terça-feira, 30 de julho de 2019

Hoje faz 33 anos da morte de Luís Câmara Cascudo, considerado um dos maiores estudiosos do folclore nacional.







Foto de Luís da Câmara Cascudo
Câmara Cascudo (13/12/1898-30/07/1986)



Publicou crônicas diárias no jornal “A República” e também foi colaborador de diversos órgãos da imprensa pernambucana. Mas não se restringiu somente ao estado e teve artigos publicados em várias capitais brasileiras.

Muito conservador, a militância na imprensa serviu, principalmente, para que ele atuasse como um divulgador da ideologia integralista, que foi uma adaptação nacional do fascismo.

Seu primeiro livro “Alma Patrícia”, foi editado em 1921. A obra é constituída por pequenos estudos sobre escritores de prosa e poesia que residiam em Natal à época. “Joio” e “Histórias que o tempo leva” foram seus próximos trabalhos na literatura.

A maior fama, porém, veio pelas suas contribuições sobre o folclore brasileiro. “Vaqueiros e Cantadores” foi publicado em 1939 e marca a estreia de Câmara Cascudo neste campo.

Lendas Brasileiras, de Luís da Câmara Cascudo, reúne 21 tradições populares das cinco grandes regiões geográficas do país. Algumas dessas histórias, sem perder a identificação regional, são hoje conhecidas em plano nacional, graças à difusão da literatura, do rádio, de histórias em quadrinhos, de enredos de escolas de samba, de curtas-metragens. Assim, as lendas da Iara, do Neguinho do Pastoreio, da morte de Zumbi dos Palmares, do aparecimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida.


Ilustração de Martha Pawlowna Schidrowitz


No entanto, algumas das lendas incorporadas ao livro serviram de temas a obras famosas da literatura brasileira, sem se popularizarem. Caso da Cobra-Norato, que inspirou o poema famoso de Raul Bopp, tão original em sua expressão e origem, ao contrário de outras que, sem perder a identificação com a terra, são variantes de tradições multisseculares, presentes em todos os povos. 




Cobra Norato  (Norte)

"No paranã do Cachoeirí, entre o Amazona e o Trombetas, nasceram Honorato e sua irmã Maria, Maria Caninana.

A mãe sentiu-se grávida quando se banhava no rio Claro. Os filhos eram gêmeos e vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras.

A tapuia batizou-os com os nomes cristãos de Honorato e Maria. E sacudi-os nas águas do paranã porque não podiam viver em terra.

Criaram-se livremente, revirando ao sol os dorsos negros, mergulhando nas marolas e bufando de alegria selvagem. O povo chamava-os: Cobra Norato e Maria Caninana."




É o caso da missa dos mortos, da cidade encantada, residência de uma linda rainha, que para ser desencantada exige um sacrifício de sangue, e das cidades desaparecidas nas águas do mar ou de rios, em geral por castigo divino, em cujo local se ouvem rumores estranhos, lembrando as bíblicas Sodoma e Gomorra.

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Saci Pererê

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                                                                           Boitata
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Lobisomem


Morte de Zumbi (Nordeste)

"Na Serra da Barriga, em sua encosta oriental, viveram, sessenta e sete anos, os negros livres dos Palmares.

Tinham fugido de várias fazendas, engenhos, cidades e vilas, reunindo-se, agrupando-se derredor de chefes, fundando uma administração, um estado autônomo, defendido pelos guerreiros que eram, nas horas de paz, plantadores de roça e criadores de gado.

Elegiam vitaliciamente, um Zumbi, o Senhor da força militar e da lei tradicional.

Não havia ricos, nem pobres, nem furtos, nem injustiças. Três cercas de madeira rodeavam, numa tríplice paliçada, o casario de milhares e milhares de homens.

Ao princípio, para viver, desciam os negros armados assaltando, depredando, carregando o butiu para as atalaias de sua fortaleza de pedra inacessível."

Uma boa parte das lendas reunidas no livro foi ouvida, e registrada, por Luís da Câmara Cascudo diretamente da boca do povo. Para as demais, utilizou fontes escritas, colhidas em obras de escritores ilustres, como o mineiro Afonso Arinos e o gaúcho Simões Lopes Neto, mas também em revistas de difícil acesso, livros raros. Esses textos encontram-se reproduzidos fielmente, com anotações de mestre Cascudo, esclarecendo o significado de termos regionais, fixando a difusão da história. As Lendas Brasileiras, de Luís da Câmara Cascudo, oferecem ao leitor um delicioso passeio pela alma brasileira.

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Fontes:
escolaeducacao.uol.com.br
google.com
youtube.com
wikipedia.org
amazon.com.br
memoriaviva.com.br

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