"Sei personaggi in cerca d'autore", peça escrita em 1921 pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello.
Luigi Pirandello
Seis personagens à procura de um autor conta a história de seis personagens que, rejeitadas por seu criador, tentam convencer o diretor da companhia a encenar suas vidas.
No início, o diretor fica perturbado por ter seu ensaio interrompido, mas aos poucos começa a interessar-se pela situação inusitada que se apresenta diante de seus olhos. As personagens o convidam a encenar suas vidas, mostrando que mereciam ter uma chance. Com isso, acabam convencendo-o a tornar-se autor.
As discussões entre as personagens e o diretor compõem uma análise filosófica do teatro. Assim, o peso da peça divide-se entre a narrativa em si, e os aspectos para-textuais, que ganham a cena.
Diretor e personagens discutindo constroem também uma querela de formas de fazer teatro. As personagens, tentando mostrar ao diretor que suas vidas são reais, em relação ao palco, e ele defendendo a relatividade do que está sobre o palco, toma como parâmetro a vida "real". A peça entra, assim, em um outro aspecto: torna-se um estudo metalinguístico do teatro, a arte discutindo a si mesma. A forma de representação proposta pelo diretor não é aceita pelas personagens. Não querem ser representadas pelos atores da companhia.
Afinal, como alguém poderia representar melhor a vida de uma personagem do que ela própria?
Pirandello expõe o processo criativo do autor, como encenar, no palco e como ficção e realidade estão fundidas e se confundem várias vezes na peça, que se inicia com o diretor e atores em um ensaio, quando seis personagens (o Pai, a Mãe, o Filho, a Enteada, o Rapazinho e a Menina) invadem o teatro à procura de um autor, já que este após criá-los os abandonou.
Apesar das discussões iniciais, o diretor aceita ser dirigir seus dramas. Os personagens anseiam contar seus dramas, cada um defende o seu trauma. A história se resume assim: O Pai deixa a Mãe ir embora com seu ex-secretário a qual ela tinha grande afinidade. Mas ele morre e a Mãe sofre dificuldades financeiras e se torna costureira; a Enteada se prostitui e certa vez o Pai vai à “casa” onde ela trabalha e quase cometem um “incesto”. O Filho foi mandado para o campo e quando volta está frio e distante. Por fim, a Menina se afoga no lago e o Rapazinho se mata com um tiro de revólver.
No Brasil a primeira montagem no Brasil contou com: Sérgio Cardoso, Cacilda Becker e Paulo Autran.
Paulo Autran (de óculos), Cacilda Becker e Sérgio Cardoso - TBC 1951
Há outra montagem brasileira, levada ao palco em 1977, dirigida por Paulo José e estrelada por Dina Sfat e Rogério Fróes, com participação de Hélio Ari, Laís Braga, Tiago Santiago.
Dina Sfat e Paulo José
Fontes:
dejafilho.blogspot.com
wikipedia.org
google.com
qorpus.paginas.ufsc.br
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