No dia 16 de março de 1990, um dia após tomar posse o presidente Fernando Collor de Mello congelou os depósitos em poupança, conta corrente e fundos de investimentos.
O Plano Brasil Novo, que ficou mais conhecido como Plano Collor. O pacote econômico tinha como objetivo principal o controle da inflação. Uma das determinações deste plano teve grande impacto na população: o "confisco" por 18 meses de todas as cadernetas de poupança com mais de 50 mil cruzados novos, unidade monetária da época.
No período em que o dinheiro ficasse parado, haveria uma rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano. Além dessa medida, o Plano Collor também determinou a substituição do Cruzado Novo pelo Cruzeiro à razão de NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00. Também foram congelados preços e salários, houve aumento de preços dos serviços públicos (gás, energia elétrica, serviços postais) e a liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na economia brasileira. A ideia era controlar o fluxo de dinheiro e assim conseguir estabilizar a inflação no Brasil, mas o plano acabou fracassando pois o governo abriu várias brechas que contribuíram para o aumento da circulação do dinheiro, além da incapacidade de reduzir os gastos públicos.
Muitas pessoas desesperadas cometeram suicídio, outros ficaram com enormes dívidas, tudo por conta de uma estabilidade que nunca aconteceu.
Mais tarde descobriu-se que o valor de NCz$ 50 mil foi decidido num sorteio durante a festa de aniversário do Ministro da Justiça Bernardo Cabral, casado na época que se envolveu num caso amoroso com a Ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo.
Nesse mesmo período, em uma festa de aniversário de Zélia, o romance tornou-se público: jornalistas do Estadão, já desconfiando que havia algo entre os dois ministros, foram à festa e presenciaram uma tórrida dança entre Zélia e Bernardo, ao som de 'Besame Mucho', que durou 15 minutos. Depois de uma matéria de primeira página sobre o aniversário, o caso repercutiu de maneira estrondosa e Bernardo Cabral deixou o Ministério. Antes, porém, várias outras histórias rechearam o episódio, entre elas, o bilhete trocado pelo casal em que Cabral descrevera a saia de Zélia como 'deliciosa'.
O romance, visto como imoral e prejudicial ao governo por Collor, também causou a demissão de Zélia e pôs abaixo a imagem de dama de ferro da ex-ministra.
De qualquer forma, fofocas à parte, o Plano foi um atentado ao direito de propriedade privada, e conduzido de forma amadora.
A estabilidade da Economia e o domínio da inflação só veio quatro anos mais tarde, durante o governo de Itamar Franco, que assumiu após o impeachment de Collor, em 01 de julho de 1994.
Fontes:
seuhistory.com
revistaepoca.globo.com
google.com.br
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