Histórias da Pan Air do Brasil.
Como era a empresa ?
Fontes:
wikipedia.org
epocanegocios.globo.com
blog.hangar33.com.br
google.com.br
youtube.com
cartamaior.com.br
diariodocentrodomundo.com.br
Como era a empresa ?
Em outubro de 1929, foi criada a NYRBA do Brasil, uma subsidiária da NYRBA (New York, Rio, Buenos Aires), uma companhia americana de transportes de malas postais e passageiros, lotada com hidroaviões que operavam dos EUA até a Argentina, passando pelo Brasil sempre pela costa.
O Brasil, até então, contava apenas em seu território com operações do Sindicato Condor e da Varig.
Vendo a oportunidade, a NYRBA veio compor o time das companhias aéreas nacionais. Já em dezembro de 1929, a companhia decolou seu primeiro voo para Buenos Aires (Argentina) a partir da então capital Rio de Janeiro (RJ), a partir do Aeroporto Santos Dumont (na época, ainda denominado Calabouço).
No entanto, tão logo em abril de 1930, a NYRBA foi vendida para a saudosa americana Pan Am. Meses se passaram e em novembro do mesmo ano, a filial brasileira foi renomeada para “PanAir do Brasil”. Nascia aí uma lenda, um mito para a história da aviação comercial no país.
Em 1933, a PanAir iniciou uma feroz competição com a Sindicato Condor, adentrando o interior do país e sobretudo criando um know-how na Amazônia, unindo povos isolados.
Foi a principal empresa aérea brasileira entre 1930 e 1950, e perdeu mercado — principalmente o doméstico — na década de 1950, com o crescimento da Varig e da Real. A partir de 1942, as ações da empresa começaram a ser transferidas para investidores brasileiros, tornando-se ela majoritariamente nacional em 1948.
No final da década de 1950, houve pressões para que a Panair fosse totalmente nacional. Tudo levava a crer, nos bastidores do poder, que a Varig naturalmente se envolveria na aquisição de parte da empresa, porém ela acabou nas mãos dos grandes empresários Celso da Rocha Miranda, maior segurador da América do Sul com a empresa Ajax Corretora de Seguros, e Mário Wallace Simonsen, dono de 30 companhias, inclusive a Rede Excelsior de televisão, canal 9 em São Paulo , o supermercado Sirva-se e a exportadora de café Comal. Tal desfecho incomodou o governo e a própria Varig, que dava como certa mais uma aquisição de outra empresa aérea nacional.
Mário Wallace Simonsen
Celso da Rocha Miranda
A Panair teve suas operações aéreas abruptamente encerradas em 10 de fevereiro de 1965, devido a um despacho do governo militar, que suspendeu suas linhas. A opção pela suspensão, em vez da cassação, teria sido um mero artifício técnico encontrado pela ditadura. Assim, as operações poderiam ser, na prática, paralisadas de imediato, sem o decurso dos prazos legais de uma cassação. As autorizações de voo só foram oficialmente revogadas no Diário Oficial em 27 de agosto de 2009.
A Panair também controlava a mais extensa rede de estações meteorológicas e de telecomunicações aeronáuticas do continente, que atendia toda aeronave civil ou militar e de qualquer nacionalidade que cruzasse o Atlântico Sul.
Era uma das mais simpáticas e estimadas instituições da vida nacional.
Quando viu que não conseguiria o controle da empresa, Berta recorreu à força bruta da ditadura. No dia 10 de fevereiro de 65, de repente, começo da noite, as rádios anunciaram o decreto de cassação das linhas da aérea de bandeira brasileira (decreto conhecido até hoje como o Decreto Panair), a suspensão imediata de todos os voos e sua falência - apesar da sua situação financeira excelente!
Até mesmo o vôo que se iniciaria horas mais tarde, naquela mesma noite, foi cancelado. No dia seguinte uma aeronave da Panair, já com o logotipo da Varig estampado na cauda, decolou para Paris...
As oficinas da Celma foram ocupadas por uma tropa chefiada por um oficial-coronel e apenas as linhas de telegrafia da empresa continuaram funcionando embora com os operadores vigiados por metralhadoras.
Um detalhe singelo: a Celma hoje, ainda instalada em Petrópolis, se chama Celma GE. Pertence à General Motors.
Sem rodeios, a C.N.V. (Comissão Nacional da Verdade) confirma que a empresa — líder em seu setor entre as décadas de 1940 e 1960 — foi liquidada por motivos políticos e não financeiros, e que esse processo contou com a participação de agentes da União e instituições como o S.N.I. (Serviço Nacional de Informações), beneficiando concorrentes.
“Alguns empresários não compactuaram com a conspiração e o golpe, defenderam a Constituição e foram perseguidos e punidos pelo regime ditatorial”, destaca o texto do relatório. “Um caso exemplar foi o de Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, que juntos detinham o controle acionário da Panair do Brasil, a segunda maior empresa privada do país”. Mais adiante, a CNV aponta: “O estrangulamento econômico sofrido por Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, mediante bem-urdidos Atos de Estado, é comprovado”.
Durante 15 anos, a falida e a União brigaram nos tribunais por essa questão. Por fim, em dezembro de 1984, o Supremo deu ganho de causa à Panair do Brasil e condenou o governo a acertar as contas. Era a abertura política assegurando a independência da Justiça. Mas, àquela altura, havia pouco a comemorar. A antiga empresa estava sepultada, seu prestígio consumido e seus feitos esquecidos ou usurpados. De toda forma, sem a perseguição implacável do Estado, a Panair conseguiu levantar a falência em maio de 1995 e, desde então, luta por uma reparação moral e material por meio de uma série de ações judiciais. Algo ainda sobrevive. O ronco de seus motores se faz ouvir, seja na revogação do Decreto-lei 669 em fevereiro de 2005, seja na confraternização que os antigos funcionários realizam, todo ano, na data de aniversário da empresa para homenageá-la. Como um comandante certa vez disse, “a Panair era do Brasil no nome e dos brasileiros no coração”.
Foi uma época de glamour da aviação comercial, onde o privilégio de voar era para poucos, que usufruíam de refeições bem preparadas e requintadas, regadas a bebidas importadas como uísque 12 anos e champanhe francês.
Fontes:
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