terça-feira, 9 de junho de 2020

Apóstrofe ou apóstrofo

Qual a diferença entre Apóstrofe e apóstrofo ?





Apóstrofe, substantivo feminino, é uma figura de pensamento, que consiste em interpelar enfaticamente pessoas ou coisas que podem estar presentes ou ausentes. O Padre Antônio Vieira, quando os holandeses estavam para invadir a Bahia, reuniu os fiéis na igreja diante do Santíssimo exposto e fez um sermão inteiro dirigindo-se diretamente a Cristo, interpelando-o.

Do sermão, denominado “Apóstrofe atrevida”, extraímos esta pequena apóstrofe:


“Considerai, meu Deus,   perdoai-me se falo inconsideradamente,  considerai a quem tirais as terras do Brasil e a quem as dais. Tirais estas terras aos portugueses a quem no princípio as destes…”


Apóstrofo, substantivo masculino, é um sinal diacrítico, em forma de vírgula, para indicar a supressão de letra(s). Ex.: minh'alma.

Apóstrofe

É uma figura caracterizada pela evocação de determinadas entidades, consoante o objetivo do discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano.

Caracteriza-se pelo chamamento do receptor, imaginário ou não, da mensagem.

Nas orações religiosas é muito frequente (“Pai Nosso, que estais no céu”, “Ave Maria” ou mesmo “Ó meu querido Santo António” são exemplos de apóstrofes).

Em síntese, é a colocação de um vocativo numa oração. Ex.:“Ó Leonor, não caias!”


Apóstrofo




Um verdadeiro motivo de confusão é o Apóstrofo, um sinal em forma de vírgula usado em certos casos de união de palavras.

Um exemplo do uso do Apóstrofo está na canção de Chico Buarque “Gota D’água”:


Deixa em paz meu coração Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d’água…


O compositor preferiu escrever “gota d’água” a escrever “gota de água”.

O Apóstrofo representa a junção de duas palavras: “de” e “água”.


Há casos de exagero no uso do Apóstrofo. É o que ocorre em relação a “pra”, redução da palavra “para”. Nesse caso, não há junção de palavra com palavra.

Logo não há por que colocar o Apóstrofo.

O Apóstrofo pode ser usado ainda de forma criativa e brincalhona.


CASOS EM QUE USAMOS O APÓSTROFO - Nova Ortografia


É o que vemos, por exemplo, no nome de um bar situado na rua Eça de Queirós, no bairro do Paraíso, em São Paulo.

O nome do estabelecimento é ENTRE N’EÇA. Os proprietários criaram essa marca com base no nome da rua e na expressão popular “entre nessa”. Ocorreria, nesse caso, um fusionamento de palavras, “no Eça”, conforme sugere o trocadilho con “nessa”.

Há três situações de uso do Apóstrofo ( ‘ ) a considerar:

Para analisar a primeira situação, vejamos os exemplos:


Olho-d’água.

Pau-d’arco.

Os usos dicionarizados do Apóstrofo são restritos a alguns casos em que a preposição de se aglutina com a palavra seguinte, resultando em elipse de fonema. São casos em que a pronúncia elíptica se tornou predominante. O Apóstrofo explicita a elipse do fonema /ê/.

Por outro lado, observe que embora possamos invocar uma hipotética supressão de fonemas nos exemplos a seguir, as representações com Apóstrofo são inaceitáveis:

Apóstrofo: não cometa erros ao usá-lo – Excellent Global

Lembro d’aquele rapaz.

Agiu d’um jeito estranho.

Nesses casos, somente a consulta ao dicionário nos dirá quando se usa o Apóstrofo e quando não.

No segundo caso de uso, o Apóstrofo indica a elipse de um ou mais fonemas quando se quer representar pronúncias não previstas pela variante culta.

Com o Apóstrofo, se registra pronúncias elípticas coloquiais como nos exemplos seguintes:


Vam’ nessa.

‘Tá tudo bem.

O Apóstrofo já foi bastante empregado pelos poetas no passado para representar pronúncias elípticas, visando uma adequação da métrica do poema.

‘Stamos em pleno mar… (Castro Alves – O Navio Negreiro)

Esse segundo uso do Apóstrofo é peculiar, pois envolve uma transgressão consciente da ortografia oficial. Recomenda-se critério no seu emprego, ficando reservado aos redatores experientes.

O novo acordo ortográfico da língua portuguesa prescreve um terceiro uso do Apóstrofo.

É a separação em duas partes de uma palavra aglutinada quando uma das partes pertence a uma locução continuada na seqüência, como nos exemplos a seguir:


Li n’O Globo.

Está escrito n’Os Sertões.

Encenação d’A Moratória.


Fontes:
wikipedia.org
portalsaofrancisco.com.br
google.com

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