No dia 19 de junho de 1953, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi executado na prisão de Sing Sing, em Nova York. Eles eram acusados de ter repassado aos soviéticos informações sobre a bomba atômica.
A primeira bomba atômica russa explodiu quatro anos depois de Hiroshima e Nagasaki, em 28 de agosto de 1949. Enquanto a opinião pública se mostrava perplexa diante da demonstração de poder dos russos, a CIA começou a se questionar como os soviéticos haviam tido acesso aos segredos nucleares.
Em fevereiro de 1950, foi preso o cientista britânico Klaus Fuchs, que havia participado do projeto nuclear americano. Ele revelou ter passado dados importantes sobre a produção da bomba a agentes russos. A revelação desencadeou uma série de prisões, até se chegar ao soldado David Greenglass, irmão de Ethel Rosenberg.
Greenglass confessou haver entregue a Julius Rosenberg várias ilustrações das lentes especiais, desenvolvidas para a bomba no laboratório de Los Alamos. A prisão dos Rosenberg aconteceu em plena época de histeria anticomunista nos Estados Unidos. Qualquer pessoa que alguma vez tivesse manifestado qualquer simpatia pelo regime soviético era considerada suspeita.
O processo que se seguiu foi marcado por essa histeria. O caso Rosenberg teria de ser exemplar. Julius alegou inocência, mas foi incriminado por uma série de testemunhas. O juiz Irving Kaufman considerou o crime "pior que assassinato" e responsabilizou Rosenberg pelos 50 mil soldados mortos na Guerra da Coreia, eclodida em virtude da ameaça nuclear russa.
Apesar de a União Soviética ter negado qualquer envolvimento com Rosenberg, ele e a esposa foram condenados à cadeira elétrica no dia 5 de abril de 1951. Nos dois anos seguintes, seu advogado tentou de tudo para reverter a sentença. A opinião pública mundial protestou, o papa Pio 12 interveio, tudo em vão.
O casal foi um símbolo tanto para a esquerda como para a direita. Para uns, representou a injustiça capitalista; para outros, a ameaça comunista. No dia 19 de junho de 1953, Ethel e Julius Rosenberg foram executados na cadeira elétrica da prisão de Sing Sing. Só em 1997, Alexander Feklisov, ex-super agente russo e contato de Julius Rosenberg, confirmou que este havia sido espião, mas Ethel nunca soubera de nada.
Prisão de Sing Sing
Os dois prisioneiros, um judeu americano de 35 anos e sua mulher, de 37 anos, foram para a câmara da morte um de cada vez.
O homem, cuja cela ficava mais próxima à sala da cadeira elétrica, foi primeiro. Assim, sua mulher não precisaria vê-lo passar pelo corredor.
Julius Rosenberg morreu após o primeiro choque. Mas Ethel Rosenberg não teve a mesma sorte. Seu coração ainda batia após três choques e o executor precisou dar mais dois deles para matá-la.
Ethel e Julius Rosemberg
"Com a Guerra Fria contra a União Soviética e uma guerra bastante quente acontecendo na Coreia, os Rosenberg tiveram poucas chances de uma audiência justa na grande imprensa. A questão da culpa já estava resolvida nas mentes da maioria das pessoas", escreveram Frankie Y. Bailey e Steven Chermak, autores de "Crimes e Provações do século" (sob o título original "Crimes and Trials of the Century")
David Greenglass acusou a própria irmã, e anos mais tarde declarou que fez isso para livrar a sua mulher da cadeia.
Fontes:
google.com
dw.com/pt.br
gettyimages.pt
br.rbth.com
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