segunda-feira, 12 de agosto de 2019

No final do século 18, o reino de Portugal enfrentava um momento de crise econômica que, consequentemente, causava muito descontentamento popular, especialmente nas classes menos privilegiadas. No dia 12 de agosto de 1789 um grupo revoltosos deu início, em Salvador, à Conjuração Baiana também chamada de Revolta dos Alfaiates. Pessoas ligadas ao grupo maçônico liberal "Cavaleiros da Luz" aproveitaram as circunstâncias para lançar uma campanha em favor da independência brasileira, inspirados nas revoluções francesa e norte-americana. Dentre as reivindicações estavam a instalação de um governo igualitário, o fim da escravidão e o livre comércio. As autoridades portuguesas prenderam em torno de 50 revolucionários. Três meses depois, quatro foram executados e os demais condenados à prisão. A Conjuração Baiana foi uma das expressões mais claras e um dos primeiros movimentos pela independência do Brasil.



Praça da Piedade - local de execução dos conjurados




Para compreender a deflagração do movimento, devemos nos reportar à transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763. Com tal mudança, Salvador (antiga capital) sofreu com a perda dos privilégios e a redução dos recursos destinados à cidade. Somado a tal fator, o aumento dos impostos e exigências coloniais vieram a piorar sensivelmente as condições de vida da população local.

A população pobre sofria com o aumento do custo de vida, com a escassez de alimentos e com o preconceito racial. As agitações eram constantes.


Entre 1797 e 1798 ocorreram vários saques aos armazéns do comércio de Salvador, e até os escravos que levavam a carne para o general-comandante foram assaltados. A população faminta roubava carne e farinha. Em inícios de 1798, a forca, símbolo do poder colonial, foi incendiada. O descontentamento crescia também nos quartéis, onde incidentes envolvendo soldados e oficiais tornavam-se frequentes. Havia, portanto, nesse clima tenso, condições favoráveis para a circulação das ideias de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.


Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos, a instauração de um governo igualitário, onde as pessoas fossem vistas de acordo com a capacidade e merecimento individuais, além da instalação de uma República na Bahia e da liberdade de comércio e o aumento dos salários dos soldados. Tais ideias eram divulgadas, sobretudo pelos escritos do soldado Luiz Gonzaga das Virgens e panfletos de Cipriano Barata, médico e filósofo.


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Cipriano Barata


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Luiz Gonzaga das Virgens

Em 12 de Agosto de 1798, o movimento precipitou-se quando alguns de seus membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e colando-os nas esquinas da cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na Conjuração Mineira, interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos.


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Finalmente, no dia 8 de novembro de 1799,  procedeu-se à execução dos condenados à pena capital, por enforcamento, na seguinte ordem: soldado Lucas Dantas do Amorim Torres, aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos Lira, soldado Luís Gonzaga das Virgens e mestre alfaiate João de Deus Nascimento. De acordo com o frei, tropas militares ocupavam a Praça da Liberdade e havia ampla presença do povo, que se reuniu para assistir. Havia banda de cornetas e tambores. A cerimônia começou por volta das onze horas, com os presos caminhando com as mãos algemadas nas costas. O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugitivo, jamais foi localizado.


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Como na Inconfidência Mineira, somente os mais humildes negro e pardos receberam a pena capital e foram enforcados, os membros da da elite local foram presos , mas poupados da forca.

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"Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." 


Mensagem num dos panfletos entregues pelos revoltosos para a população baiana.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
sohistoria.com.br
wikipedia.org

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