Hoje 14 de julho é a data nacional na França, onde se comemora a queda da Bastilha.
La Marseillaise
A grande prisão do estado terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, fez um discurso em frente ao Palácio Real e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris.
Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal.
Ali, apropriou-se de vinte e oito mil mosquetes e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá.
A massa revoltosa era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro Santo Antônio, um dos mais populares de Paris.
O episódio, verdadeiramente espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg (hoje Kalingrado, na Prússia Oriental), atingida pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do rei, fez com que o filósofo Immanuel Kant, exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se atrasasse no seu passeio diário das 18 horas.
A queda da Bastilha, no 14 de Julho de 1789, ainda hoje é comemorada como o principal feriado e evento francês.
Com a queda desta prisão, as mudanças que estavam em curso se precipitaram. A burguesia percebeu que tinha o povo a seu favor e passou a usar este apoio. Parte do clero também aderiu ao Terceiro Estado.
Desta maneira, ambos os Estados se aliaram em 20 de junho de 1789 e exigiram a promulgação de uma Constituição. Esta limitaria o poder do Rei e o absolutismo terminaria na França.
Depois da Queda da Bastilha, a Milícia de Paris se fortaleceu e a população sentiu-se forte para fazer suas próprias demandas.
Mais tarde, a Revolução se radicalizaria e passaria por um momento de forte repressão conhecido como Período do Terror.
O período do Terror (1792-1794) durante a Revolução Francesa, foi marcado pela perseguição religiosa e política, guerras civis, e execuções na guilhotina.
Naquele momento, a França estava sendo liderada pelos jacobinos, considerados os mais radicais entre os revolucionários e, por isso, este período também é conhecido como "Terror Jacobino".
Jacobinos - Robespierre deitado
Internamente, as distintas correntes políticas como os girondinos, jacobinos e nobres emigrados, lutavam pelo poder.
Assim, a Convenção, que governava o país, adota medidas de exceção e suspende a Constituição da I República e entrega o governo ao Comitê de Salvação Pública.
Durante o período jacobino, além da violência, houve a aprovação de leis que acabaram moldando a França moderna. Alguns exemplos são:
Abolição da escravidão nas colônias;
Fixação de limites de preços de gêneros alimentícios de primeira necessidade;
Confisco de terras;
Assistência aos indigentes;
Substituição do calendário gregoriano pelo republicano;
Criação do Museu do Louvre, da Escola Politécnica e do Conservatório de Música.
Claro que muitas dessa medidas desagradaram a burguesia e a elite da época.
Os membros mais radicais, chamados jacobinos, liderados por Robespierre, que fazem aprovar a Lei dos Suspeitos, em 17 de setembro de 1793, que deveria vigorar por dez meses.
Esta lei permitia deter qualquer cidadão, homem ou mulher, que fosse suspeito de conspirar contra a Revolução Francesa.
O período do Terror fez vítimas de todas as condições sociais e os mais célebres guilhotinados foram o rei Luís XVI e sua esposa, a rainha Maria Antonieta, ambos em 1793.
execução de Maria Antonieta
Ironicamente, os representantes da ala partidária ao fim do Terror foram levados à guilhotina. Em 9 Termidor de 1794, o Pântano, facção da alta burguesia financeira, dá um golpe, (banqueiros e rentistas) tomam o poder os jacobinos e enviam os líderes populares Robespierre (1758-1794) e Saint-Just (1767-1794) para a guilhotina.
Luís XVI e Maria Antonieta
As disputas na França ocorrem sob os olhares dos líderes europeus ainda temerosos da evolução política. Por isso, em 1798 é formada a Segunda Coligação antifrancesa, que reunia Grã-Bretanha, Áustria e Rússia.
Temendo a invasão, os burgueses recorrem ao Exército, na figura do general Napoleão Bonaparte e este, em 1799, deflagra o Golpe de 18 de Brumário. Era a tentativa de restabelecimento da ordem interna e de organização militar contra a ameaça externa.
Como vemos a História sempre se repete, para acabar com o Absolutismo que dava regalias à Monarquia e penalizava os mais pobres, recorreu-se à Revolução Francesa, que por sua vez usou da guilhotina para fazer valer o seu poder, que foi derrubada e substituída por Napoleão que levou o pais a um novo período ditatorial.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
youtube.com
todamateria.com.br
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