No dia 4 de março de 1897 morria o militar brasileiro Antônio Moreira César após ser ferido mortalmente durante a campanha em Canudos, na Bahia. Filho do padre Antônio Moreira César de Almeida e de Francisca Correia de Toledo, ele nasceu no dia 7 de julho de 1850, em Pindamonhangaba (MG). Quando jovem, Moreira César esteve envolvido no assassinato do redator-chefe do jornal "Corsário", Apulcro de Castro, morto por militares no centro do Rio de Janeiro em 1884.
Segundo Euclides da Cunha no livro “Os Sertões”, o jovem capitão executou o jornalista pelas costas quando estava ao lado de um comandante de alta patente do exército. Depois do episódio, Moreira César foi transferido para o Mato Grosso.
Apesar do crime, em 1891, ele já havia chegado ao posto de tenente-coronel e participou da derrubada do presidente da Bahia, José Gonçalves da Silva.
No mesmo ano, ocupou o cargo de chefe da polícia baiana e, no ano seguinte, assumiu como comandante do 7° Batalhão de Infantaria. Moreira César também teve atuação decisiva contra a revolta da armada, quando marinheiros brasileiros se revoltaram e apontaram seus canhões contra o Rio de Janeiro. A revolta começou em setembro de 1893, na capital fluminense, e se estendeu à região Sul, até março de 1894.
Cel.Moreira César
Moreira César armou um cerco na Ilha de Villegaignon para retomar a Ilha do Governador. Seu trabalho foi reconhecido por Floriano Peixoto, então vice-presidente da república. Com isso, Moreira César também foi designado para combater a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, entre os anos de 1893 e 1895. O militar reprimiu os rebeldes federalistas e outros suspeitos, sendo que alguns deles foram sumariamente executados.
No governo de Santa Catarina, na Revolução Federalista, Moreira César promoveu um “ajuste de contas”, conforme definido pelo estudioso Oswaldo Rodrigues Cabral. Prisões e fuzilamentos sumários de militares e civis foram praticados em represália à rebeldia federalista, promotora da guerra civil centralizada em Santa Catarina.
Execuções sumárias de centenas de pessoas muitas sem julgamento ou maior investigação, inclusive um herói da Guerra do Paraguai, o Barão do Batovi e seu filho inocente, torna mais visível que a vingança, não a justiça estava nos plano de seus executores. Para executar tais vinganças, Moreira Cesar, pelo seu histórico, era a pessoa certa na hora certa.
Depois, Moreira César recebeu a missão de reprimir a revolta de Canudos. Ele era o chefe da terceira expedição, em 1897, já que o governo fracassara nas duas tentativas anteriores.
Moreira César partiu do Rio de Janeiro para a Bahia em 3 de fevereiro de 1897, aportando em Salvador a 6 do mesmo mês. No dia seguinte partiu para Queimadas, onde chegou no dia 8 pela manhã, por trem expresso.
Após alguns estudos, Moreira César resolveu atacar o arraial de Canudos imediatamente.
Nos primeiros momentos as forças do exército conseguiram invadir o arraial e conquistar algumas casas. Foram, contudo, obrigadas a recuar, devido o pouco volume de munição.
Após cerca de cinco horas de combate, Moreira César foi ferido no ventre, quando se preparava para ir à frente de batalha incentivar a tropa. Atendido pelos médicos, estes constataram tratar-se de ferimento mortal. O comando foi transferido ao coronel Pedro Tamarindo.
Cel. Pedro Tamarindo
Após mais de sete horas de combate encarniçado, o coronel Tamarindo decidiu recuar. Moreira César faleceu doze horas após ser atingido, na madrugada de 4 de março de 1897, protelando que Canudos fosse uma vez mais atacado. Em reunião de oficiais, às 23 horas da noite anterior, fora decidida a retirada, dado o grande número de feridos.
Moreira César mandou constar em ata que, se saísse vivo da guerra, pediria a exoneração do exército. O ataque mal sucedido ordenado por Moreira Cesar é atribuído a seus constantes ataques de epilepsia.
Fontes:
wikipedia.org
google.com.br
seuhistory.com
estudopratico.com.br
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