domingo, 4 de agosto de 2019

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Percival Farquhar, um dos empresários mais poderosos que o Brasil já conheceu, morreu no dia 4 de agosto de 1953 em Nova York, nos Estados Unidos. O norte-americano, nascido em uma família rica da Pensilvânia, foi o maior investidor privado do nosso país entre 1905 e 1918. O empreendedor se notabilizou por sua atuação na indústria ferroviária e pela exploração de minério de ferro. 

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Antes de vir para o Brasil, Farquhar havia sido alto executivo de duas companhias ferroviárias nos Estados Unidos, a Atlantic Coast Electric Railway Co. e a Staten Island Electric Railway Co. Além disso, ele já havia conquistado a concessão de ferrovias em Cuba e Guatemala. Em 1904, ele funda a Rio de Janeiro Light & Power, junto com o engenheiro norte-americano F. S. Pearson e o advogado canadense Alexander Mackenzie. Essa empresa explorava serviços como o transporte de bondes, iluminação a gás e energia hidrelétrica.  

No ano seguinte, Farquhar começa a atuar no norte do país, com a obtenção da concessão para construir e explorar o Porto de Belém. Em 1906, funda a Brazil Railway Company, com o objetivo de construir um grande sistema ferroviário unificado. Um de seus empreendimentos mais monumentais foi a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A ferrovia, que estendia-se por 366 quilômetros no coração da Amazônia, foi construída entre 1907 e 1912.

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Em 1908, a empresa de Farquhar adquiriu o controle da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. Mais tarde arrendou a Estrada de Ferro Sorocabana e adquiriu a maior parte das ações das estradas de ferro Mojiana e Paulista. Apoiado geralmente em capitais europeus, continuou a expansão de seu império ferroviário no Sul adquirindo outras linhas nessa região e nos países vizinhos. 


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Farquhar também investiu na exploração de madeira na área contestada entre Paraná e Santa Catarina, por meio da Southern Brazil Lumber & Colonization Company. A concessão de terras que o governo brasileiro fez à empresa de Farquhar foi um dos pivôs de um conflito na região conhecido como Guerra do Contestado. 

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Seu império começou a entrar em decadência em 1914, devido ao início da Primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, em 1919 ele adquiriu a Itabira Iron Ore Company, empresa especializada na exploração de minério de ferro. Farquhar pretendia extrair o minério de ferro de Itabira para exportá-lo - ao ritmo de cerca de 4 milhões de toneladas/ano. 


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Reunidos no Pico do Cauê, em 1935, estão o presidente da Itabira Iron Ore Co. Percival Farquhar (4º da esquerda para a direita), ao seu lado.


Nessa época, políticos nacionalistas, liderados pelo então governador de Minas Gerais, Artur Bernardes, faziam forte oposição à atuação de Farquhar. O empresário sofre seu primeiro percalço quando Bernardes se torna presidente da república, em 1922. Ele promulgou uma lei que taxava em 3 mil réis por tonelada o minério de ferro que fosse exportado em bruto, inviabilizando assim o negócio do americano.

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Getúlio Vargas foi outro ferrenho opositor de Farquhar. Depois que a Constituição de 1937 foi outorgada, a exploração de minérios passaria a depender da concessão do governo. Com isso, o contrato da Itabira Iron Ore caducou. Como alternativa, o americano fundou a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia (CBMS). Sofrendo pressões por parte dos seus grupos apoiadores, os nacionalistas e militares, Getúlio confiscou todo o patrimônio de Percival Farquhar nesse setor e formou uma nova empresa estatal em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce. Era o fim do império do americano.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
wikipedia.org

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