sábado, 15 de junho de 2019

Em um dia como hoje, no ano de 1924, o aclamado poeta chileno Pablo Neruda lançava a obra Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, que constitui o momento efetivamente inaugural de sua poesia. Pela primeira vez, a sua linguagem poética alcança a unidade profunda entre a contenção retórica e a riqueza vocabular que definem o melhor de sua obra. Pablo Neruda - um pseudônimo de Neftalí Reyes Basoalto - também tem como outras obras de destaque "Confesso que Vivi"; "Cadernos de Temuco"; "Fulgor e Morte de Joaquín Murieta"; "Para Nascer", "Nasci"; "O Rio Invisível e Os Versos do Capitão" e "Prólogos".






Pablo Neruda nasceu Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto em 12 de julho de 1904, na cidade de Santiago no Chile. É considerado um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX.

Foi cônsul do Chile na Espanha e no México entre os anos de 1934 e 1938. Recebeu o Nobel de literatura em 1971.

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Em 1936 com a Guerra Civil espanhola, Neruda é destituído do cargo de cônsul e escreve Espanha no coração.

Em 1945 é eleito senador, neste mesmo ano lê para mais de 100 mil pessoas aqui no estádio do Pacaembu, em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Cinco anos depois publica Canto Geral, e sua poesia se veste de uma intenção social, ética e política.

Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de “La Chascona”, para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão.


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Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo.

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Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata.

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Matilde, nome de planta, pedra ou vinho, de que nasce da terra e que dura, palavra em cujo crescimento amanhece, em cujo estio estala a luz dos limões . Neste nome correm navios de madeira rodeados pelos enxames de fogo azul marinho, e essas letras são a água de um rio que desemboca em meu coração abrasado. Oh nome descoberto embaixo de uma trepadeira como a porta de um túnel desconhecido que comunica com a fragrância do mundo! Oh invada-me com tua boca abrasadora, indaga-me, se quer, com teus olhos noturnos, porém em teu nome deixa-me navegar e dormir.


O CABELO 

Pesado, espesso e rumoroso,
 no ventaria do castelo
 o cabelo da amada
 é um lampadário amarelo.

 - suas mãos brancas em minha boca.
 - minha frente em sua frente enluarada
 Pellàs, bêbado, cambaleia
 debaixo da perfumada floresta. 

- Melisanda, uma lebre uiva,
 para as estradas de aldeia
 - Sempre que esses uivam as lebres
 morro de susto, Pelleas. 

- Melisanda, uns galopes de corcel, 
se aproxime a floresta de loureiros.
 - Eu tremo, Pelleas, na noite 
quando aos galopes dos corcéis. 

- Pelleas, alguém me tocou
 como uma mão fina. 
- Sério o beijo de seu amante
 ou a asa de uma andorinha.

 Na janela do castelo
 há lampadário amarelo
 de um cabelo milagroso.

 Bêbado, Pelleas vai furioso,
 o coração também quis
 ser uma boca que se beija


Fontes:
seuhistory.com
kbook.com.br
google.com

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