quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Em um dia como hoje, no ano de 1956, a Suprema Corte dos EUA decidiu que a segregação racial nos ônibus era ilegal e inconstitucional na cidade de Montgomery e no estado do Alabama. O caso na Justiça teve início com a prisão de Rosa Parks, uma negra norte-americana presa por negar dar o seu assento no transporte público para um branco, em Montgomery, no Alabama. Sua prisão, no dia 1o. de dezembro de 1955, deu início a um boicote da comunidade negra ao transporte público. Os negros representavam 3/4 dos usuários.


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Pelas regras, os brancos sentavam na parte da frente do ônibus, e os negros atrás. Se a parte de trás estivesse lotada e a da frente não, os negros não poderiam sentar ali. Contudo, se ambas as áreas do ônibus estivessem cheias e um branco subisse, todos os negros da fileira mais próxima à área dos brancos deveriam se levantar e dar lugar ao passageiro branco. Rosa estava nesta fileira e se recusou a levantar quando um branco subiu, desobedecendo a ordem do motorista e levada para a prisão. Os negros também deveriam pagar a passagem pela porta da frente para o motorista, mas tinham que descer do ônibus e subir pelos fundos.

Claudette Colvin

Claudette Colvin



A americana Rosa Parks ficou conhecida como a mulher que desafiou as leis segregacionistas dos anos 1950 ao recusar-se a ceder seu assento de ônibus a uma pessoa branca. Mas ela não foi a primeira a se rebelar.



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Rosa Parks


Nove meses antes, em março de 1955, uma menina de 15 anos chamada Claudette Colvin fez exatamente o mesmo, na mesma cidade - Montgomery, Alabama.

Colvin, hoje com 78 anos, não costuma contar sua história, mas decidiu se abrir à BBC.

"Havia segregação em todos os lugares - as igrejas, os ônibus, as escolas estavam divididas (entre negros e brancos). Sequer podíamos ir aos mesmos restaurantes", diz ela.

"Lembro que, em uma Páscoa, tinha que comprar um sapato de couro preto, mas só era possível comprá-lo nas lojas de pessoas brancas, então a minha mãe desenhou a forma do meu pé em um papel marrom para ter o tamanho aproximado, porque não estávamos autorizados a entrar na loja para provar os modelos."


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O boicote chegou oficialmente ao fim no dia 20 de dezembro de 1956, após 381 dias. Durante este período, a comunidade negra se organizou para providenciar outras formas de transporte, com colaboração de motoristas e taxistas negros. Eles também passaram a caminhar e usar bicicletas para evitar o transporte público. Isso criou um prejuízo financeiro geral e mobilizou as organizações de luta por direitos civis nos EUA. Importantes figuras como Martin Luther King Jr. e Ralph Abernathy incentivaram o boicote como forma de protesto sem uso da violência.



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Martin Luther King

Para compreendermos a questão da segregação racial nos Estados Unidos, é necessário que relembremos um pouco do processo de formação desse país.

Sabemos que os EUA foram formados, inicialmente, por colonos ingleses, que deram origem às chamadas Treze Colônias na costa Leste do país. No entanto, as colônias do Sul tiveram um desenvolvimento diferente daquelas do Norte. Enquanto no Norte houve o modelo da pequena propriedade privada, do trabalho livre e assalariado e do desenvolvimento da indústria, no Sul prevaleceu o modelo da grande propriedade de terras e da monocultura (que caracteriza a chamada plantation). Nesse modelo, ao contrário do que vigorou no Norte, assentou-se o uso do trabalho escravo, mais precisamente de escravos negros do continente africano.

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Malcolm X



Sendo assim, durante o período em que predominou a escravidão no Sul dos EUA, os negros escravos eram, assim como no Brasil e em outras partes do mundo à época, considerados mercadoria de seus donos e não indivíduos portadores de direitos.


Guerra Civil e implantação de políticas segregacionistas no Sul.


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Essa situação só teve fim, evidentemente, com o término do modelo econômico escravocrata no Sul. O término veio com a Guerra Civil, fato que transcorreu entre os anos de 1861 e 1865. Na Guerra Civil Americana, entraram em conflito os estados do Norte, ou União, comandados pelo então presidente Abraham Lincoln, e os autoproclamados Estados Confederados do Sul, que pretendiam fundar uma confederação separatista. A guerra terminou com a vitória do Norte, que resultou na imediata abolição da escravatura.






Após a guerra, deu-se início a um processo de reconstrução do país e reincorporação dos estados do Sul ao restante do país. Nesse período, que corresponde aos anos finais da década de 1860, apareceram as primeiras tentativas de implementação das políticas segregacionistas. A muitos cidadãos brancos sulistas era inaceitável que os negros, recém-libertos, tivessem os mesmos direitos e ocupassem os mesmos espaços que eles. No mesmo ano em que terminou a guerra (1865), por exemplo, foi formada a seita Ku Klux Klan por um ex-combatente das tropas sulistas, chamado de Nathan Bedford Forrest. A polícia da União sufocou os primeiros focos de ação violenta da Klan contra os negros. Todavia, no início do século XX, a seita voltaria com muita força e milhares de adeptos.

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É inimaginável que um país que se declara "berço da Liberdade" e da Igualdade tenha adotado práticas tão infames como a segregação racial.










Fontes:

seuhistory.com

mundoeducacao.bol.uol.com.br

google.com

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