quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019



Hoje vamos falar do escritor e jornalista Rubem Braga

Rubem Braga


Rubem Braga, (1913-1990) foi um escritor e jornalista brasileiro. Tornou-se famoso como cronista de jornais e revistas de grande circulação no país. Foi correspondente de guerra na Itália e Embaixador do Brasil em Marrocos.

Rubem Braga (1913-1990) nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, no dia 12 de janeiro de 1913. Seu pai, Francisco Carvalho Braga era proprietário do jornal Correio do Sul. Iniciou seus estudos em sua cidade natal. Mudou-se para Niterói, Rio de Janeiro, onde concluiu o ginásio no Colégio Salesiano.




As Luvas


Só ontem o descobri, atirado atrás de uns livros, o pequeno par de luvas pretas. Fiquei um instante a imaginar de quem poderia ser, e logo concluí que sua dona é aquela mulher miúda, de risada clara e brusca e lágrimas fáceis, que veio duas vezes, nunca me quis dar o telefone nem o endereço, e sumiu há mais de uma semana.


São cenas que retratam o convívio diário com outras pessoas, os choques de opiniões e interesses, o dia-a-dia do trabalho de um jornalista que precisa escrever sua crônica diária para sobreviver.




Em 1929, escreveu suas primeiras crônicas para o jornal Correio do Sul. Ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em seguida transferiu-se para Belo Horizonte, onde concluiu o curso, em 1932. Nesse mesmo ano, iniciou uma longa carreira de jornalista, que começou com a cobertura da Revolução Constitucionalista de 32, para um jornal de Belo Horizonte.



O telefone

Honrado Senhor Diretor da Companhia Telefônica: Quem vos escreve é um desses desagradáveis sujeitos chamados assinantes; e do tipo mais baixo: dos que atingiram essa qualidade depois de uma longa espera na fila.


Acima de tudo, Rubem Braga tenta redescobrir o lado humano na selva urbana de pedra, busca despertar nas pessoas a amizade e cordialidade na convivência.




Em 1936, lançou seu primeiro livro de crônicas, “O Conde e o Passarinho”. Foi casado com a militante comunista Zora Seljan, mas nunca se ligou ao partido. Vivia no Rio de Janeiro e trabalhava no “Diretrizes”, semanário de esquerda dirigido por Samuel Wainer. Foi preso duas vezes no Estado Novo, por suas crônicas contra o regime implantado no país. Em Porto Alegre, foi repórter do Correio do Povo e da Folha da Tarde.

Em 1944, Rubem Braga foi para a Itália, durante a II Guerra Mundial, quando cobriu como jornalista as atividades da Força Expedicionária Brasileira. No início dos anos 50 se separou de Zora, que lhe deu um único filho Roberto Braga. Entre os anos de 1961 e 1963, Rubem Braga foi embaixador do Brasil no Marrocos, na África.

Rubem Braga dedicou-se exclusivamente à crônica, que o tornou popular. Com cronista mostrava seu estilo irônico, lírico e extremamente bem humorado. Sabia também ser ácido e escrevia textos duros defendendo os seus pontos de vista. Fazia crítica social, denunciava injustiças e combatia governos autoritários. Foi investigado durante a ditadura militar por criticar a liberdade de imprensa e a violência praticada em nome da revolução.

Rubem Braga reunia em seus livros as diversas crônicas que escrevia, publicou: “O Morro do Isolamento” (1944), ”Ai de Ti Copacabana” (1960), “A Traição das Elegantes” (1967), “Recado de Primavera” (1984), “Crônicas do Espírito Santo” (1984), “O Verão e as Mulheres” (1986) e “As Boas Coisas da Vida” (1988), entre outros.


Ai de ti, Copacabana



Ai de ti, Copacabana, porque a ti chamaram Princesa do Mar, e cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras; e deste risadas ébrias e vãs no seio da noite. Já movi o mar de uma parte e de outra parte, e suas ondas tomaram o Leme e o Arpoador, e tu não viste este sinal; estás perdida e cega no meio de tuas iniquidades e de tua malícia. Sem Leme, quem te governará? Foste iníqua perante o oceano, e o oceano mandará sobre ti a multidão de suas ondas.


**(A crônica é um estilo literário com um texto curto que fala do cotidiano, ou de fatos do dia a dia, geralmente usada em jornais e revistas)

Rubem Braga adorava a vida ao ar livre, morava em um apartamento de cobertura, em Ipanema, onde mantinha um jardim completo, com pitangueiras, passarinhos, e tanques de peixes. Nos últimos tempos, publicava suas crônicas aos sábados no jornal O Estado de São Paulo. Foram 62 anos de jornalismo e mais de 15 mil crônicas escritas.

Rubem Braga faleceu, no Rio de Janeiro, no dia 19 de dezembro de 1990.

Fontes:
mundovestibular.com.br
ebiografia.com
google.com.br

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