Regência:
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos.
Existem diversas palavras e especialmente diversos verbos que precisam de um complemento para terem sentido. No caso das preposições que complementam esse sentido elas devem ser específicas para cada caso.
Exemplos:
Cheguei ao metrô, ou cheguei no metrô.
Uma primeira análise parece que as duas frases querem dizer a mesma coisa, mas reparem:
Chegar a algum lugar (no caso no metrô) indica que você chegou ao destino desejado. Já chegar no metrô, indica o meio de transporte que você utilizou para chegar ao destino desejado.
Cheguei “em” ou “a”
A frase a seguir é muito usada, tanto na comunicação falada quanto na escrita: “Cheguei tarde em casa”
Mas, segundo as regras gramaticais de regência verbal, o verbo chegar, ao indicar destino, não admite a preposição em. Verbos que indicam movimento (como “ir”, “vir”, “voltar”, “chegar”, “comparecer”, “dirigir-se”) admitem três preposições:
DE: quando a circunstância apresentada for de procedência. Ex.: Cheguei de São Paulo ontem.
A: quando a circunstância for de destino. Ex.: Cheguei a Londrina ontem.
PARA: também quando a circunstância for de destino, porém na indicação de mudança definitiva. Então, quando se informa “Irei a São Paulo”, com sentido de “irei, mas voltarei em breve”.
Com base na explicação acima apresentada, pode-se concluir que a versão correta é “cheguei tarde a casa”, e não “em” como a maior parte das pessoas fala/escreve.
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição “a” e não pela preposição “em”.
Exemplos:
Vou ao dentista.
Cheguei a Belo Horizonte.
2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição “em”.
Exemplos:
Ele mora em São Paulo.
Maria reside em Santa Catarina.
3- Namorar – não se usa com preposição.
Ex.: Joana namora Antônio.
4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição “a”.
Exemplos:
As crianças obedecem aos pais.
O aluno desobedeceu ao professor.
5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição “com”.
Exemplos:
Simpatizo com Lúcio.
Antipatizo com meu professor de História.
Dicas:
Estes verbos não são pronominais, portanto, determinadas construções são consideradas erradas quando tais verbos aparecem acompanhados de pronome oblíquo.
Exemplos:
Simpatizo-me com Lúcio.
Antipatizo-me com meu professor de História.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos, sendo que um é usado sem preposição, e o outro com a preposição “a”.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.
Dicas:
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.
Verbos que apresentam mais de uma regência
1 - Aspirar
a - no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição.
Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.
b - no sentido de almejar, pretender: exige a preposição “a”.
Ex.: Esta era a vida a que aspirava.
2 - Assistir
a - no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição.
Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos.
b - no sentido de ver, presenciar: exige a preposição “a”.
Ex.: Não assistimos ao show.
c - no sentido de caber, pertencer: exige a preposição “a”.
Ex.: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição “em”.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar
a - Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b - Quando forem pronominais: são regidos pela preposição “de”.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos.
4 - Visar
a - no sentido de mirar: usa-se sem preposição.
Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
b - no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
Ex.: Visaram os documentos.
c - no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição “a”.
Ex.: Viso a uma situação melhor.
5 - Querer
a - no sentido de desejar: usa-se sem preposição.
Ex.: Quero viajar hoje.
b - no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição “a”.
Ex.: Quero muito aos meus amigos.
6 - Proceder
a - no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem.
b - no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição “de”.
Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.
c - no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição “a”.
Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.
7 - Pagar/ perdoar
a - se tem por complemento uma palavra que denote algo: não exige preposição.
Ex.: Ela pagou a conta do restaurante.
b - se tem por complemento uma palavra que denote pessoa: é regido pela preposição “a”.
Ex.: Perdoou a todos.
8 - Informar
a - no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1 - objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições “de” ou “sobre”).
Ex.: Informou todos do ocorrido.
2 - objeto indireto de pessoa (regido pela preposição “a”) e direto de coisa.
Ex.: Informou a todos o ocorrido.
9 - Implicar
a - no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias consequências.
b - no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposição “em”.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
c - no sentido de antipatizar: é regido pela preposição “com”.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.
10 - Custar
a - no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição “a”.
Ex.: Custou ao aluno entender o problema.
b - no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição.
Ex.: O carro custou-me todas as economias.
c - no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.
Ex.: Imóveis custam caro.
Voltaremos ao assunto em breve falando também de regência nominal.
Fontes:
portugues.com.br
soportugues.com.br
guiadoestudante.abril.com.br
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