sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Organização de extrema direita, a Ku Klux Klan chegou a produzir um programa infantil para difundir seu valores de supremacia racial, possuía um acampamento de verão e teve até um líder judeu, que ocultou suas raízes durante muito tempo.


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A Ku Klux Klan teve seu início em Pulaski, no Tenessee, nos Estados Unidos, na véspera de Natal de 1865.

Ela foi fundada por seis oficiais do exército sulista, que decidiram criar um clube social que difundiria velhos preceitos que eles haviam defendido em seus anos militares. Entre eles, a supremacia branca.

Apesar de que a organização a princípio tivesse um caráter unicamente político, com o tempo, a violência se tornaria presente.

Nos anos seguintes, foram criados muitos sub-clãs dependentes, que tomaram medidas mais radicais e violentas.

Nathan Bedford, o primeiro “Grão-Mestre” da congregação a dissolveu ao ver no que ela estava se transformando. Mas anos depois ela foi reestruturada, sob o preceito de se assassinar a todas as pessoas negras.



A história de Daniel Burros, o “Grande Dragão” da Ku Klux Klan, é uma das mais obscuras dentro do passado centenário dessa organização xenófoba dos Estados Unidos.

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“Não tenho por que viver. Vou fazer isso”, teria dito Daniel Burros antes de se suicidar com um disparo na cabeça.

Tudo aconteceu quando o jovem de 28 anos soube que o mundo inteiro iria descobrir sua origem judaica.

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Desde pequeno, Dan foi criado sob a fé judaica: foi à escola hebraica de Richmond Hill e celebrou seu Bar Mitzvah em 4 de março de 1950.

Anos mais tarde, começou a se sentir atraído pela estética dos uniformes nazistas e enchia seus cadernos com desenhos de tanques de combate alemães e fotografias de generais nazistas.

Entre os 21 e os 22 anos, Daniel iniciou sua trajetória como líder de grupos neonazistas nos Estados Unidos.

Em 1960, ele se juntou ao Partido Nazista Americano, onde jurou lealdade a Adolf Hitler e a George Lincoln Rockwell, seu fundador.

Segundo a “Enciclopédia do Poder Branco: um livro de consulta sobre o direito racista radical”, nessa época ele também escreveu o “Official Stormtrooper Manual”, um guia para os novos recrutas do grupo.

Burros foi secretário do Partido Nazista Americano, ao qual ingressou após preencher um longo formulário jurando a legitimidade de sua origem ariana e caucasiana.

Ele logo se cansou da organização porque lhe parecia retórica, desorganizada e insignificante, e ele se mudou para a KKK.

Ali, começou a colocar em prática suas ideias ultra xenófobas e acabou se tornando o “Grande Dragão” de Nova York, responsável pela Ku Klux Klan da região.

Diante da novidade, alguns jornalistas curiosos se dedicaram a indagar quem era Barros e que forças lhe haviam colocado na posição de dirigente da KKK.

O New York Times encarregou McCandish Phillips de realizar a investigação, que acabaria averiguando que o antissemita e racista era filho de pais judeus.

Ele havia sido confirmado no judaísmo quando tinha 13 anos e foi educado na escola hebraica da sinagoga do Queens.

Phillips lhe propôs uma entrevista sobre suas atividades racistas, que Dan aceitou prontamente, mas sua atitude mudou de repente quando o repórter comentou sobre o casamento judaico de seus pais.


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Com uma violência contida, o “Grande Dragão” da KKK ameaçou o repórter: se publicasse a nota, ele mesmo o mataria.

A investigação foi publicada sob o título “Um chefe do Klan nova-iorquino esconde o segredo de sua origem judaica”

No instante em que obteve uma cópia do jornal, Burros soube que sua vida na Ku Klux Klan havia acabado.

Correu para buscar um revólver que possuía e atirou em si mesmo duas vezes.

A primeira, no peito, mas ele errou.

A segunda, na cabeça.

Nesse caso, ele acertou em cheio, acabando com sua própria vida.



Fontes:
seuhistory.com
google.com.br
wikipedia.org


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