Vamos falar do grande intelectual brasileiro, Alceu de Amoroso Lima, Tristão de Ahayde.
Pensador católico e intelectual com uma das mais longas carreiras jornalísticas na imprensa brasileira (cerca de 4.000 artigos publicados), Alceu Amoroso Lima, durante a sua infância, foi vizinho de Machado de Assis.
Filho de um industrial com uma dona de casa portuguesa, foi alfabetizado pela mãe. Com pouco mais de dez anos, tomou gosto pela leitura, fato que o acompanhou por toda a vida. Formado em direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, trabalhou como advogado no Itamaraty (inicialmente no arquivo do órgão e, depois, como adido no gabinete do ministro Nilo Peçanha), antes de assumir os negócios da família. Em 1919, quando iniciou a sua colaboração em "O Jornal", começou a assinar com o pseudônimo que o tornaria famoso: Tristão de Athayde, nome de um pirata português que atuou na Índia.
Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara(7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho,Roquette Pinto e Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936
Anos mais tarde, Alceu Amoroso Lima disse que optou pelo pseudônimo para não confundir a atividade literária com a de industrial _três anos antes, com a morte do pai, assumira a presidência da fábrica de Tecidos Cometa. A empresa somente deixou de pertencer à família pouco antes do começo da 2ª Guerra Mundial, em 1939.
Nesta época, passou a demonstrar interesse por assuntos religiosos, o que o fez trocar uma intensa correspondência com o pensador católico Jackson de Figueiredo. Lançou o seu primeiro livro, "Afonso Arinos", em 1922, mesmo ano em que se engaja no movimento modernista. Como líder da renovação católica no Brasil, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, em 1932, três anos antes de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1941, Alceu Amoroso Lima dá uma grande contribuição à universalização do ensino brasileiro, ao participar da fundação da Universidade Católica do Rio de Janeiro. Na instituição, dá aulas de literatura brasileira até a sua aposentadoria, em 1963.
Depois do golpe militar, amparado por seu grande prestígio intelectual, escreve artigos semanais para a "Folha de S.Paulo" e para o "Jornal do Brasil". Alceu Amoroso Lima também foi inicialmente crítico e depois simpatizante dos movimentos de esquerda que surgiram no Brasil nos anos 60, como forma de combater a ditadura.
Imune aos clichês, ele defendeu a fé e os valores católicos com a mesma convicção com que foi apoiador de primeira hora da Semana de Arte Moderna, em 1922, e tornou-se símbolo do intelectual progressista, quando, no período mais drástico da repressão, denunciou a censura, o desrespeito aos direitos humanos e o “desaparecimento” do jornalista Rubens Paiva (1971) e de outros ativistas políticos. “A trajetória de Alceu Amoroso Lima coincidiu com um dos períodos mais ricos e conflituosos da história do Brasil. Alceu encarna uma época, da qual foi expoente na literatura, no jornalismo e, sobretudo, em uma concepção libertadora da fé”, resume o escritor e religioso Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto.
No começo da década de 50, morou na França e nos Estados Unidos. Tristão de Athayde também participou, como representante brasileiro, do Concílio Vaticano 2º, sendo profundamente influenciado por suas decisões e pelas mudanças implementadas na Igreja Católica pelo papa João XXIII.
Autor de 80 livros, Alceu Amoroso Lima foi reitor da Universidade do Distrito Federal, membro do Conselho Nacional de Educação e um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão da América Latina. Casado com Maria Tereza de Faria, com quem viveu durante 64 anos, Tristão de Athayde recebeu muitos prêmios no Brasil e no exterior.
Alceu de Amoroso Lima morreu em 14 de agosto de 1983 em Petrópolis - Rio de Janeiro.
Fontes:
wikipedia.org
observatoriodaimprensa.com.br
educacao.uol.com.br
google.com.br
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