quarta-feira, 24 de abril de 2019

Vamos falar hoje dos algarismos romanos.

Resultado de imagem para algarismos romanos



Embora os numerais romanos tenham chegado a ser representados por letras do alfabeto latino, foram antes símbolos independentes. Os Etruscos, antecessores dos romanos na península, usavam diversos símbolos diferentes, dentre os quais, por exemplo, ⋔ e ⊕. Usavam também os atuais símbolos I,V, X, L, C, e M. Desses todos somente I e X eram letras de seu alfabeto.



Hipóteses sobre a origem da numeração romana
Marcas de contagem

Por essa hipótese, a prévia numeração Etrusco-Romana em verdade se derivaria dos entalhes (traços retilíneos) das marcas de contagem em varetas, as quais continuaram a ser usadas por pastores Italianos e Dálmatas até o século XIX. Observe-se que os quatro primeiros símbolos da numeração Romana, I, V, X, L são formados por traços retos, podendo até o C ser feito por três traços. Assim, I não descende da letra I mas de um traço transversal entalhado numa vareta. A cada cinco entalhes vinha um corte duplo (um V) e a cada dez entalhes havia um corte em cruz (como um X). Havia entalhes duplos como, por exemplo, ⋀, ⋁, ⋋, ⋌, etc.). Isso produziu um sistema parcialmente posicional: O número Oito numa vara de contagem era representado por 8 entalhes retos, sendo IIIIΛIII ou oito traços (sem o Λ) lado a lado. Isso pode ser simplificado para ΛIII (ou VIII), uma vez que o Λ implica quatro traços antes dele. Assim, dezoito seria o oitavo entalhe depois do primeiro dez, o qual seria abreviado como X, assim sendo XΛIII. De modo similar, o número quatro numa vara era um entalhe reto antes do Λ (V), sendo escrito como IIII ou IΛ (IV). O sistema não era nem aditivo nem subtrativo nessa concepção, mas Ordinal. Com os traços sendo representados por escrita, tem-se a fácil identificação com as letras romanas I, V e X.

As quantias V ou X sobre a vara implicariam num entalhe adicional, foi o caso de 50 escrito de forma variada como N, И, K, Ψ, U, U, ⋔, etc., mas possivelmente o uso mais frequente foi o “pé de galinha” (ᗐ) com um “I” sobre um “V” . Essa forma do 50 foi “achatada” para ⊥ (um T invertido) ao tempo de Augusto, simplificando-se logo para L. De modo similar, 100 já foi simbolizado de várias formas com traços Ж, ⋉, ⋈, H, ou qualquer outro dos símbolos para 50 com um traço adicional. A forma Ж (X mais I) veio a predominar. Essa já foi também escrita como >I< ou mesmo ƆIC, essa última abreviada como Ɔ ou C, com C vindo a dominar como uma letra do latim "centum".

As centenas para V ou X eram marcadas com algo adicional. Desse modo 500 seria formado por um Ɔ sobreposto a um ⋌ ou ⊢, se tornando um Ð ou um D, já ao tempo de Augusto, com influência da letra D, mais tarde identificado com essa letra. Numa origem alternativa, "mil" era (I ou mesmo CIƆ ou CꟾƆ); daí, a metade de mil, quinhentos, ficou sendo a metade direita do símbolo, ou seja I) ou IƆ ou ꟾƆ, o que pode ter sido convertido para D.  Essa, ao menos, foi a etimologia dada a ele depois.

O número 1000 era um X dentro de um quadrado ou um círculo (Ⓧ ou ⊕), que durante a era de Augusto foi parcialmente identificado como a letra grega Φ (phi). Com o tempo, esse símbolo foi mudado para Ψ e também ↀ. Esse último depois evoluiu para ∞, depois ⋈ e finalmente para M, sob influência do Latim “mil”.
Sinais com as mãos

Alfred Hooper sugeriu uma alternativa para a origem da numeração romanda para pequenas quantidades. Hooper defende que os dígitos têm relação com a mão e seus dedos usadas para contagem. Por exemplo, os números I, II, III, IIII correspondem aos números de dedos mostrados para alguém. V representa a mão aberta com quatro dedos juntos e o polegar separado. Os números de 6 a 10 são representadas pelas duas mãos como se segue (mão esquerda, mão direitas): 6 (V, I), 7(V,II), 8(V,III), 9(V,IIII), 10(V,V) e o X resulta tanto pelo cruzamento dos polegares, ou pelas duas mãos juntas em cruz.
Símbolos "metade"

