quarta-feira, 13 de março de 2019

Vamos falar hoje de Francisco Solano Lopez.



Nascido em 1826, Francisco Solano Lopez era o primogênito de Carlos Antonio Lopez, membro de uma família de muito prestígio em Assunção. Em 1844 seu pai foi escolhido para a presidência do Paraguai e Solano foi criado desde pequeno para herdar o poder de seu pai.

Aos dezoito anos ele se tornou brigadeiro do exército paraguaio e passou a assumir a responsabilidade pela modernização da força terrestre do país.


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Muitos historiadores interessados por esta época na política platina chamam a atenção para o ano de 1853, quando Solano partiu para Paris com o intuito de adquirir armas para seu país.

Lá, ele observou com bastante interesse a política externa dos países europeus. As transações e intrigas que envolviam os interesses das nações era alvo particular do olhar atento de Solano Lopez. A França de Napoleão III, em especial, causou-lhe uma impressão muito positiva.

Quando ele retornou ao Paraguai, não estava só. Consigo veio uma personagem que teria um papel até hoje muito discutido dentro e fora do Paraguai. Trata-se de Alicia Lynch, uma irlandesa, que após a subida de Solano Lopez ao poder em 1862 se tornou uma pessoa de enorme influência em muitas das decisões do governo paraguaio. Ela ficou com Solano Lopez até o fim de sua vida. Juntos tiveram cinco filhos.


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Alicia Linch

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Solano Lopez


Após a morte de Carlos Antonio Lopez, seu pai, Solano convocou um congresso especialmente reunido para elegê-lo presidente da república por dez anos, em 16 de outubro de 1862.

Poucos meses depois de sua posse como presidente da nação, as relações com os países vizinhos começaram a azedar. Os principais problemas externos envolviam a disputa de território com o Brasil e Argentina.



A Batalha do Riachuelo, que acabou com as chances paraguaias



Ao mesmo tempo, Lopez acreditava que o império possuía excessiva influência nos problemas internos dos seus vizinhos. Coisa que ele de certa forma acreditava poder contrabalançar.



Em 13 de dezembro de 1864, o Paraguai declarou guerra ao Brasil, iniciando o que seria o conflito mais sangrento da América Latina, em que mais de 300 mil vidas se perderiam dos dois lados, entre batalhas, fome e doenças. O Paraguai seria aniquilado na guerra: perdeu 75% de sua população adulta e reduziu seu papel geopolítico a pouco mais que um estado-tampão entre Argentina e Brasil, oscilando entre ser dominado politicamente por um ou outro.

O ditador do Paraguai, Francisco Solano Lopez, entrou na guerra conhecendo alguns fatos. A população do Brasil era dez vezes maior que a do Paraguai, cerca de 8 milhões de habitantes, contra 800 mil. A Argentina, forte aliada do Brasil, tinha cerca de 2,5 milhões. Ambos os países tinham acesso desimpedido ao oceano Atlântico para comprar armas, navios e o que mais precisassem da Europa e dos Estados Unidos, enquanto o único acesso ao mar do Paraguai era por meio dos rios Paraná e Prata, cruzando o território argentino.

Isto não quer dizer que Lopez tivesse toda culpa pelo começo das hostilidades, como muitos autores afirmam. Ao fim das manobras diplomáticas dos atores políticos da região, Brasil e Argentina, dois tradicionais adversários, se encontravam unidos por aliança contra o governo paraguaio.

Os uruguaios eram aliados de Lopez, e a guerra só começou, tecnicamente, porque o Brasil invadiu o Uruguai, em guerra civil desde 19 de março de 1863, em apoio ao ex-presidente Venâncio Flores e 1,5 mil voluntários do Partido Colorado, que desafiou o governo de Montevidéu, controlado pelo Partido Nacional (ou Blanco). Os brasileiros, que formavam um terço da população do Uruguai, apoiavam Flores e passaram a sofrer ataques dos partidários blancos. Em 30 de agosto de 1864, o Paraguai havia mandado um ultimato ao Brasil: invadir o Uruguai seria um ato de guerra.

Ainda hoje Solano Lopez é uma figura que atrai muitas controvérsias. Para alguns, era um homem com desmedida arrogância, pouco senso de realidade e pouco inclinado a acreditar em alguém que não fosse ele mesmo. O resultado de tamanha falta de visão e sensibilidade foi uma política externa desastrosa que levou seu país à destruição.

Para outros, ele foi um herói que tentou resistir as agressões de Argentina e Brasil na região do Prata. Um homem que mobilizou todos os recursos de sua nação para mantê-la livre.


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A despeito de todas as opiniões, Lopez lutou até o fim. Foi perseguido até ser encontrado ferido e solitário quando tentava atravessar o rio Aquidabã, após perder a batalha de Cerro Corá, em 1º de março de 1870. Sendo intimado a render-se, Lopez teria gritado "¡Muero con mi Patria!" e avançado a cavalo em direção às tropas brasileiras. Foi atingido na virilha pelo lanceiro brasileiro Chico Diabo e na testa pelo sabre de um outro soldado brasileiro. Socorrido por dois de seus oficiais, Lopez tenta atravessar o riacho Aquidaban-nigui (Aquidabã), mas não consegue; perdeu muito sangue e está fraco. No chão, é novamente intimado a render-se e, com a segunda negativa, mandam desarmá-lo, ao que ele impõe fraca resistência e leva um tiro pelas costas, morrendo. Depois de morto, um oficial brasileiro lançou-se sobre ele, cortando-lhe uma orelha, outro cortou-lhe um dedo, ainda outro arrebentou-lhe a boca com a coronha do fuzil para colher-lhe os dentes.


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O cadáver de Francisco Solano Lopez foi enterrado, junto ao de seu filho Panchito, pelas mãos de Madame Lynch que, ajudada pela filha menor, cavou com uma lança a sua sepultura. Seus despojos estão guardados no "Panteão dos Heróis", em Assunção.

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Fontes: 
passeiweb.com
aventurasnahistoria.uol.com.br
google.com.br

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