sexta-feira, 28 de junho de 2019

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Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi 

finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios 
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati. 
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam, 
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare 
Tyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevi 
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida 
aetas: carpe diem quam minimum credula postero


Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti
que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir.


Essa é a Ode 1.11 do poeta grego Horácio, dirigida a uma personagem feminina, Leucônoe, onde ele pede que ela não tente advinhar o futuro e que viva a vida.

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Quinto Horácio Flaco (latim: Quintus Horatius Flaccus – 65 a.C.-8 a.C.). Poeta lírico, satírico e filósofo latino. Horácio nasceu em Venúsia, Itália, no ano 65 a. C. Filho de um escravo liberto que exercia a função de cobrador de impostos, fez seus estudos em Roma onde foi aluno de Lucio Orbílio Pupilo. Aperfeiçoou seus estudos literários em Atenas.

Estabeleceu-se em Roma como escriba de questores. Foi amigo do poeta Virgílio, que o apresentou a Caio Mecenas que o levou para integrar os círculos literários, tornando-se o primeiro literato profissional romano. Cultivou diversos gêneros literários principalmente a ode, em que utilizou os moldes gregos. Procurou sempre imprimir um cunho nacional às suas produções.

Seu primeiro livro conhecido foi “Sátiras” (35 a.C.). Sua obra prima, são os três livros de poemas líricos, “Odes” (23 a.C.), complementados por um quarto volume escrito em 13 a.C. Gozou de grande prestígio junto ao imperador Augusto e para ele compôs “Carmem Saeculare” (20 a.C.), um hino epistolar de caráter litúrgico dedicado a Apolo e Diana. Sua poesia escrita em forma de sentença teve muitas delas transformadas em provérbios. Faleceu em Roma, Itália, no ano 8 a.C.



No teu ventre transportas o lamento e o riso, as disputas e os loucos amores. Com doçura, persuades os aborrecidos, afrouxa os rígidos, tiras os segredos daqueles que se consideram sábios; eles deixam escapar suas dúvidas e medos com uma risada e uma piada. Devolves a esperança às mentes perturbadas. Tornas audazes os pobres, para que eles não temam ante os reis e nobres, e soldados empunhando armas.

É dessa forma que o poeta romano Horácio define o vinho em sua “Ode a uma ânfora de vinho”, apenas uma de suas inúmeras citações à bebida em sua obra – que influenciou futuras gerações de artistas e filósofos, especialmente do Iluminismo e Academismo.

Nunc est bibendum, nunc pede libero
pulsanda tellus, nunc Saliaribus 
ornare puluinar deorum
tempus erat dapibus, sodales.


Antehac nefas depromere Caecubum
cellis auitis, dum Capitolio
regina dementis ruinas 
funus et imperio parabat


contaminato cum grege turpium
morbo uirorum, quidlibet impotens 
sperare fortunaque dulci 
ebria. Sed minuit furorem





Agora é beber, agora, os pés livres,
é a terra pulsar, agora era tempo
de ornar os coxins dos deuses
com os festins sálios, camaradas. 


Até hoje era ímpio tirar o Cécubo 
da adega ancestral, enquanto a rainha 
tramava insanas ruínas
ao Capitólio e a morte ao império


com um bando de homens torpes por vício 
corrompido, orgulhosa a esperar seja
o que fosse e ébria da doce
fortuna. Mas abrandou sua fúria

O vinho, aliás, era um tema recorrente em seus poemas, muito devido à filosofia epicurista no qual eles estavam impregnados. Horácio, por sinal, cunhou um dos lemas que ficariam ligados ao epicurismo, o Carpe Diem – aproveite o dia –, também em uma de suas odes: carpe diem, quam minimum credula postero (aproveite o dia, confia o mínimo possível no amanhã).


Autor do provérbio " Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus."Os montes põem-se a parir, e nasce um estrambótico rato. Também aludido nas Fábulas de Esopo : 

" Mons parturibat, gemitus immanes ciens,


eratque in terris maxima exspectatio.

At ille murem peperit. Hoc scriptum est tibi,

qui, magna cum minaris, extricas nihil.


A Montanha dava à luz em meio a ruídos medonhos
Imensa era a expectativa das pessoas
Mas ela pariu apenas um rato.
Isso foi escrito para ti
Que embora anseies por grandes coisas, não fizestes nada.

A expressão, em minha opinião, é mais adequada na Fábula de Esopo. Tantos pseudos heróis que temos hoje em dia, que nada mais são que ratos paridos de grandes expectativas.



Fontes:

revistaprosaversoearte.com/o-famoso-poema-carpe-diem-
revistaadega.uol.com.br
ISCTE - instituto universitario de Lisboa.pt
google.com

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