quarta-feira, 26 de junho de 2019




O tupi ou tupi antigo era a língua falada pelas tribos de povos tupis que habitavam a maior parte do litoral do Brasil no século XVI. Dentre os grupos reconhecidos pelos historiadores, antropólogos e linguistas que tinham o tupi antigo como língua materna estão os tupinambás, tupiniquins, caetés, tamoios, potiguaras, temiminós e tabajaras.


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O tupi antigo tornou-se a língua franca do Brasil colônia quando os portugueses e seus descendentes, que lá se estabeleceram a partir do século XVI, passaram a aprendê-lo e difundi-lo não só ao longo do litoral, mas em todo o território brasileiro durante os séculos XVI e XVII, sobretudo por meio das expedições dos bandeirantes.

Essas línguas todas eram de expressão oral, ou seja não eram línguas escritas, tampouco tinham necessidade de uma gramática normativa.

A partir, no entanto, da chegada dos jesuítas no Brasil, essa língua nativa passou a fazer parte do idioma falado também pelos colonizadores.


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Padre José de Anchieta foi um dos primeiros a elaborar uma gramática do Tupi.

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Padre Anchieta

Com o tempo, o conhecimento desses dialetos, associado à estrutura da língua portuguesa, possibilitou aos jesuítas a criação de um novo idioma, que passou a ser largamente usado em quase todo o território colonial brasileiro. Esse idioma ficou conhecido como “Língua Geral”, ou “língua brasílica”. O ponto de partida da Língua Geral foi o tupi, dialeto falado pelos tupinambás, povos indígenas que habitavam o litoral do Brasil. O desenvolvimento dessa língua possibilitou um maior entendimento da organização social dos índios e, por conseguinte, facilitou a ação de conversão operada pelos jesuítas.



Peró ygara suí osem. ("O português sai da canoa")
Abápe endé? ("Quem és tu?")
Pedro osó siri'ype. ("Pedro vai para o rio dos siris")




Um dos primeiros tratados sistemáticos sobre a Língua Geral foi escrito pelo padre português Luís Figueira e publicado em 1621, em Lisboa. Seu título era: Arte da Língua Brasílica. Muitos tratados como esse foram escritos com o objetivo de auxiliar os novos missionários que seguiriam para a Colônia para adentrar os sertões e converter os povos indígenas. Outro exemplo, já do fim do século XVIII, é o Diccionario Anonymo da Língua Geral do Brasil, também publicado em Lisboa, em 1795. O subtítulo desse dicionário dá ao leitor a dimensão de sua principal utilidade: “Obra necessária aos ministros do altar que empreenderem a conversão de tantos milhares de almas que ainda se acham dispersas pelos vastos sertões do Brasil, sem o lume da Fé e Batismo.”

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Para além do uso apenas por parte dos missionários jesuítas, a Língua Geral tornou-se, nos séculos XVII e XVIII, o principal idioma falado no contexto do Brasil Colônia, superando o português. Os bandeirantes paulistas, por exemplo, valiam-se da língua geral e também a empregavam em suas expedições pelo sertão adentro. Muitos nomes de rios, vilas e cidades do interior de São Paulo, Goiás, Maranhão, Ceará e Amazonas resultaram do uso da Língua Geral.

Na região Norte e Nordeste da Colônia, inclusive, a Língua Geral recebeu uma configuração diversa daquela usada pelos sertanistas paulistas. Até os dias de hoje ainda se fala entre os caboclos e índios do estado do Amazonas a variação nheengatu da Língua Geral. Um dos grandes estudiosos dessa variação foi Pedro Luiz Sympson, militar e político amazonense que publicou a obra Gramática da língua brasileira, brasílica, tupi ou nheengatu, em 1876.


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A influência da língua Tupi na Língua Portuguesa é significativa:

Paranaguá ("enseada do mar"), Iguape ("na enseada do rio"), Sergipe ("no rio dos siris"), Guaratinguetá ("muitas garças"), Tatuí ("rio dos tatus"), Paquetá ("muitas pacas"), Jacareí ("rio dos jacarés"), Araraquara ("toca das araras").


Fontes:
wikipedia,org
brasilescola.uol.com.br
pt.babbel.com/pt/magazine
super.abril.com.br
google.com

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