segunda-feira, 11 de março de 2019

Hoje vamos falar de Jânio da Silva Quadros.





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“Jânio Quadros é a certeza do Brasil moralizado!” O verso do jingle da campanha que elegeu Jânio Quadros presidente da República já antecipava o seu modelo de gestão. Afinal, foi com a promessa de varrer a corrupção do país — usando a vassoura como símbolo — que o sul-mato-grossense que governara São Paulo venceu as eleições de 3 de outubro de 1960. Eleito por uma coligação de PTN, UDN, PDC, PR e PL, obteve 48% dos votos, derrotando o Marechal Henrique Teixeira Lott (32%), candidato apoiado pelo então presidente Juscelino Kubitschek (PSD), assumindo a Presidência em 31 de janeiro de 1961.

Em meio à retórica sobre a busca pelo fim da corrupção na administração pública (“Varre, varre, varre, varre vassourinha! Varre, varre a bandalheira! Que o povo tá cansado de sofrer dessa maneira”, dizia ainda o jingle), Jânio tinha por objetivo moralizar os hábitos e costumes da população brasileira. Com isso, pretendia mostrar que, ao contrário de seus antecessores, se importava com o bem-estar de seu povo, tal qual um pai que zela pela educação e formação moral de seus filhos.


Resultado de imagem para janio varre varre vassourinhaA onda moralizadora resultou em medidas que interferiam diretamente no dia a dia dos brasileiros. O decreto 50.578, por exemplo, proibiu a realização de corridas de cavalo durante a semana, restringindo-as a domingos e feriados. Além disso, a presença de menores de 21 anos nos locais de corrida foi proibida. 

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Vemos na foto que a originalidade não é u a característica dos demagogos de extrema direita.


O Globo publicou a íntegra do decreto na edição de 11 de maio de 1961, no dia seguinte à sua promulgação. Também foram proibidos os desfiles de candidatas a miss com maiôs “cavados” em concursos de beleza, a exibição em anúncios na TV “de maiôs e peças íntimas de uso feminino” e até o uso dos biquínis nas praias. 


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As novidades não pararam por aí: o governo vetou a fabricação, o comércio e o uso de lança-perfume no carnaval e proibiu a participação de menores de 18 anos em programas de rádio e televisão. No caso do Rio, interpretando o decreto de Jânio, até as transmissões pela televisão de competições de natação “e demais modalidades esportivas” foram afetadas, sendo suspensa a “exploração de efeitos plásticos inconvenientes”.

Uma das providências de maior destaque — e de menor popularidade — tomadas por Jânio Quadros foi a proibição das rinhas de galos, muito populares em regiões do Brasil na década de 1960. O decreto 50.620, editado no dia 18 de maio de 1961, proibiu as brigas de galo em todo o território nacional, além de quaisquer outros espetáculos que tinham como atração principal a luta entre animais. As rinhas, que envolviam apostas em dinheiro, eram muito comuns na época. A briga de galo incomodava pessoalmente o presidente. De todas as regras editadas, esta era a que ele fazia questão de acompanhar de perto o cumprimento com ferrenha fiscalização.

Alguns dias após a edição do decreto, Jânio, que cultivava o hábito de escrever bilhetes, emitiu a seguinte mensagem ao Gabinete Civil da Presidência: “Determino a expedição de circular aos governadores solicitando coibirem nos termos do decreto em vigor, vigorosamente, as chamadas rinhas”.


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A preocupação de Jânio Quadros com as rinhas de galo parecia não ter limites. O presidente, por meio de mensagem enviada ao chefe do Gabinete Militar, fez uma ameaça de intervenção federal ao Estado do Rio de Janeiro, por notar que seu decreto era amplamente descumprido. “Reiteradamente, no Estado do Rio, o decreto que proíbe as rinhas vem sendo desrespeitado. Entenda-se com o governador daquele Estado para que o faça cumprir de forma efetiva. Não deseja o Governo Federal, que confia nas autoridades fluminenses, adotar outras medidas. Mas, se necessário, fa-lo-á”, alertava o presidente em seu estilo empolado.
  
Um fator em favor de Jânio é que ele, pelo menos, tinha certa cultura. Tinha sido professor e dominava o idioma pátrio, a ponto de ser co-autor de uma coleção de livros de Português "Curso Prático da Língua Portuguesa".

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O cumprimento do decreto presidencial rendeu operações da polícia em diversos estabelecimentos onde eram realizadas as brigas de galo. A maior delas, em Belo Horizonte, resultou na prisão de 38 contraventores e na apreensão de 54 galos, entre eles Fidel Castro, o mais famoso galo de briga da região, “importado de Cuba pelo valor de 20 mil cruzeiros”. 



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Por falar no país caribenho, durante curto seu governo, Jânio condecorou duas celebridades: em 2 de agosto de 1961, o astronauta russo Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar pelo espaço, e o argentino líder da Revolução Cubana, Ernesto Che Guevara, então ministro, em 19 de agosto. Esta última homenagem desagradou profundamente a seus aliados da UDN e aos militares: vários deles devolveram suas condecorações.


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Quanto aos 54 galos apreendidos, 52 foram mortos, cozidos e servidos como refeição para presidiários do estado. Fidel Castro não escapou, e sua morte ilustrou a capa do GLOBO no dia 2 de agosto de 1961. O presidente da Sociedade dos Criadores de Galos Combatentes, Fábio Gomes Teixeira, atacou o presidente:

— O Sr. Jânio Quadros decretou o fechamento de todas as rinhas do país em represália aos galistas que não lhe deram votos na eleição presidencial.

De modo geral, tanto esta quanto as demais medidas moralistas adotadas por Jânio Quadros durante o período de sete meses na Presidência estavam longe de ser apenas devaneios de sua personalidade excêntrica. Elas refletiam o perfil conservador e autoritário do presidente, que surpreendeu o país ao renunciar no dia 25 de agosto de 1961. 


Alguma semelhança com o momento atual ?  A falta de proposta sérias e importantes, faz com que governantes demagogos e hipócritas ponham em práticas velhas práticas de valorização da família e cristandade. Usem o nome de Deus para  ilustrar essas práticas e tentar levar o povo para o seu lado.


Com isso, ele foi o co-responsável a um dos períodos mais negros da História do Brasil que foi a ditadura militar, que sequestrou, matou, torturou opositores, e impôs uma censura severa aos meios de comunicação,proibindo sindicatos e greves, o que deixou milhões de trabalhadores com salários aviltantes e outros tantos abaixo da linha de pobreza.


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A atrapalhada manobra política de Jânio, que imaginava com a renúncia voltar ao cargo a pedido do povo, ajudou a pavimentar o caminho que, três anos depois, culminaria na implantação da ditadura militar no país, que se estendeu até 1985.

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Fontes:

acervo.oglobo.globo.com
gogle.com.br
wikipedia.org

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