Ó abre alas - Chiquinha Gonzaga
No dia 28 de fevereiro de 1935 morria, no Rio de Janeiro, Chiquinha Gonzaga, a maior personalidade feminina da história da música popular brasileira. Nascida em 17 de outubro de 1847, na mesma cidade, ela foi a primeira maestrina e autora da primeira marcha carnavalesca, "Ó Abre Alas".
Ela também foi a primeira pianista de choro, introdutora da música popular nos salões elegantes e fundadora da primeira sociedade protetora dos direitos autorais.
Vicente Celestino, Chiquinha Gonzaga, Gilda Celestino e Viriato Correira (1933)
Casou-se aos 16 anos, com um oficial da Marinha Mercante escolhido pelos pelos pais.
Jacinto Ribeiro do Amaral, seu marido, quase 10 anos mais velho, não gostava do fato do Chiquinha continuar dedicada ao piano. Depois de dois anos de casada e já com três filhos nos braços, Chiquinha decide separar-se, uma atitude inaceitável para a época.
Com 18 anos, cheia de vontade de viver de música, Chiquinha teve que enfrentar a fúria da sociedade carioca. Tendo abandonado o primeiro marido para viver de música e apaixonada por um novo homem, o engenheiro João Batista de Carvalho, foi levada ao Tribunal Eclesiástico em um processo por abandono de lar e adultério.
Ficou com a guarda apenas do filho mais velho, João Gualberto, já que o ex-marido a proibiu de ficar com os outros dois: Maria do Patrocínio e Hilário.
Sultana
Além de enfrentar as constantes desaprovações sociais pela sua vida pública e arcar com as consequência de ter renegado uma vida do lar, Chiquinha também sofreu no segundo casamento. Seu segundo esposo, João Batista, a traía constantemente e, mesmo tendo com ele uma filha, Alice, a artista decidiu se separar novamente.
Mais uma vez, foi proibida de ter a guarda da criança, e continuou vivendo apenas com o seu primogênito.
Depois de dois casamentos frustrados, Chiquinha apaixonou-se novamente aos 52 anos de idade. O alvo de seu amor, no entanto, era um jovem português de apenas 16 anos.
Para evitar mais um escândalo em sua vida, Chiquinha adotou informalmente João Batista Fernandes Lage como seu filho, e poucas pessoas sabiam que na verdade ele era seu amante. Viveram juntos por 36 anos, até a morte da maestrina.
Chiquinha e João Francisco
Foi em 1887 e em 1888. Em todo país ardia as flamas da propaganda abolicionista. A imprensa, com Patrocínio à frente, ateava o incêndio no fundo da sensibilidade nacional. Das fazendas, os negros fugiam em massa e nas cidades formavam-se associações para alforriar os escravos. No Rio de Janeiro uma mulher compunha polcas, compunha valsas, compunha maxixes, modinhas e canções e em pessoa saía para vendê-las na rua. E o produto da venda ia inteirinho para as associações que libertavam os negros.
Essa mulher era Francisca Gonzaga.
Francisca Gonzaga, a tua obra foi simples como são as coisas eternas, a tua obra é eterna como são eternas as coisas simples.
A estreia como compositora aconteceu em 1877, com a polca "Atraente".
Atraente
Sofreu muito preconceito na época por desafiar os padrões vigentes. Também foi participante do movimento pela abolição da escravatura, vendendo suas partituras para obter fundos para a Confederação Libertadora. Com o dinheiro arrecadado, comprou a alforria de José Flauta, um escravo músico.
Tango corta jaca - Chiquinha Gonzaga
Chiquinha Gonzaga ainda participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais do seu tempo. Já era consagrada quando compôs, em 1899, Ó Abre Alas, verdadeiro hino do carnaval brasileiro. Na primeira década deste século esteve algumas vezes na Europa, fixando residência em Lisboa por três anos. Sua obra reúne dezenas de partituras para peças teatrais e centenas de músicas nos mais variados gêneros: polca, tango brasileiro, valsa, habanera, schottisch, mazurca e modinha.
Lua Branca (Chiquinha) com M.Bethânia
Fontes:
seuhistory.com
google.com.br
youtube.com
ebiografia.com
blogln.ning.com
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