No dia 5 de maio de 1989, um homem ficou conhecido por ter encarado uma coluna de tanques em Pequim, na China. O episódio aconteceu um dia após o exército chinês reprimir violentamente os protestos na Praça da Paz Celestial. A partir de então, ele passou a ser chamado de "O Rebelde Desconhecido" (ou "O Homem dos Tanques"). A imagem do herói não identificado correu o mundo, estampando as capas dos principais jornais e revistas do planeta.
Enquanto o primeiro tanque manobrava para desviar do “Rebelde Desconhecido", ele mudava de posição com o objetivo de obstruir o veículo militar. Na China, a imagem e tudo que se relaciona ao protesto estão sujeitos à pesada censura do Estado. Lá, o evento foi condenado ao esquecimento.
Não há informações confiáveis sobre a identidade ou o destino do homem. A história do que aconteceu com a tripulação do tanque também é desconhecida. Pelo menos uma testemunha afirmou que "O Rebelde Desconhecido" não foi a única pessoa que se opôs aos tanques durante o protesto.
Quase um ano após o protesto na Praça da Paz Celestial, em Pequim, a agência de notícias Associated Press especulou o destino do homem. Segundo as fontes da AP, havia grandes chances do rebelde ter sido preso e executado logo após o momento histórico. Pois é, a história não teria durado muito.
Na mesma época, o jornal britânico Sunday Express alegava ter identificado o homem como Wang Weilin, um estudante de 19 anos. Mas a versão nunca foi confirmada, e documentos oficiais obtidos pela organização Information Centre for Human Rights and Democracy, de Hong Kong, comprovariam que o governo chinês nunca teria conseguido identificar o homem – tudo isso de acordo com outra reportagem, essa do londrino The Times, publicada em 2009.
É um diz-que-me-diz danado e, desde então, o militante passou a ser conhecido mais como Rebelde Desconhecido ou “Tank Man”. Em 2006, o mesmo Sunday Express publicou uma reportagem afirmando que Wang Weilin vive em Taiwan, trabalhando como arqueólogo. Porém, como nunca foi confirmado que Wang Weilin é o Tank Man, a reportagem não ganhou repercussão.
No vídeo, enquanto Wang Weilin está em frente ao primeiro tanque, um homem numa bicicleta se aproxima, diz-lhe algumas palavras e Wang Weilin sinaliza com a mão.
Dois indivíduos chegam correndo. Eles são vistos segurando os braços de Wang Weilin e um deles põe a mão em suas costas. O homem que estava resolutamente imóvel diante dos tanques é visto pela última vez correndo apressadamente para fora da avenida, empurrado por trás por seus companheiros.
O estudioso chinês Wu Renhua, que já escreveu dois livros detalhados e aclamados pela crítica sobre o massare da Paz Celestial, disse à Rádio Free Asia que as duas pessoas correndo com Wang Weilin são agentes da segurança à paisana.
Wu Renhua acredita, e especialistas em linguagem corporal consultados por ele concordam, que eles estão usando técnicas de artes marciais, segurando os braços de Wang Weilin de certa maneira e aplicando pressão em pontos de acupuntura para que ele não possa resistir.
Tem havido muita especulação sobre o que aconteceu com Wang Weilin depois daquele dia, com alguns acreditando, não se sabe com que evidências, que ele fugiu para Hong Kong ou Taiwan.
O dissidente chinês Wei Jingsheng diz que a vida de Wang Weilin terminou naquele dia.
Os eventos da Praça da Paz Celestial consistiram em uma série de manifestações lideradas por estudantes, entre abril e junho de 1989. Os manifestantes (em torno de cinco mil) vinham de diferentes grupos, desde intelectuais que acusavam o governo do Partido Comunista de ser muito repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas econômicas haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas.
De acordo com os números oficiais do governo chinês, cerca de 300 pessoas morreram no Massacre da Praça da Paz Celestial. Mas essa estimativa é contestada. A Cruz Vermelha chinesa afirma que por volta de 2.600 manifestantes foram mortos.
Fontes:
seuhistory.com
youtube.com
google.com
super.abril.com.br
epochtomes.com.br
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