quinta-feira, 4 de julho de 2019

Hoje vamos falar sobre o sociólogo, historiador e pesquisador brasileiro Luís da Câmara Cascudo.





Luís da Câmara Cascudo viveu quase toda a sua vida no Rio Grande do Norte. Lia, recebia visitas e escrevia muito. Em suas viagens, fazia amigos e ouvia histórias. Trocava correspondências com bastante frequência.

Por ser um homem muito querido, Cascudo era constantemente abordado por pessoas, seja por escrito ou ao pé do ouvido, e acabava sendo um constante receptor de informações de toda a sorte, incluindo relatos de causos que embalaram o sono ou provocaram sustos em gerações e gerações. Como historiador, enriqueceu a sua obra com pesquisas sobre o homem no Brasil, deixando um precioso legado repleto de referências da sabedoria popular e da cultura brasileira.


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Em 1954, foi lançado o seu trabalho mais importante como folclorista, o Dicionário do Folclore Brasileiro, reconhecido no mundo inteiro. No campo da etnografia, publicou vários títulos importantes, como Rede de Dormir, em 1959, e Historia da Alimentação no Brasil, em 1967. Mais tarde, veio Geografia dos Mitos Brasileiros, com o qual recebeu o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras (ABL).


História da alimentação no BrasilGeografia dos mitos brasileiros





Foi um dos maiores divulgadores da ideologia da Ação Integralista Brasileira, movimento político conservador e nacionalista, liderado pelo escritor paulista Plínio Salgado, entre os anos 1932/1937, época em que as posições políticas eram de direita ou de esquerda, comunista ou anti-comunista, fascista ou anti-fascista.

Anti-comunista aderiu ao golpe militar de 64.

Intelectual consagrado na sua terra, Natal/RN, Câmara Cascudo, ao se tornar o primeiro chefe da Ação Integralista Brasleira-AIB, na “Província do Rio Grande do Norte”, em 1933, já era um nome conhecido nos meios culturais e políticos do Rio de Janeiro e São Paulo, principalmente entre os grupos conservadores. Dentre os grupos conservadores de direita, a AIB tornou-se o primeiro e maior movimento político de massas no Brasil. A Plínio Salgado, Miguel Reale, Menotti Del Picchia, Tasso da Silveira e Gustavo Barroso, juntou-se Câmara Cascudo, já então consagrado como o intelectual maior do Rio Grande do Norte. Por isso, é comum dizer-se que a AIB reuniu a nata da intelectualidade brasileira dos anos trinta.







Saci Pererê, curupira, mula-sem-cabeça, mboi-tatá são algumas lendas conhecidas de nosso tempo de escola infantil. O Sítio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato contém muitos dos mitos pesquisados por Cascudo. Todavia, seu trabalho não ficou apenas no registro das lendas típicas do folclore. Ele foi mais a fundo, vasculhou as entranhas de nossa história e descobriu mitos e lendas dos povos indígenas mais antigos que sobreviveram à ação dos primeiros jesuítas. Ainda não satisfeito, catalogou boa parte da tradição oral brasileira, ou seja, aquelas histórias contadas de pais para filhos das regiões mais remotas do nosso país hoje estão asseguradas para a eternidade.


Cascudo trabalhou até os seus últimos anos de vida, tendo sido agraciado com dezenas de honrarias e prêmios. Morreu aos 87 anos. Até hoje, a sua obra é preservada e divulgada através do Instituto Câmara Cascudo (Ludovicus), que mantém o acervo do autor na mesma casa em que ele residiu por cerca de 40 anos na cidade de Natal.


"Cultura popular é a que vivemos. É a cultura tradicional e milenar que nós aprendemos na convivência doméstica. A outra é a que estudamos nas escolas, na universidade e nas culturas convencionais pragmáticas da vida. Cultura popular é aquela que até certo ponto nós nascemos sabendo. Qualquer um de nós é mestre, que sabe contos, mitos, lendas, versos, superstições, que sabe fazer caretas, apertar mão, bater palmas e tudo quando caracteriza a cultura anônima e coletiva."




"O melhor produto do Brasil ainda é o brasileiro"(Câmara Cascudo)


A obra de Câmara Cascudo é baseada na oralidade, assim como a língua portuguesa. Ou seja, conhecimento transmitido ao longo das gerações e que se refletiu nas características culturais do país.






Fontes:


globoeditora.com.br
escolaeducacao.com.br
homoliteratus.com/luis-da-camara-cascudo-o-homem-mito
museudalinguaportuguesa.org.br
dhnet.org.br/direitos/militantes/luizgonzagacortez
wikipedia.org

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