A história de "O conto da aia" passa-se num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes - tudo fora queimado.
Margaret Atwood
As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa.
Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos.
Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América. As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado - há as esposas, as marthas, as salvadoras etc.
À pobre Offred coube a categoria de aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar. Offred tem 33 anos. Antes, quando seu país ainda se chamava Estados Unidos, ela era casada e tinha uma filha. Mas o novo regime declarou adúlteros todos os segundos casamentos, assim como as uniões realizadas fora da religião oficial do Estado.
Era o caso de Offred. Por isso, sua filha lhe foi tomada e doada para adoção, e ela foi tornada aia, sem nunca mais ter notícias de sua família. É uma realidade terrível, mas o ser humano é capaz de se adaptar a tudo. Com esta história, Margaret Atwood leva o leitor a refletir sobre liberdade, direitos civis, poder, a fragilidade do mundo tal qual o conhecemos, o futuro e, principalmente, o presente.
A obra explora os temas da subjugação das mulheres e os vários meios pelos quais elas perdem individualismo e independência.
A história é narrada por Offred e soa como o relato de uma testemunha. Atwood se baseou em notícias para construir o universo e o enredo de O Conto da Aia. Em seu acervo, na Thomas Fisher Rare Book Library, biblioteca da Universidade de Toronto – Atwood se graduou em Inglês na instituição, nos anos 1960 –, encontram-se com o manuscrito do romance os recortes de jornais feitos pela autora. São reportagens sobre o cerceamento às liberdades das mulheres e poluição do meio ambiente.
"O Conto da Aia alerta que, tipicamente, pessoas que buscam poder criam hierarquias que consolidam o poder masculino e patriarcal", analisa a professora. "Insistem que a perda da liberdade das mulheres é justificável porque proporciona 'liberdade'. A falsa mensagem nisso é que mulheres precisavam de proteção da brutalidade masculina e essa proteção, supostamente, implica no escravização pelo estado."
Estamos vivendo momentos críticos no mundo com a ascensão de populistas de extrema direita e conservadores cuja visão de mundo ideal é bastante discutível.
O livro foi transformado em uma série, agora adaptada para a TV, na série The Handmaid´s Tale, exibida pelo Canal Globosat
Fontes:
estantevirtual.com.br
youtube.com
huffpostbrasil.com
wikipedia.org
google.com
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