segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Hoje vamos falar do romance de John Steinbeck, "As vinhas da Ira" (The grapes of wrath) publicado em 1939.

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Relata a história de uma família pobre do estado de Oklahoma que durante a Grande Depressão de 1929 se vê obrigada a abandonar as terras que ocupava havia décadas. 

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John  Steinbeck

“As Vinhas da Ira” começa com Tom Joad, o personagem principal, pedindo uma carona para casa após ter sido libertado da prisão estadual. O motivo da prisão foi um assassinato em decorrência de uma briga em um bar, por autodefesa. Por essa razão, recebeu a pena de sete anos.

Ele pega uma carona que o deixa na estrada que levava à sua casa. Tom caminha em direção à sua casa quando ele encontra com um homem chamado Jim Casy, um antigo pregador que havia perdido a ligação com a Igreja. Jim acaba se juntando a Tom Joad no caminho para sua casa. Quando eles chegam à casa, eles têm a impressão que estão no deserto. A antiga casa estava simplesmente desaparecendo, abandonada. Até que eles encontram Muley Graves, um vizinho da família que informa que os familiares de Tom estão na casa do tio John. Acabam dormindo na antiga casa de seus pais, agora abandonada. No dia seguinte pela manhã, caminham até a casa do tio John. Quando eles chegam à casa, percebem que todos estão preparados para sair. A família explica a Tom que os bancos e as grandes empresas fecharam todas as fazendas e a maioria dos agricultores está indo em direção à Califórnia na esperança de encontrar trabalho. A família vendeu todos os seus pertences e obtiveram alguns dólares, o suficiente para fazer uma viagem longa. Jim Casy, o ex-pastor, acaba se juntando.


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Quando tudo está pronto, um pequeno incidente ocorre. O avô Joad tem um ataque de pânico, e a família precisa drogá-lo para acalmá-lo e seguir viagem com todos. Logo no início da jornada, por causa de um acidente vascular cerebral, o avô acaba morrendo. Encontram uma família chamada Wilsons e os ajudam consertando o carro quebrado. Os Joads e os Wilsons viajam para a Califórnia juntos. Quando chegam ao destino, a senhora Wilson fica doente e precisam parar a viagem. Os Joads ajudam a família Wilsons e seguem viagem. A próxima perda nessa viagem é a avó, que, muito em função da morte de seu marido, fica cada vez mais doente. Sua filha acaba assumindo sua avó Joad. O motivo é mais do que óbvio: se eles parassem no deserto, as chances de sobreviver seriam zero. Mesmo doente, a avó prosseguiu a viagem. E acabou morrendo. Quando eles chegaram a uma estação, a avó já estava morta, e acabam enterrando-a como indigente na estrada, porque o dinheiro já está no fim.

Finalmente, eles chegam a um acampamento de migrantes. Nenhum homem consegue encontrar trabalho. Para completar o desespero, um homem com uma limusine chama os trabalhadores para trabalhar, mas o convite não fala em preço da mão de obra. Um clima pesado começa a atingir a todos. Ninguém aceita o convite. Como vingança, o xerife da cidade ordena que todos saiam do acampamento naquele momento. E vou parando por aqui.

Posso dizer que esse romance é tão importante que o protagonista virou música: “The Ghost of Tom Joad”, de Bruce Springsteen. Essa música, de grande sucesso, dá uma ideia bastante clara da influência que o livro exerceu nos corações e mentes dos artistas, escritores, e leitores americanos até hoje.

O enredo do romance de Steinbeck, “As Vinhas da Ira”, facilmente pode ser relacionado com muitas referências bíblicas, principalmente do Velho Testamento, pois algumas passagens têm relação com a história da Bíblia, o que dá ao livro um estilo diferente e original. “As Vinhas da Ira” menciona a tempestade de poeira ocorrida em 1900 e a árdua jornada da família Joad e de muitas outras em direção à Califórnia, o que podemos relacionar com a travessia do deserto pelos judeus, narrada na Bíblia. Steinbeck usa a poeira como uma alusão ao deserto do Egito e ao povo judeu que seguiu Moisés.

Dust Bowl significa tempestade de areia, um fenômeno climático que atingiu a América, e Oklahoma em particular, na década de 1930 e durou quase dez anos. Essas tempestades causaram graves problemas à atividade agrícola.

No livro, Steinbeck usa o caminhão para representar a arca, enquanto a família representa os animais. A segunda referência à arca de Noé é revelada no final da novela, com as chuvas que caem, que repesentam o dilúvio.

A mudança dos Joads de Oklahoma para a Califórnia é uma outra alusão. Steinbeck descreve como os Joads viajam na rota 66, sendo seguido por muitos outros agricultores procurando a terra fértil que a Califórnia tinha para oferecer. Isso se refere ao povo judeu movendo-se fora do Egito para a terra prometida na Bíblia. Os judeus estavam sofrendo opressão e escravidão no Egito, então eles fugiram para encontrar uma vida melhor e liberdade. Essa alusão também infere que os Joads eram escravos de suas terras inapropriadas para o cultivo devido à poeira causada pela poeira, e agora eles são livres.

“As Vinhas da Ira”, de John Steinbeck, é um livraço. O livro deixa marcas indeléveis no espírito de quem lê. Um livro que merece um lugar de destaque na sua estante. 

O livro ganhou o Prêmio Pulizter de ficção e Steinbeck o Prêmio Nobel de Literatura em 1962.

Em 1940 foi levado ao cinema, dirigido por John Ford com Henry Fonda no papel de Tom Joad.



Fontes:
wikipedia.org
bonslivrosparaler.com.br
youtube.com.br
google.com.br

                 

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