No dia 20 de setembro de 1835 tinha início a revolução separatista do Rio Grande do Sul, conhecida como Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, um termo depreciativo usado pelos partidários da monarquia para denominar os liberais que estavam no comando da revolta. A República de Rio Grande manteve sua independência por uma década e obteve considerável apoio da população local por conta de suas ideias libertárias e progressistas. Seu primeiro presidente foi o militar Bento Gonçalves da Silva.
Bento Gonçalves
Em 1839, o estado de Santa Catarina, também independente, se uniu ao Rio Grande do Sul em uma confederação. Contudo, alguns anos mais tarde, as tropas imperiais derrotaram as forças rebeldes, tanto em março quanto em maio de 1843, enquanto os governos aliados do Uruguai e Argentina abandonavam o apoio aos separatistas. No dia 28 de fevereiro de 1845 foi assinado o Tratado de Poncho Verde, que formalizava o regresso do Rio Grande ao império brasileiro em troca de uma anistia generalizada.
No dia 28 de fevereiro de 1845 é anunciada a Pacificação da Revolução Farroupilha. A leitura do tratado de paz é feita no dia 25 de fevereiro de 1845 no Acampamento da Carolina, nos campos do Ponche Verde, na cidade de Dom Pedrito.
Segundo o historiador Moacyr Flores, autor de diversos livros sobre a Revolta, considera a Revolução Farroupilha como uma guerra civil, já que colocou os rio-grandenses uns contra os outros. "Foi uma guerra iniciada pelos grandes proprietários rurais, chamados estancieiros. O Império, que já cobrava impostos das propriedades urbanas, decidiu cobrar impostos sobre as propriedades da zona rural", explica.
Segundo o professor, a população de Porto Alegre foi a favor da cobrança na zona rural, pois pequenos proprietários da capital eram taxados. "Por que não os grandes estancieiros?", questiona o pesquisador.
Mais uma vez, notamos na História do Brasil, interesses de uma elite que visando seus próprios privilégios levaram seus conterrâneos a uma guerra, como na Guerra de 32 em São Paulo.
Por esse motivo, os farroupilhas, liderados por Bento Gonçalves, tomaram o poder em Porto Alegre, no dia 20 de setembro de 1835, expulsando de lá o presidente da província e empossando o vice. Para o historiador, aí começa um período inédito nas revoltas brasileiras, já que pela primeira vez os "rebeldes" conseguem implantar uma República.
O governo apoiado por Bento Gonçalves teve seis ministérios, serviço de correio, tratados com outros países (o Uruguai foi um deles) e uma polícia própria. "Não houve, no entanto, aplicação de ideias liberais, ou tentativa de qualquer mudança social. Esse governo se caracterizou como uma ditadura, reprimindo duramente qualquer opinião contrária", diz.
Está claro nessa afirmação que o interesse dos latifundiários eram os seus próprios e não da população como um todo, tampouco foram capazes de abolir a escravidão em sua "república".
David Canabarro e Bento Gonçalves
Outro engano, segundo ele, é achar que os negros lutaram pelos farroupilhas em favor da conquista de sua liberdade. "Não houve negros do lado dos estancieiros, pois estes não colocaram seus escravos para batalhar, sempre os mantiveram em trabalho nas fazendas. Os negros que participaram estavam do lado do Império e eram da chamada Infantaria Negra", afirma. Mesmo o nome "farroupilha", não seria derivado de "farrapos", referente ao estado desgastado dos revolucionários. "Farroupilha é o nome do partido dos liberais exaltados, fundado em 1832", esclarece.
A Revolta terminou em 1845 por um tratado de paz estabelecido entre os revolucionários e Duque de Caxias. Parte do "fracasso" da república farroupilha deveu-se à sua não aceitação por parte da população do Rio Grande do Sul. "Porto Alegre já era uma cidade comercial, então é claro que ninguém apoiava uma guerra, pois sempre há pilhagens e muito prejuízo para todos", explica o professor.
Fontes:
seuhistory.com
google.com
novaescola.org.br
guerras.brasilescola.uol.com.br
portadasmissoes.com.br
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