domingo, 25 de agosto de 2019

Vamos falar hoje dos tipos de discursos: Discurso direto, indireto e indireto livre.




Discurso direto:



É aquele em que o narrador reproduz as palavras de outra pessoa ou personagem, separando-as das suas, utilizando para isso dois pontos, aspas ou travessão de diálogo, marcas que ajudam a identificar quem está falando.

Ex: Acusado de corrupção, o deputado finalizou seu discurso de defesa brandindo os braços, em tom novelesco:

– “Não cometi crime algum! Deus é testemunha! A justiça prevalecerá!”.




Discurso indireto:


O narrador diz, ele próprio, o que a outra pessoa ou personagem disse.

Ex.: Ao finalizar sua defesa o deputado acusado reafirmou não ter cometido crime algum e se disse convicto de que a justiça o absolverá e que Deus o testemunhou, sem perceber que colocara Deus em posição subalterna e acessória.

Características do Discurso Indireto:

O discurso é narrado em terceira pessoa.
Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da conjunção “que” (verbo + que).



Discurso indireto livre:

O narrador, mais do que dizer, ele próprio, o que outra pessoa ou personagem disse, assume o o lugar da outra pessoa em seus sentimentos, desejos, receios, pensamentos, enquanto coloca sua própria narrativa. Em outras palavras, é uma mistura dos discursos direto e indireto.

Ex.: Após encerrar sua defesa, o deputado sorria largamente, pensando estar livre das acusações contra ele, chegou mesmo a achar que podia comemorar.


Características do Discurso Indireto Livre:

Liberdade sintática.
Aderência do narrador ao personagem.




No discurso direto, o narrador deixa a personagem expressar-se por si mesma, isto é, ocorre a reprodução textual das falas da personagem. Ele apresenta-a e deixa-a livremente falar. As vozes do narrador e da personagem são claramente distintas.

Veja-se o exemplo seguinte:

«Carlos, outra vez sereno, acabava a sua chávena de chá. Depois disse muito simplesmente:
– Meu querido Ega, tu não podes mandar desafiar o Cohen. […]»

Eça de Queirós Os Maias, cap. IX, ed. Livros do Brasil, pp 269-270

Neste excerto, identificamos sem dificuldade as vozes do narrador, que apresenta a personagem, e a de Carlos da Maia que fala diretamente com o amigo, João da Ega.



No discurso direto livre, frases em discurso direto aparecem no meio da narração, como se fosse uma intrusão de frases do discurso direto de uma personagem no meio da voz do narrador. Ex. (retirado do Dicionário Terminológico)

«A mulher do médico desviou os olhos, mas era tarde de mais, o vômito subiu-lhe irresistível das entranhas, duas vezes, três vezes, como se o seu próprio corpo, ainda vivo, estivesse a ser sacudido por outros cães, a matilha da desesperação absoluta, aqui cheguei, quero morrer aqui.»

José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, 1995





Fontes:

todamateria.com.br
guiadoestudante.abril.com.br
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa pt



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