O movimento Realista no mundo acontece na segunda metade do século XIX, e sua obra de estréia é Madame Bovary de Gustave Flaubert, publicada na França em 1857.
Esse movimento sucedeu o Romantismo.
O Realismo surge no momento pós Revolução Francesa e durante a Segunda Revolução Industrial. A Revolução Francesa consolida a burguesia como poder e a Revolução Industrial estabelece o proletariado, o que forma a luta de classes burguesia x proletariado. Além disso, há um grande avanço na ciência e na tecnologia.
É o momento que deixa explícito o “fracasso” da Revolução Francesa. Não é, necessariamente, um fracasso propriamente dito porque foi conseguido o fim da monarquia. Todavia, os ideais “liberdade, igualdade e fraternidade” não acontecem da forma com que foram idealizados. O rei é retirado do poder e a monarquia tem o seu fim, porém agora é a burguesia que ocupa esse espaço que antes era ocupado pelo monarca.
A burguesia passa a governar apenas para si mesma, o que aumenta a desigualdade social e a insatisfação do proletariado. Esse é um dos motivos pelos quais o Realismo ascende: os autores querem mostrar a realidade dessa sociedade e criticar a sociedade de aparências burguesa. A ideia agora é se afastar da idealização Romântica e se aproximar do que é real.
No Romantismo tínhamos :
* Descrições subjetivas com adjetivos tentando elevar o objeto descrito;
* Mulher idealizada, perfeita, pura;
* Amor e outros sentimentos acima de tudo;
* Casamento, objetivo do relacionamento amoroso;
* Narrativa com enredo de aventuras;
* Poesia e prosa;
* Linguagem culta, metafórica.
No Realismo tínhamos:
* Objetivismo;
* Descrições objetivas, tentando captar o real;
* Mulher não idealizada, retratada com defeitos e qualidades;
* Amor é visto como relacionamento de interesses;
* Casamento: instituição falida, contrato de interesse;
* Narrativa longa, lenta com tempo psicológico;
* Romances, poesia, prosa;
* Linguagem culta e objetiva.
No Brasil duas obras marcam o início do Movimento realista:
Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis de 1881 e "O Cortiço" de Aluísio de Azevedo de 1890, que publica também "O mulato" de 1881, primeiro romance no Naturalismo brasileiro.
Aluísio de Azevedo Machado de Assis
Desde o seu início, o realismo brasileiro foi sobre tudo urbano, no mais das vezes retratando a vida na cidade do Rio de Janeiro, como já fazia em pleno romantismo, um precursor do realismo, Manuel Antônio de Almeida (1831-1861). A novela de Manuel Antônio de Almeida ocupa um lugar especial no cenário da ficção romântica brasileira, graças à sua originalidade, seu único romance, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de folhetins, difere em muitos aspectos dos romances comumente publicados em folhetins do século XIX, o que explica sua franca popularidade na época, e sua maior aceitação na posteridade. Suas narrações ganharam um caráter cômico e, ao mesmo tempo, observador, que o aproxima muito do realismo, mas com características arcaicas. Por essas razões Manuel Antônio de Almeida é considerado um escritor em transição do romantismo para o realismo. Embora ainda pertencendo à época romântica e não podendo ser consideradas realistas em sentido escrito, as Memórias são, de acordo com Alfredo Bosi, "de franca aderência à realidade média", então "isentas de qualquer traço idealizante" e recorrem a um "método objetivo de composição"
O Ateneu, de Raul Pompéia de 1888 foi outro marco de Realismo brasileiro, assim como "Inocência" de Visconde de Taunay de 1872.
Raul Pompéia Visconde de Taunay
Fontes:
portalsaofrancisco.com.br
talvezpossalheajudar.blogspot.com
infoescola.com
guiadoestudante.abril.com.br
todamateria.com.br
google.com
infoescola.com
wikipedia.org
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