quinta-feira, 22 de agosto de 2019

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Sobibor foi um campo de extermínio alemão, localizado na Polônia ocupada por Alemanha Nazi, que foi parte da Operação Reinhard, no Holocausto, judeus, prisioneiros de guerra soviéticos e possivelmente ciganos, foram transportados para Sobibor de comboio e sufocados em câmaras de gás alimentadas pelo escapamento de um motor a diesel. Cerca de 260.000 pessoas foram assassinadas em Sobibor pelos alemães.

Sobibor foi também sítio da única revolta bem sucedida de prisioneiros de um campo alemão. A 14 e Outubro de 1943,  membros da revolta conseguiram matar secretamente 11 dos guardas da SS e alguns guardas ucranianos também. Apesar do plano ter sido matar todos os guardas alemães da SS e sair pela porta principal do campo, as mortes foram descobertas e os prisioneiros tiveram de correr pelas suas vidas em todas as direções. Dos cerca de 600 prisioneiros do campo, usados como escravos, cerca de 300 conseguiram fugir.



Fuga de Sobibor com Rudge Hauer



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Durante a ditadura militar, poucos civis entravam por vontade própria em um prédio do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) de São Paulo, órgão responsável por prisões, torturas e mortes clandestinas. Foi uma surpresa, portanto, quando em 30 de maio de 1978 um senhor alto, de rosto sério e olhos azuis, se apresentou no DEOPS do Campo Belo, na capital paulista, para se entregar.

Tratava-se do austríaco Gustav Franz Wagner, oficial nazista, um dos comandantes do campo de Sobibor. Após ver seu nome divulgado na imprensa, o responsável pela morte de 200 mil pessoas temia ser assassinado. Foi o fim de 28 anos de esconderijo no Brasil.


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Gustav Wagner nasceu em Viena, em 1911. Aos 20 anos, filiou-se ao partido do seu compatriota Hitler. No final da década, já fazia parte da temida SS (“Schutzstaffel”, literalmente “topa de proteção”). Durante a 2ª Guerra, coube à SS a gestão dos campos de concentração e extermínio onde morreram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e outras minorias.




O primeiro contato de Wagner com a máquina da morte nazista foi em 1940, no Centro de Eutanásia Hartheim, onde, apesar do nome, ocorriam execuções: considerados dispensáveis, milhares de doentes mentais e deficientes físicos tinham seu fim em câmaras de gás. Elogiado por sua eficiência, em 1942 ele foi enviado para Sobibor, na atual Polônia. Uma de suas funções era selecionar quais dos recém-chegados iriam para o trabalho escravo e quais morreriam nas câmaras de gás.




Após o fim da guerra, Wagner e o seu colega Franz Stangl viveram anos na clandestinidade. Contavam com a ajuda de membros da Igreja Católica, que criaram rotas de fuga para nazistas conhecidas como “caminhos de rato”. Após uma passagem pela Síria, ambos vieram para o Estado de São Paulo.

Wagner chegou em 12 de abril de 1950. Em 4 de dezembro daquele ano, conseguiu um passaporte brasileiro com o nome “Günter Mendel”, sua nova identidade. Casou com uma mulher que já tinha uma filha e tratou de tocar uma vida discreta em Atibaia, a 50 quilômetros de São Paulo.



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Estava trabalhando como caseiro de um sítio quando foi surpreendido com a notícia de que ele havia sido reconhecido em um encontro de simpatizantes do nazismo em Itatiaia, no Rio. Era fake news, uma invenção de Simon Wiesenthal, que caçou nazistas pelo mundo, com o jornalista brasileiro Mario Chimanovitch. Ambos sabiam que Wagner estava no Brasil e, para tirá-lo da toca, resolveram provocar.

Não deu outa: a falsa reportagem de Mario saiu no Jornal do Brasil em 18 de maio de 1978: doze dias depois, Wagner se apresentava no DEOPS, onde seria preso logo depois. Seu temor era ser pego pelo Mossad, o serviço secreto israelense, que capturou vários fugitivos nazistas na América do Sul.



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O facínora contava uma história diferente: seria um burocrata. Foi preciso que um sobrevivente de Sobibor radicado em Goiânia, Stanislav Sznajner, o reconhecesse e o forçasse a confessar. Houve então um nebuloso processo jurídico, como descreve o pesquisador Felipe Cittolin Abal no livro Nazistas no Brasil e Extradição (2014). Em uma análise histórico-jurídica, ele detalha como pedidos de extradição de Alemanha Ocidental, Áustria, Israel e Polônia foram negados. Wagner acabou solto em 22 de junho de 1979.

O nazista tentou o suicídio algumas vezes na cadeia. Livre, voltou a Atibaia, onde foi encontrado morto com facadas em 3 de outubro de 1980, aos 69 anos. Há quem creia em assassinato. Antes de falecer, deu uma entrevista à BBC, na qual não demonstrou remorso por seus crimes: “Tornou-se mais um trabalho. À noite, nunca discutíamos nosso dia. A gente só bebia e jogava cartas.”



Apesar de Wagner ter sido reconhecido como um dos carniceiros alemães, o governo brasileiro terminantemente se recusou a extradita-lo, apesar das solicitações de Israel, Áustria e da então Alemanha Ocidental. 


Aparentemente, nós gostamos de torturadores e assassinos em massa.

Desconfiava-se na época de "queima de arquivo" por ter sido facilitada a entrada dele e de outros nazistas no Brasil, inclusive o procurado  Josef Mengele, o anjo da morte,  que morreu numa praia de Bertioga.


Fontes:
wikipedia.org
google.com
super.aril.com.br
youtube.com
blogoutrosolhos.blogspot.com
holocaustresearchproject.org/ar/sobibor




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