Hoje vamos falar da obra de Daniel Defoe, "Moll Flanders".
Sobre o autor:
Daniel Defoe, nasceu em Londres, Inglaterra em 1660 e morreu na mesma cidade em 24 de abril de 1731. Descendente de holandeses, seus pais se opunham à religião anglicana.
Com a Revolução Gloriosa (1688), e a ascensão ao trono da Inglaterra do holandês Guilherme de Orange, Defoe foi favorecido com empregos lucrativos que o levariam à Portugal e Espanha.
Talvez a sua obra mais comentada e lida tenha sido Robinson Crusoé, mas Moll Flanders foi a sua obra prima.
Filha de mãe ladra que foi deportada (na época, os ladrões da Inglaterra eram deportados para as colônias) Moll passou a viver às custas do Estado ainda criança.
Apesar dessa vida não ser das melhores, ela acaba dando sorte e vai morar com uma senhora que ensina muitas coisas sobre os costumes das mulheres da época. Ela aprende tudo rapidamente e começa a sonhar em ser uma ‘dama da sociedade’.
Quando sua benfeitora morre, Moll acaba acolhida por uma senhora rica para que seja companhia de suas filhas. Ela acaba por aprender francês e mais algumas coisas da alta sociedade por tabela. Aos 18 anos, ela já é uma jovem muito bonita e começa a chamar a atenção dos moços da casa. Ela aceita, muito ingenuamente, as investidas do filho mais velho e torna-se sua amante acreditando que ele pretende casar-se com ela quando puder. O rapaz, no entanto, nunca cumpriu a promessa do casamento, e preferiu tê-la apenas como amante.
As coisas ficam mais complicadas quando o filho mais novo diz que deseja casar-se com ela de verdade. Depois de muita dor de cabeça e tristeza pela traição de seu amante (ela diz realmente gostar do filho mais velho de sua Senhora), ela casa com o mais novo e assim fica por 5 anos e 2 filhos. Quando o marido morre, Moll não tem nada em seu nome além de uns trocados e os filhos são tomados pelos sogros. Sozinha e desamparada financeiramente, ela parte para encontrar nova companhia. Casa-se novamente com um comerciante que gasta mais do que pode e acaba falindo. Ela sai da cidade para fugir dos credores e com medo de ser presa.
Ela casa-se novamente, agora com um rico fazendeiro dos Estados Unidos, e muda-se para lá, junto à família dele.
Com o passar do tempo ela descobre uma terrível verdade através de uma armadilha do destino. Ela estava casada com o próprio irmão.
Moll Flanders volta para Inglaterra e passa a viver sozinha, sofrendo os preconceitos da sociedade da época, por ser separada depois de vários relacionamentos mau sucedidos, e abandonar sua família e seus filhos.
Moll Flanders e um romance narrado em primeira pessoa, pela própria personagem, uma mulher sofrida e com uma infância miserável, cujo o único intuito de vida e ganhar o máximo de dinheiro possível. Para isso casa-se 5 vezes, prostitui-se, rouba e engana.
Já no fim da vida, rica e melancólica ela descreve sua vida, seus recalques, suas conquistas.
Ao escolher o ponto de vista feminino para falar sobre falta de oportunidades, busca por riqueza, individualismo e desigualdades sociais e de gênero, Defoe - que anos antes defendeu a importância de se oferecer educação à população feminina no ensaio "On the education of women" - [Sobre a educação das mulheres]; e ainda que, ele mesmo tenha passado 18 meses na prisão de Newgate, podendo conviver com os tipos mais marginalizados e ouvir diretamente suas histórias - demonstra ter notado que eram as mulheres as maiores vítimas das injustiças sociais, com todas as suas capacidades subestimadas e sufocadas pelas convenções da época, e colocado sua empatia a serviço da voz daquelas que provavelmente não teriam muitas chances de se expressarem e serem ouvidas.
Fontes:
wikipedia.org
opoderosoresumao.com/livros
Moll Flanders/romance/tradução/Antonio Alves Cury
huffpostbrasil.com/
google.com.br
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