No dia 5 de maio de 1989, um homem ficou conhecido por ter encarado uma coluna de tanques em Pequim, na China. O episódio aconteceu um dia após o exército chinês reprimir violentamente os protestos na Praça da Paz Celestial. A partir de então, ele passou a ser chamado de "O Rebelde Desconhecido" (ou "O Homem dos Tanques"). A imagem do herói não identificado correu o mundo, estampando as capas dos principais jornais e revistas do planeta.
Enquanto o primeiro tanque manobrava para desviar do “Rebelde Desconhecido", ele mudava de posição com o objetivo de obstruir o veículo militar. Na China, a imagem e tudo que se relaciona ao protesto estão sujeitos à pesada censura do Estado. Lá, o evento foi condenado ao esquecimento.
Não há informações confiáveis sobre a identidade ou o destino do homem. A história do que aconteceu com a tripulação do tanque também é desconhecida. Pelo menos uma testemunha afirmou que "O Rebelde Desconhecido" não foi a única pessoa que se opôs aos tanques durante o protesto.
Quase nada se sabe a respeito da identidade do homem ou do comandante do tanque. Pouco depois do incidente, o tabloide britânico Sunday Express afirmou ser "Wang Weilin" (王维林) seu nome, um estudante de 19 anos que foi posteriormente preso por "agitação política" e "tentativa de subversão de membros do Exército"; entretanto, a veracidade desta afirmação é questionável. Numerosos rumores se espalharam acerca da identidade do homem e de suas intenções, mas nenhuma delas pôde ser definitivamente provada.
Existem várias histórias conflitantes sobre o que aconteceu com o homem. Num discurso do President's Club em 1999, Bruce Herschensohn, ex-assistente do presidente Richard Nixon, afirmou que o homem foi executado 14 dias depois; outras fontes dizem que ele foi morto pelo pelotão de fuzilamento poucos meses depois dos protestos de Tiananmen. No livro Red China Blues: My Long March from Mao to Now, a jornalista Jan Wong diz que o homem ainda está vivo e escondido no interior da China. Segundo informações obtidas por ela própria, o governo chinês buscava informações sobre o rebelde ainda um ano depois das manifestações de Tienanmen.
O governo da República Popular da China fez poucas afirmações a respeito do incidente e das pessoas envolvidas. Numa entrevista de 1990 a Barbara Walters, Jiang Zemin, então Secretário Geral do Partido Comunista da China e posteriormente presidente do país, foi questionado sobre o destino do homem. O líder chinês primeiro disse (através de um intérprete): "não posso confirmar se este jovem que você mencionou foi preso ou não". Jiang depois falou em inglês, "I think never killed" ("eu acho que nunca matou"). Um artigo de Junho de 2006 do Apple Daily de Hong Kong afirmou que há rumores de que o homem está vivo e residindo em Taiwan.
Existem versões que ele veio para o Brasil, mas isso nunca foi confirmado e entrou para o folclore. O certo é que um único jovem parou uma coluna de tanques que tinham ordens de passar por cima de qualquer um. Com coragem e determinação ele mostrou para o mundo que a tirania e a ditadura, mesmo violenta como a da China, não pode impedir manifestações pela liberdade.
O Homem que parou um tanque
Os eventos da Praça da Paz Celestial consistiram em uma série de manifestações lideradas por estudantes, entre abril e junho de 1989. Os manifestantes (em torno de cinco mil) vinham de diferentes grupos, desde intelectuais que acusavam o governo do Partido Comunista de ser muito repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas econômicas haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas.
De acordo com os números oficiais do governo chinês, cerca de 300 pessoas morreram no Massacre da Praça da Paz Celestial. Mas essa estimativa é contestada. A Cruz Vermelha chinesa afirma que por volta de 2.600 manifestantes foram mortos.
Fontes:
seuhistory.com
wikipedia.org
google.com
youtube.com
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