. Pedro II, o Pacifico,  de Portugal, tesoureiro mor da Sé. No ano seguinte, retornou ao Brasil.




Sua vida começou a mudar em seguida, após seu desentendimento com o arcebispo na Bahia a quem Gregório de Matos deveria se reportar e foi destituído do cargo. A partir de então, ele começa a satirizar em seus poemas a Igreja, os costumes e a cidade de Salvador. Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica/pornográfica e, por conta disso, foi colecionando inimizades. Gregório de Matos passou a receber ameaças e, em 1694, acusado por vários lados, foi deportado para Angola. 


A obra de Gregório de Matos reúne mais de 700 textos de poemas líricos, satíricos, eróticos e religiosos.






Inseridas no movimento do barroco, reúnem pitorescos jogos de palavras, variedade de rimas, além de uma linguagem popular e termos da língua tupi e outras línguas africanas.

No entanto, Gregório não publicou seus poemas em vida, tendo muita controvérsia sobre a autoria de alguns escritos.

Inicialmente, alguns de seus poemas foram publicados pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto-Seguro, no livro "Florilégio da Poesia Brasileira" (1850) editado em Lisboa.



A D. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.


Lá, ele ajudou o governo local a combater uma conspiração militar e recebeu a permissão de voltar ao Brasil. Contudo, decidiu morar em Recife, onde morreu no dia 26 de novembro de 1695 por conta de uma doença contraída em Angola.

Gregório de Mattos foi crítico feroz da sociedade baiana e brasileira da época, assim como da própria igreja católica. Seus versos e poemas que tomam alvos diversos, pois eles variam entre acusações de maricas, críticas contra a bazófia de pretensos fidalgos, passando por epítetos desrespeitosos para algumas mulheres, e indo de encontro a ricos que eram sistematicamente ridicularizados pela pena ferina de Gregório, passando, por fim, ao ataque contra certos aspectos da vida clerical, e temos Gregório então definido como um crítico político e social, e que era poeta e fazia esta crítica com poesia.




Inda está por decidir,
meu Padre Provincial,
se aquele sermão fatal
foi de chorar, se de rir :
cada qual pode inferir,
o que melhor lhe estiver,
porque aquela má mulher
da perversa sinagoga
fez no sermão tal chinoga,
que o não deixou entender.


Nesse poema ele crítica a Igreja por tentar se fazer como a única verdadeira, desprezando outras religiões e crenças.

 





À cidade da Bahia

“A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.”





Fontes:
wikipedia.org
todamateria.com.br
history.uol.com.br
google.com
seculodiario.com.br
brasilescola.uol.com.br

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