quarta-feira, 25 de setembro de 2019




Rafael Leonidas Trujillo foi presidente da República Dominicana durante os anos de 1930 e 1961. Nessa época foi ditador absoluto, com o título de generalíssimo do Exército. Apesar do regime de Trujillo trazer estabilidade econômica ao país, utilizou medidas autoritárias para alcançar o progresso material, e aboliu a oposição política pela força. Fomentou as relações diplomáticas e econômicas com os Estados Unidos, mas, com frequência, afastou-se com sua política dos demais países latino-americanos. Na terça-feira, 30 de maio de 1961, na estrada Santo Domingo - San Cristóbal, o automóvel em que viajava foi metralhado em uma emboscada, recebendo mais de 60 impactos de balas de diversos calibres, dos quais sete acertaram seu corpo, causando-lhe a morte; seu motorista Zacarías de la Cruz, recebeu vários impactos, mas sobreviveu, apesar de ter sido considerado morto por seus justiceiros. Depois da morte de Trujillo o país ficou sob a direção do doutor em leis espanhol, Joaquín Balaguer, Presidente constitucional da República, e do General Rafael Leónidas Trujillo Martínez, "Ramfis", filho adotivo do ditador e Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.


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                                           Rafael Trujillo

Ditador durante três décadas, Rafael Trujillo foi uma herança da intervenção norte-americana de 1916. Filho de José Trujillo Valdez e Altagracia Julia Molina, completou apenas o nível primário de escolaridade. Aos dezesseis anos conseguiu trabalho como telegrafista. Desde muito cedo existem informações de suas vinculações com atividades delituosas. Muito jovem ainda integrou o Partido Nacional, de Horacio Vásquez. Durante a intervenção trabalhou nos engenhos de açúcar como pesador e, posteriormente, como guarda campestre.



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Trujillo e Nixon


Em 1918 passou a fazer parte da Guarda Nacional e perseguiu grupos de resistência armada à intervenção, chamados gavilleros. A partir desse momento teve uma ininterrupta ascensão na carreira, que o levou a ser general de brigada e comandante em chefe do Exército em 1928. Juntamente com o aumento de sua autoridade e influência, cresceu sua fortuna pessoal, como resultado das práticas corruptas que desenvolveu. Em 1930 Trujillo já era um dos homens mais ricos do país.

Nesse momento, o governo de Horacio Vásquez encontrava-se em profundo estado de desgaste político. O chefe do Exército conspirou para derrubá-lo, amparado por um movimento aparentemente cívico, encabeçado por Rafael Estrella Ureña. A queda de Vásquez permitiu que Trujillo disputasse as eleições de março de 1930 e ganhasse por ser o único candidato. Foi o início de um longo período de terror. Trujillo formou um bando paramilitar conhecido como 42, que se dedicou a assassinar os opositores.

Um traço característico do regime era a adulação ao ditador e a seus familiares. As estradas, as províncias, as escolas e as pontes levavam seus nomes; até mesmo Santo Domingo, a mais antiga cidade da América, fundada pelo irmão de Cristóvão Colombo em 1496, trocou seu nome pelo de Cidade Trujillo. Proeminentes intelectuais prestaram-se a justificar a ditadura, argumentando que Trujillo era uma necessidade histórica, pois só ele poderia superar os entraves da República Dominicana. 



Os pilares ideológicos da ditadura foram, além da exaltação à tirania, o anticomunismo, o hispanismo e a perseguição aos africanos e, especialmente, aos haitianos. Essa perseguição teve maior expressão na matança de haitianos ordenada por Trujillo, em 1937.

O controle absoluto sobre a economia nacional lhe permitiu levar adiante um importante plano de desenvolvimento urbano, além do pagamento da dívida externa, da criação da moeda nacional e da manutenção de sua paridade com o dólar. Trujillo monopolizou as principais linhas produtivas e de serviços. 

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Desde o princípio o ditador empreendeu esforços para manter boas relações com os Estados Unidos. Durante boa parte da tirania, Trujillo contou com o apoio norte-americano. Porém, no final da década de 1950 a situação internacional fez com que os Estados Unidos assumissem um discurso democrático incompatível com a realidade vivida pela República Dominicana. 

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Além disso, Washington temia um desenlace parecido com o que havia ocorrido com a ditadura Batista, em Cuba, com o triunfo da Revolução em 1959. Finalmente, em 30 de maio de 1961, depois de trinta anos de férrea ditadura, Trujillo foi executado em Santo Domingo, quando estava em um veículo a caminho de sua fazenda.

Em 1965, os EUA no auge de suas prerrogativas imperialista invadiu a República Dominica, junto com uma "chamada" força de paz, a pretexto de proteger os cidadãos estrangeiros do governo de tendência à esquerda.


O Brasil tomou parte nessa ocupação. 

Era 23 de maio de 1965. A ditadura ainda estava na fase, como definiu Hélio Gaspari, envergonhada. No Brasil, muitos ainda acreditavam na promessa do Marechal Castelo Branco de restaurar a democracia — promessa quebrada em outubro, quando a eleição presidencial daquele ano foi cancelada e o AI-2, promulgado, tornando as eleições indiretas.



Os militares, que contaram com apoio diplomático e (se precisasse) militar do governo americano, viram a chance de devolver o favor.

Sob a presidência do marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o Brasil enviou cerca de 1,3 mil militares para participar, ao lado de tropas dos EUA e de outros países, da invasão da República Dominicana, um pequeno país caribenho que divide a Ilha de San Domingo com o Haiti e que em sua história foi governado por um dos mais sórdidos ditadores latino-americanos, Rafael Trujillo.




A invasão foi uma grande inflexão na Política Externa Independente (PEI), que havia caracterizado a diplomacia brasileira nos governos civis de João Goulart e Jânio Quadros. Saía de cena o reforço ao diálogo Sul-Sul com os países mais pobres e a independência em relação às grandes potências, EUA e União Soviética, e entrava o alinhamento automático aos americanos, vistos como líderes na defesa da civilização ocidental contra o comunismo. A intervenção deixou o Brasil com a péssima fama de nação subserviente, sub-imperialista e gendarme dos EUA.




Fontes:
latinoamerica.wiki.com.br
seuhistory.com
aventurasnahistoria.uol.com.br
google.com

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