Uma terceira hipótese sobre a origem das derivações diz que as quantias básicas eram I, X, C e Φ (ou ⊕) e que as quantidades intermediárias se derivaram pela tomada de metade desses. A metade de X é V, a metade de C é L e a metade de Φ/⊕ é D.
Zero

Os romanos desconheciam o zero, introduzido posteriormente pelos árabes, de forma que não existia nenhuma forma de representação deste valor pelo fato de terem apenas como base o início do numeral o 1.

Para entendimento simples, o I significa unus, ou seja, o número 1, ao passo que o V significa quinque, ou seja, o número 5, enquanto o X significa decem, que é o número 10, o L significa quinquaginta, que representa o número 50, o C significa centum, que é o número 100, o D significa quingenti, que é o número 500 e por fim o M, que significa mille, ou seja, o número 1 mil.


Curiosidades:



O mais curioso é que por simplesmente não conhecerem a existência do número zero, que só seria introduzido muito depois pelos árabes, os romanos simplesmente não tinham um equivalente em seu sistema de numeração.

Isto se dava também pelo fato de que para os romanos, o numeral de menor valor seria sempre o 1.

Há também a curiosidade que envolve o número 4, já que ele é conhecido no mundo todo dentro do sistema dos algarismos romanos como sendo representado da seguinte forma: IV. Mas há registros que mostram uma forma de representação diferenciada mais arcaica: IIII.

Esta última, apesar de pouco conhecida, é muito vista em relógios que costumam apresentar as horas por meio de algarismos romanos.

Mesmo que os romanos usassem um sistema decimal para números inteiros, refletindo seu sistema de contagem, eles usavam o sistema duodecimal (base 12) para números fracionários racionais, devido à ótima divisibilidade do número 12, que permite frações inteiras 1/3 e 1/4 , não possíveis na base 10. Nas moedas, muitas das quais tinham valores em frações duodecimais da unidade As, era usado um sistema notacional baseado em metades e dozeavos. Um ponto (•) indicava uncia (onça), "duodécimo", que foi a origem de palavras do inglês como inch e ounce; pontos eram repetidos para frações até 5/15. Seis dozeavos (metade) foram abreviados para S de semis"metade". Pontos Uncia foram adicionados ao S para as frações de sete a onze, como os traços adicionados ao “V” para números inteiros de seis até nove.






Cada fração desde 1/12 até 12/12 (um) tinha um nome nos tempos do Império Romano, os quais correspondiam ao nome das moedas relacionadas:

FraçãoNúmero RomanoNome (nominativo e genitivo)Significado
1/12uncia, unciae"onça"
2/12 = 1/6•• ou :Sextans (moeda), sextantis"sexto"
3/12 = 1/4••• ou quadrans, quadrantis"quarto
4/12 = 1/3•••• ou ::triens, trientis"terço"
5/12••••• ou :•:Quincunx (moeda), quincuncis"Cinco-onças" (quinque unciae → quincunx)
6/12 = 1/2Ssemis, semissis"meio"
7/12S•septunx, septuncis"Sete-onças" (septem unciae → septunx)
8/12 = 2/3S•• ou S:bes, bessis"duplo" ( "duplo terço")
9/12 = 3/4S••• ur S:•dodrans, dodrantis
ou nonuncium, nonuncii
"menos um quarto" (de-quadrans → dodrans)
ou "nove-onças" (nona uncia → nonuncium)
10/12 = 5/6S•••• ou S::dextans, dextantis
ou 
decunx, decuncis
"Menos um sexto" (de-sextans → dextans)
ou "dez onças" (decem unciae → decunx)
11/12S••••• ou S:•:deunx, deuncis"menos uma onça" (de-uncia → deunx)
12/12 = 1IAs (moeda), assis"unidade"


Fontes:
wikipedia.org
colegioweb.com.br
google.com.br
pt.lifider.com/algarismos-romanos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...