Em um dia como hoje, no ano de 1921, nascia no Recife, o educador Paulo Reglus Neves Freire, Patrono da Educação Brasileira. Durante sua vida, ele se tornou um dos pensadores mais prestigiados da história da pedagogia mundial, influenciando o movimento chamado pedagogia crítica. Ele é bastante conhecido por ser o autor da "Pedagogia do Oprimido".
A sua prática didática visava libertar o educando da denominada educação bancária e tecnicista. A ideia era libertar o aluno de chavões alienantes, em que o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Paulo Freire se destacou na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
De acordo com o biógrafo Sérgio Haddad, que em breve lançará um livro sobre a trajetória de Freire, o texto do inquérito divulgado logo depois que o educador partiu para o exílio afirmava que ele era “um dos maiores responsáveis pela subversão imediata dos menos favorecidos”.
Essa frase diz muito sobre a metodologia de Paulo Freire e por que ela gerava tanto incômodo. O método tratava uma maneira de educar intrinsecamente ligada à vida cotidiana — e por isso também à política. O educador era contra o que chamava de “educação bancária”, que colocava o professor como detentor do conhecimento e o aluno apenas como depositório. Para ensinar, de acordo com ele, era preciso partir da experiência do aluno e do que ele conhecia.
Foi assim que um grupo de professores, sob sua liderança, ensinou 300 adultos a ler e escrever em menos de 40 horas, na cidade de Angicos (RN), em 1963. A metodologia envolvia ensinar os fonemas por meio de palavras que faziam parte do cotidiano dos trabalhadores, como tijolo. A alfabetização em massa inspirou o Plano Nacional de Alfabetização, que foi arquivado e nunca mais retomado depois do Golpe de 1964.
Projeto anticomunismo
Inicialmente, a experiência de Freire foi financiada pela Aliança para o Progresso, do governo dos Estados Unidos, que acreditava que a alfabetização era um caminho para combater o avanço do comunismo no Brasil. O governo militar, no entanto, viu nela um perigo iminente de revolta dos “menos favorecidos”. Isso porque Freire acreditava na educação como ferramenta de transformação social, como forma de reconhecer e reivindicar direitos.
De acordo com uma reportagem publicada pela ONG Repórter Brasil, muitos atribuíram uma greve dos trabalhadores em Angicos, que reivindicavam carteira de trabalho assinada e repouso semanal, às discussões ocorridas durante a experiência de alfabetização de Paulo Freire. Ao ensinar a escrever a palavra “trabalho”, os professores também levantavam discussões sobre o assunto, e os alunos chegaram inclusive a ler artigos da CLT.
Um outro ponto sensível aos militares da época tocado por Freire e o Plano Nacional de Alfabetização era o direito ao voto. Na época, apenas quem sabia ler e escrever poderia votar. Ou seja, Paulo Freire estava formando leitores e eleitores críticos.
Como só poderia ocorrer num país de uma elite com pensamentos tacanhos e miopia política, uma classe pobre iletrada seria mais fácil de doutrinar e manipular, não pensando, como fizeram países que hoje são ícones em desenvolvimento, que a Educação levaria o país e consequentemente sua Economia à prosperidade.
Por seu trabalho, Paulo Freire recebeu nada menos do que 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Ele morreu em São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 1997.
Fontes:
seuhistory.com
guiadoestudante.abril.com.br
google.com
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