Vamos falar hoje do dramaturgo, escritor e romancista Ariano Suassuna.
Nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa na Paraíba em 16 de junho de 1927.
Idealizador do Movimento Armorial, que tinha como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos populares e culturais do Nordeste Brasileiro. É autor das obras Auto da Compadecida, sua obra mais conhecida, o Romance d´A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil.
Foi Secretário de Cultura de Pernambuco o governo de Miguel Arraes (1994-1998) e Secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Seu pai João Suassuna, foi presidente da Paraíba (governador) e morreu no Rio de Janeiro assassinado. Ariano nasceu no próprio Palácio da Redenção.
O próprio Ariano Suassuna reconhecia que o assassinato de seu pai, ocupava posição marcante em sua inquietação criadora. No discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, disse:
“ Posso dizer que, como escritor, eu sou, de certa forma, aquele mesmo menino que, perdendo o pai assassinado no dia 9 de outubro de 1930, passou o resto da vida tentando protestar contra sua morte através do que faço e do que escrevo, oferecendo-lhe esta precária compensação e, ao mesmo tempo, buscando recuperar sua imagem, através da lembrança, dos depoimentos dos outros, das palavras que o pai deixou."
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Sua peça mais conhecida "O Auto da Compadecida" de 1955 foi encenada milhares de vezes e virou filme em 2000. Auto é uma peça de um só ato sobre temas religiosos.
O Auto da Compadecida - Direção de Guel Arraes
Com Matheus Nachtergaele, Selton Melo, Denise Fraga, Diogo Vilela, Marco Nanini e Fernanda Montenegro.
No texto de Ariano Suassuna vemos como todos os personagens são corrompidos pelo dinheiro, até mesmo aqueles que supostamente não deveriam estar ligados à matéria (caso dos religiosos).
Vale lembrar o comportamento do padre, que aceitou suborno da mulher do padeiro para enterrar o cão e rezar uma missa, em latim, em homenagem ao animal.
Ao resgatar essa tradição teatral medieval, Ariano Suassuna realiza uma leitura da moral católica muito ajustada aos tipos que cometem gestos transgressores. Outra linha de força de “Auto da Compadecida”, é a presença do anti-herói ou herói quixotesco, uma espécie de personagem folclórica que vive ao sabor do acaso e das aventuras. João Grilo é esse típico anti-herói, que se envolve com as mais diversas personagens e se compromete com as próprias mentiras. No entanto, é através dele que o autor propõe um exame dos valores sociais e da moral estabelecida. Em outras palavras, Suassuna pretende refletir sobre a fragilidade e a suscetibilidade de nossas convicções.
Ariano foi o Sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989, na sucessão de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
Ariano Suassuna morreu em 23 de julho de 2014, vítima de uma parada cardíaca. Ele havia sido internado dois dias antes por ter sofrido um AVC
Fontes:
academia.org.br
wikipedia,org
google.com
youtube.com
culturagenial.com
guiadoestudante.abril.com.br
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