No dia 11 de janeiro de 1923 nascia, no Rio de Janeiro, Sérgio Marcus Rangel Porto, escritor, radialista e compositor, mais conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta. Ele ganhou fama por seu senso de humor refinado e pela crítica aos costumes nos livros "Tia Zulmira e Eu" e o Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações. Com uma intensa jornada de trabalho, ele escrevia para o rádio, TV, revistas e jornais, além de se dedicar aos próprios livros.
Iniciou na Faculdade de Arquitetura, porém abandonou em 1942, no terceiro ano, para trabalhar no Banco do Brasil, onde trabalhou por quinze anos. Ainda bancário, começou sua carreira no jornalismo, onde fez de reportagens policiais à comentários esportivos.
Em 1951 começou a usar o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta no Diário Carioca, tendo como inspiração um famoso personagem satírico de Oswald de Andrade, o Serafim Ponte Grande. Fez críticas teatrais e crônicas sociais, depois dedicou-se somente à crônica da vida artística. Sérgio casou-se com Dirce Pimentel de Araújo e com ela teve três filhas, lhes deram os nomes de Gisela, Ângela e Solange.
Sérgio usava seu pseudônimo e seu cunho humorístico para tratar de assuntos sérios e fazer críticas sociais, era irreverente e sarcástico, usando de linguagem coloquial para ser bem compreendido pelos leitores.
No ano de 1956, numa parceria com Nestor de Holanda, escreveu uma revista teatral. Em 1957 colaborou com o Diário da Noite e com O Jornal, voltando depois para a Última Hora. Também editou outras revistas teatrais, além de criar shows para a televisão.
Como Stanislaw, a sua maior invenção foi o Festival de Besteira que Assola o País, o Febeapá, que fez um ataque arrasador contra as forças de direita no Brasil. Como nestes mísseis:
“Foi então que estreou no Teatro Municipal de São Paulo a peça clássica ‘Electra’, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já falecido em 406 A.C.... "
Quando a Censura Federal proibiu em Brasília a encenação da peça Um Bonde Chamado Desejo, a atriz Maria Fernanda foi procurar o Deputado Ernani Sátiro para que o mesmo agisse em defesa da classe teatral. Lá pelas tantas, a atriz deu um grito de ‘viva a Democracia’. O senhor Ernani Sátiro na mesma hora retrucou: ‘Insulto eu não tolero"
“A peça ‘Liberdade, Liberdade’ estreou em Belo Horizonte e a Censura cortou apenas a palavra prostituta, substituindo-a pela expressão: ‘Mulher de vida fácil’, o que, na atual conjuntura, nos parece um tanto difícil. Ninguém mais tá levando vida fácil.....
A minissaia foi lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o Delegado de Costumes (inclusive costumes femininos), declarou aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin, caso aparecesse na capital mineira ‘para dar espetáculos obscenos, com seus vestidos decotados e saias curtas’. E acrescentou furioso: ‘A tradição de moral e pudor dos mineiros será preservada sempre’. Toda essa cocorocada influenciou um deputado estadual de lá - Lourival Pereira da Silva - que fez um discurso na Câmara sobre o tema ‘Ninguém levantará a saia da Mulher Mineira’.
Como percebemos, a direita brasileira continua a mesma. O que diria Stanislaw Ponte Preta hoje em dia, quando certos "intelectuais" questionam se a Terra é redonda, ou se ela gora em torno do Sol ?!
Em 1961 publicou o primeiro livro como Stanislaw Ponte Preta, com diversas crônicas de jornais e revistas. Publicou ainda duas obras assinadas como Sérgio Porto.
Por conta da rotina puxada, ele, que era cardíaco, morreu de ataque do coração aos 45 anos no dia 30 de setembro de 1968, no Rio de Janeiro. Porto ainda compôs a música "Samba do Crioulo Doido" e foi o criador e produtor do concurso de beleza "As Certinhas do Lalau". Boêmio e com admirável senso de humor, em sua memória um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário "O Pasquim", em 1969.
originais do samba
Fontes:
infoescola.com
seuhistory.com
youtube.com
google.com.br
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